Saúde
Especialista alerta para prevenção de DSTs no período de Carnaval

O Carnaval é um período de celebração e alegria, mas que exige uma atenção redobrada com a saúde. Isso porque o aumento nas interações sociais e nos comportamentos de risco, como relações sexuais desprotegidas, podem contribuir para a disseminação de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), especialmente a sífilis e o HIV. Um levantamento realizado pelo laboratório DMS Burnier apontou que, em fevereiro do ano passado, foram realizados 19,92% de testes de sífilis e 28,69% de HIV a mais do que neste ano, até o momento. Já em janeiro, em comparação ao ano de 2024, houve um aumento na procura pelos exames, de 23,73% para sífilis e 8,52% para HIV.
“O aumento na procura por testes em janeiro, comparado com 2024, pode ser atribuído à intensificação de campanhas ao longo do ano e à maior conscientização dos médicos não-infectologistas sobre a relevância da testagem na rotina, já que no início do ano, muitos pacientes aproveitam o período de férias para realizar um check-up. Os números de fevereiro, apesar de serem inferiores aos do ano passado, chamam atenção pelo fato do Carnaval de 2024 ter ocorrido no início de fevereiro, enquanto neste ano será no fim do mês. Como os dados de fevereiro ainda não foram totalmente apurados, é esperado um aumento na testagem, especialmente com a proximidade da folia”, explica a infectologista do laboratório DMS Burnier, Maria Kassab.
A especialista ainda ressalta que ambas as doenças podem ser assintomáticas em seus estágios iniciais e que a realização do teste antes da folia permite que a pessoa tenha conhecimento de sua condição de saúde e possa tomar medidas preventivas, como o uso de preservativos ou outras modalidades de prevenção, como a PrEP (profilaxia pré-exposição), a PEP (profilaxia pós-exposição). Já o teste após o Carnaval, especialmente para aqueles que se envolveram em relações sexuais desprotegidas, é fundamental para identificar precocemente uma possível infecção e iniciar o tratamento o mais rápido possível, evitando complicações e a disseminação da doença.
Sífilis
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida por relações sexuais (vaginal, anal, oral), contato com feridas infecciosas e de mãe para filho durante a gravidez ou parto. Os sintomas incluem feridas indolores nos órgãos genitais, boca ou ânus na fase primária, manchas na pele, febre e dor de garganta na fase secundária, e problemas cardíacos, neurológicos e em outros órgãos na fase terciária, se não tratada. O tratamento é feito com antibióticos, principalmente penicilina benzatina. A prevenção inclui o uso de preservativo, testagem regular e tratamento de parceiros(as).
HIV
Já o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é transmitido por relações sexuais (vaginal, anal, oral), compartilhamento de agulhas/seringas e de mãe para filho. Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, como febre, dor de garganta e ínguas inchadas. Posteriormente, podem surgir infecções oportunistas e doenças graves, caracterizando a AIDS. O tratamento é feito com antirretrovirais (TARV), que controlam o vírus e impedem sua progressão, mas não há cura. A prevenção inclui o uso de preservativo, PrEP, PEP e testagem regular.


