Terceiro Setor
Como a Casa da Criança moldou a vida de Vitória da Silva

Aos 17 anos, assustada, Vitória da Silva encontrou acolhimento e lições que a moldaram em Valinhos. Hoje, mãe e corredora, ela ensina: “Nunca é tarde para nada”
Aos 17 anos, assustada e triste após um desentendimento familiar, Vitória da Silva encontrou abrigo e esperança na Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos. Hoje, aos 29, ela relembra o período que transformou sua vida. “Foi uma temporada importante, cheia de amor e aprendizado”, conta.
Vitória chegou à instituição sem saber o que esperar, mas logo foi acolhida pelas educadoras, carinhosamente chamadas de “tias”, e pelos outros adolescentes. “Com o passar dos dias fui sendo acolhida pelas tias e colegas que já moravam lá. Me recordo de muitos momentos bons, como a primeira vez que fui ao cinema, os estudos reforçados, os passeios”, relembra.

A convivência com outros adolescentes fez Vitória compreender que cada um carregava sua própria dor, mas também que o ambiente da casa era capaz de transformar essas dores em afeto e apoio. “Qualquer dificuldade era preenchida com muito amor, carinho e atenção dados pelos educadores, dia e noite, para que fôssemos amparados”, relata a ex-assistida.
Mesmo tendo ficado pouco tempo (cerca de sete meses na instituição e acompanhada posteriormente), Vitória afirma que as lições aprendidas no acolhimento moldaram quem ela se tornou. “Aprendi que nosso valor é único e que todos somos capazes. Devemos sempre fazer o bem para as pessoas que chegam em nossas vidas, para deixarmos boas memórias.”
Aos 18 anos, ela tornou-se mãe pela primeira vez. E foi nesse novo papel que percebeu o quanto a Casa da Criança havia influenciado sua maneira de cuidar. “Todo o amor, cuidado e responsabilidade que aprendi lá depositei nesse meu lado mãe. Fez de mim uma ótima mãe e mulher”, diz.
Os desafios da maternidade vieram cedo, mas Vitória nunca se sentiu sozinha. Mesmo depois de sair da Casa, manteve contato com a equipe do acolhimento que a apoiava.
“Em dias que eu não sabia mais o que fazer, a Adriana Simões (coordenadora da Casa) sempre me acolheu, me dando força, os melhores conselhos e me lembrando do quanto sou capaz.”
Hoje, Vitória é mãe de duas meninas, Fernanda, de 10, e Helena, de 8 anos, vive com seu companheiro no bairro São Bento, em Valinhos, e encontrou na corrida uma paixão. “Pratico atividades físicas e amo correr. Já conquistei pódios e medalhas”, conta, orgulhosa.
Olhando para trás, ela se emociona ao falar do papel da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos em sua trajetória. “Sou grata pela pessoa que me tornei por ter aproveitado e tirado de lá boas memórias e aprendizados. Que essa casa permaneça sempre dando apoio a quem precisa.”
Em uma mensagem aos adolescentes que hoje vivem na instituição, Vitória deixa um conselho: “Aproveitem ao máximo das coisas boas que oferecem, se descubram de um jeito positivo e busquem ser seres humanos melhores. Mudem a história triste da vida de vocês e corram atrás do que merecem. A felicidade e as conquistas só dependem de nós mesmos.”
Com a alegria traduzida em palavras, Vitória encerra a conversa com a frase que carrega como lema: “Nunca é tarde para nada. O amanhã existe para que não desistamos.”
A Casa da Criança, em parceria com a Prefeitura Municipal de Valinhos por meio da Secretária Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação, desenvolve três frentes de trabalho social e cultural na comunidade. Para mais informações, entre em contato pelos telefones (19) 3871-0546 ou (19) 3869-5654, ou pelo WhatsApp (19) 99576-6257.


