RMC

Febre amarela: pacientes oncológicos devem se vacinar contra a doença?

No estado de São Paulo, doença provocou 8 óbitos, dois deles na RMC 

 

São Paulo está em alerta para a febre amarela, que já provocou nove mortes no estado, duas delas na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Novos protocolos de imunização foram instituídos para melhorar a cobertura. A vacinação em pacientes oncológicos, contudo, deve ser individualizada e considerar o tipo de câncer, estágio do tratamento e histórico imunológico. Consultar um oncologista ou infectologista é essencial para definir o calendário adequado, afirma o médico oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas.

A vacinação de pessoas com câncer requer cuidados específicos devido ao comprometimento do sistema imunológico causado pelo tratamento. Vacinas de vírus inativados são aplicadas com segurança e indicadas aos pacientes oncológicos por não conterem agentes vivos. Já as vacinas elaboradas a partir de um vírus vivo atenuado, como é o caso da febre amarela, necessitam de atenção e indicação médica.

São vacinas consideradas seguras as de Influenza (gripe), que reduz o risco de mortalidade pela doença em até 58%; Pneumocócica, que previne pneumonia e outras infecções graves; Hepatite A e B; HPV, que é recomendada para prevenção de cânceres associados ao vírus, mesmo em pacientes já diagnosticados com câncer; e covid-19 – todas as vacinas disponíveis são inativadas ou de vetor viral não replicante, sem contraindicações.

Já as vacinas contraindicadas aos pacientes com câncer, que devem ser evitadas durante e após o tratamento devido ao risco de infecção, são, por exemplo, a tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola), febre amarela, varicela, herpes-zóster (vírus vivo), dengue, BCG e rotavírus.

“Dependendo do tipo de câncer e de tratamento, o protocolo indica que essas vacinas devem ser administradas pelo menos 30 dias antes da quimioterapia/radioterapia e três meses após o fim da terapia, desde que o câncer esteja em remissão”, observa o oncologista.  As vacinas inativadas, continua Medina, precisam ser aplicadas de duas a quatro semanas antes do início do tratamento para melhor resposta imune. 

 Caso a caso

Durante a quimioterapia/radioterapia, a eficácia das vacinas pode ser comprometida, mas as de vírus inativados ainda são seguras. Em casos específicos, acrescenta Medina, a vacinação de qualquer espécie deve ser evitada pelos pacientes oncológicos, como em episódios de febre ou doença moderada/grave, para evitar confusão com efeitos adversos. Pacientes com distúrbios de coagulação ou uso de anticoagulantes devem receber vacinas intramusculares com cuidados extras.

Na impossibilidade de vacinação do paciente com câncer, algumas estratégias importantes que conferem proteção adicional precisam ser seguidas. Uma delas é a vacinação do círculo social. “Familiares e cuidadores devem ser imunizados contra doenças como gripe e catapora para reduzir o risco de transmissão ao paciente oncológico”, diz.

 Transmissão da febre amarela

Quem ainda não se imunizou contra a febre amarela ou tem dúvidas se está protegido deve procurar um centro de saúde em busca do histórico de vacinação. A pessoa contaminada tem sintomas iniciais da febre amarela de 3 a 6 dias após ter sido infectada. São eles: Início súbito de febre; Calafrios; Dor de cabeça intensa; Dores musculares; Dores no corpo em geral; Náuseas e vômitos; Fadiga; Fraqueza.

O vírus da febre amarela apresenta um ciclo silvestre no qual os principais vetores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata quando não vacinado. Os primatas também atuam como hospedeiros amplificadores do vírus que, nesse ciclo, são considerados hospedeiros acidentais.

 Recomendação da imunização contra febre amarela

O Ministério da Saúde (MS) atualizou em 2020 a recomendação de imunização contra febre amarela da seguinte forma:

Para crianças menores de 5 anos de idade são duas doses, a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos.

Para crianças a partir dos 5 anos, a vacina é dose única.

Caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade, deverá receber uma dose adicional, independentemente da idade em que o indivíduo procure o serviço de vacinação.

A dose contra febre amarela leva dez dias para fazer efeito. As pessoas a partir dos 60 anos que nunca tomaram a vacina devem procurar um médico para avaliação do risco relacionado às comorbidades, doenças autoimunes, tratamentos específicos ou uso contínuo de medicamentos que contraindiquem a aplicação.

SOBRE O COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.

Recentemente, o COC foi “Acreditado com Excelência” pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Conquistou o selo ONA nível 3 – classificação máxima. Também inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

O Centro de Oncologia Campinas carrega 47 anos de história e tradição no tratamento oncológico. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.

COMPARTILHE NAS REDES