RMC

Ciesp-Campinas revela preocupações e expectativas da indústria local

A pesquisa aponta que 67% das empresas associadas manifestam “muita preocupação” com a escassez hídrica, enquanto 33% demonstram “pouca preocupação”

A indústria da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aponta duas preocupações estratégicas para os próximos meses: possível falta de chips e escassez hídrica. A informação foi divulgada nesta terça-feira, dia 28, pelo Ciesp-Campinas, por meio da Pesquisa de Sondagem Industrial de outubro, realizada com empresas associadas.

Empresários também destacam expectativa de solução para o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, com negociação prevista até dezembro.

Segundo Valmir Caldana, primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, o embate comercial entre Holanda e China aumenta o risco de desabastecimento. “Um automóvel precisa de 1.000 a 3.000 chips para controlar sistemas eletrônicos. A falta desses componentes pode paralisar produção”, alerta.

A queda nos volumes dos reservatórios e a falta de chuvas também acendem o alerta. Para setores como alimentos, bebidas, produtos químicos e de limpeza, a água é matéria-prima essencial.

A pesquisa aponta que 67% das empresas associadas manifestam “muita preocupação” com a escassez hídrica, enquanto 33% demonstram “pouca preocupação”. Mesmo com o uso de água de reúso, a dependência direta ainda é significativa.

Anselmo Riso, diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, comenta que negociações técnicas devem começar na próxima semana e podem se estender por 90 dias. “A expectativa é chegar a uma solução ainda em 2025”, afirma.

Indicadores e balanço comercial da RMC

Sobre faturamento, 45% das associadas esperam estabilidade no último trimestre do ano, 22% preveem queda e 11% apontam aumento. Outros 22% não se posicionaram.

Na balança comercial de setembro de 2025, o valor exportado foi de US$ 310,6 milhões (-4,68% em relação a setembro de 2024), e o acumulado do ano é de US$ 2,655 bilhões (+2,39%). As importações somaram US$ 1,449 bilhão em setembro (+26,89%), totalizando US$ 10,958 bilhões no acumulado anual (+18,95%).

O déficit em setembro foi de US$ 1,138 bilhão (+39,48%), e o acumulado do ano alcança US$ 8,303 bilhões (+25,44%). A corrente de comércio (exportações + importações) em setembro chegou a US$ 1,759 bilhão (+19,88%), com acumulado anual de US$ 13,613 bilhões (+15,31%).

Principais municípios e destinos do comércio exterior

Exportações: Campinas (28,35%), Paulínia (24,20%), Sumaré (9,87%), Mogi Guaçu (9,21%), Valinhos (4,40%).
Importações: Paulínia (46,39%), Campinas (22,69%), Sumaré (8,50%), Hortolândia (8,19%), Valinhos (4,51%).

Principais destinos das exportações em setembro: Estados Unidos (US$ 57,03 milhões), Argentina (US$ 43,46 milhões) e Holanda (US$ 19,34 milhões).
Principais origens das importações: China (US$ 439,96 milhões), EUA (US$ 231,47 milhões) e Índia (US$ 154,12 milhões).

O Ciesp-Campinas reúne 590 empresas em 19 municípios, com faturamento conjunto de R$ 53 bilhões ao ano e 97.954 colaboradores.

O cenário destaca a importância de planejamento estratégico e gestão de riscos, especialmente em tecnologia e recursos essenciais como água.

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