Valinhos
Crise na rede Supermercados Caetano repercute nas redes sociais, mas diretoria segue em silêncio

Reportagem da Folha de Valinhos esteve na unidade da Vila Santana que está praticamente vazia; rede Savenago nega compra e Covabra informa que não comenta estratégias de novos negócios
O post com o título “Crise no Supermercado Caetano impacta negativamente o comércio do entorno”, publicado nas redes sociais da Folha de Valinhos, segue com alta repercussão e dezenas de comentários. A grande maioria dos seguidores expressa sentimentos de tristeza e indignação em relação à situação e à falta de informações sobre o que de fato estaria ocorrendo, tanto na unidade do Centro, assim como em outras instaladas no bairro Vila Santana e nas cidades de Vinhedo, Campinas e Itú.
Publicado no último domingo, dia 16, o post retratou a crise vivida na unidade da Avenida Onze de Agosto, que soma quase 47 anos de história e fez parte da rotina de Valinhos, sendo responsável desde então pelo grande do fluxo de tráfego na via. Desde outubro do ano passado, a avenida onde está localizada a primeira loja da Rede de Supermercados, está praticamente deserta para o desespero dos comerciantes do entorno.
Segundo apurou a reportagem da Folha de Valinhos na semana passada, durante entrevistas com comerciantes da região, o desabastecimento da unidade Centro, iniciado há cerca de cinco meses, já causa uma queda de mais de 50% nas vendas.
Até nesta sexta-feira, dia 21, o post sobre o assunto no Instagram já ultrapassava 1.100 curtidas e 153 comentários; e no Facebook registrava mais de 93 curtidas e 34 comentários.
MEMÓRIAS AFETIVAS
Em uma breve análise dos comentários nos posts das redes sociais a reportagem da Folha de Valinhos apurou que muitos seguidores lamentam a crise e destacam memórias afetivas relacionadas às unidades da rede. Algumas pessoas recordam sobre a qualidade dos produtos, limpeza das lojas e bom atendimento, que era uma particularidade da Rede Caetano.
Diversos seguidores destacaram que o Caetano por décadas fez parte da história e tradição de Valinhos e comentaram que o supermecado fazia parte do cotidiano de muitas famílias valinhenses, as quais por anos foram clientes fiéis.
A reportagem da Folha de Valinhos verificou ainda que alguns comentários questionam a falta de informações e ressaltam que a situação tem afetado funcionários, clientes e comerciantes dos entornos, assim como tem gerado boatos na cidade sobre a venda das unidades para outras redes do ramo que operam na região.
SILÊNCIO
Em visita ao Caetano Vila Santana nesta terça-feira, dia 18, a reportagem da Folha de Valinhos confirmou que os mesmos sentimentos e dúvidas explicitas nas redes sociais estão presentes no enorme e quase vazio estacionamento e pelos largos e desabastecidos corredores da unidade.
É visível o semblante de luto de funcionários, comerciantes e das poucas pessoas que ainda circulam pelo supermercado. Logo na entrada é triste ver as áreas de hortifruti, laticinicios, frios e padaria praticamente vazias. No açougue só há linguiça para vender e os refrigeradores e freezes de corte de carnes nobres estão praticamente sem nada. A mesma situação ocorre nos demais corredores, que antigamente eram repletos de produtos de marcas conhecias e grande variedade e quantidade.
ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS
A reportagem da Folha de Valinhos tentou entrevistar alguns proprietários de estabelecimentos comerciais instalados no interior da unidade Vila Santana, tais como lotérica, café e loja de acessórios para celular e eletrônicos. No entanto, a maioria dos comerciantes, cujos semblantes estavam visivelmente abatidos e expressavam preocupação, preferiu não se manifestar oficialmente sobre a situação atual.
Já alguns comerciantes do entorno da unidade Vila Santana, como nas ruas Alfredo Fernandes e Doze de Outubro, que pediram para não serem identificados, disseram que não estão sendo impactados pela crise econômica. A maioria argumentou que as vias recebem um grande fluxo de veículos da região, independentemente do movimento ou não do supermercado.
Eles acreditam que essa situação os ajuda a manter suas vendas de forma estável.
Rede Savenago nega comprae Covabra diz não comentar sobre novos negócios
da redação- Ao longo desses últimos meses a crise na Rede de Supermercados Caetano tem causado uma onda de boatos em Valinhos sobre as unidades terem sido vendidas para grupos que atuam na área na região. Surgiram nomes como Savegnago, Covabra e Flex.
Nesta semana a reportagem da Folha de Valinhos entrou em contato com as assessoria de imprensa das três grandes redes na tentativa de obter alguma informação oficial sobre a efetivação da venda.
Em reposta ao questionamento área de comunicação responsável pelo Savenago informou via WhatsApp: “Temos um retorno da rede e a informação não procede”.
Já a assessoria da rede Covabra enviou por email a seguinte nota: “O Covabra Supermercados agradece o interesse da Folha de Valinhos e informa que está sempre em busca de oportunidades que possam fortalecer seu posicionamento no mercado e beneficiar seus clientes. No entanto, a rede não comenta estratégias de novos negócios, mas mantém o foco na missão de oferecer o melhor serviço e produtos aos seus consumidores.”
FLEX
A Rede Flex Atacarejo foi questionada, por meio de contato presencial realizado pela reportagem na unidade do Bom Retiro, com o gerente Anderson Rogério Francisco. Ele ficou de verificar a informação com a diretoria.
No entanto, até o fechamento dessa edição, no final da tarde de ontem, dia 21, a reportagem não obteve retorno, o que deixou a situação em aberto e gerou expectativa sobre uma possível resposta nos próximos dias.
Diretoria do Supermercado segue sem se manifestar sobre a situação
A reportagem da Folha de Valinhos tentou novamente contato com a diretoria da Rede de Supermercados Caetano. Desta vez a tentativa foi pessoalmente, buscando ser recebida na última terça-feira, dia 18, por diretores na unidade da Vila Santana.
O supervisor operacional da Rede, Ferreira, que na semana passada atendeu a reportagem por telefone, repetiu presencialmente a mesma informação: “já passei o pedido seu pedido de para a diretoria e estou no aguardo de retorno, pois não posso falar em nome da família Caetano e muito menos em nome da rede”.
O funcionário, que não se identificou com seu primeiro nome, foi informado novamente pela reportagem que a Folha de Valinhos está à disposição para qualquer esclarecimento que a diretoria desejar expressar.
Foi enfatizado ainda que a intenção do semanário, que inclusive acompanhou e noticiou há 46 anos a inauguração da primeira unidade do Caetano em Valinhos, é prestar exclusivamente serviço jornalístico, justamente na tentativa de evitar especulações.
Atualmente, a Rede Supermercados Caetano é administrada pelo presidente Guilherme Caetano, da terceira geração da família, e o vice-presidente, Marcos Caetano, da segunda geração.
Unidade da Vila Santana
A segunda loja da Rede Supermercados Caetano foi construída em 23 de agosto de 2002, no bairro Vila Santana, com uma área de 3.200 m² e estacionamento para 220 automóveis. O espaço acomoda também farmácia, lotérica e lojas com variedades.


