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Dário Saadi defende apoio da União no combate às mudanças climáticas

Crédito Rogério Capela/ PMC
Prefeito cobra novo modelo de financiamento durante a Pré-COP30
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, defendeu nesta quarta-feira, dia 5, a necessidade de mais recursos federais para ações de combate às mudanças climáticas. O posicionamento foi feito durante o Summit Pré-COP30 — Agenda SP+Verde, realizado no Parque Villa-Lobos, em São Paulo.
Em sua fala, Saadi apresentou projetos ambientais de sucesso implantados em Campinas, mas criticou o modelo atual de financiamento, que, segundo ele, sobrecarrega os municípios com empréstimos.
“Os financiamentos oferecidos pelo governo federal são empréstimos que a Prefeitura tem que pagar depois. Até quando os municípios vão ter capacidade de pegar empréstimos?”, questionou o prefeito.
No painel “Territórios em Mudança: o Papel dos Municípios na Resiliência Climática”, Saadi destacou ações que tornam Campinas referência em sustentabilidade urbana. Entre elas, o Reconecta RMC, a redução de 18% nas emissões de gases de efeito estufa e o plantio de 600 mil mudas de árvores.
A cidade também implantou 20 microflorestas em áreas de calor e ampliou a eficiência do saneamento básico, preservando mananciais e melhorando a qualidade de vida da população.
“Campinas tem feito todos os esforços possíveis para cumprir metas internacionais e nacionais de mitigação e adaptação”, afirmou o prefeito.
A fala de Dário foi reforçada por Fred Guidoni, presidente da Associação Paulista de Municípios, que destacou a falta de investimento direto da União nas cidades, embora elas sejam as executoras das políticas ambientais. Ele defendeu a ampliação dos consórcios e associações intermunicipais como forma de dar escala aos projetos.
Outros prefeitos também compartilharam suas experiências:
Rafael Piovezan, de Santa Bárbara d’Oeste, apresentou ações que aliam áreas verdes e saúde pública;
Rogério Santos, de Santos, destacou projetos de urbanização sustentável em áreas antes ocupadas por palafitas.
O debate foi mediado por Cristiane Borda, gerente de Calor Urbano e Saúde da rede global C40, e contou com a presença de Rodrigo Corradi, secretário executivo adjunto para a América do Sul e diretor do ICLEI Brasil.
Na parte da manhã, a assessora técnica Ângela Cruz Guirao, da Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas), participou do painel “Como Utilizar Tecnologias para o Planejamento de Cidades Resilientes”, ao lado de representantes da USP, IPT e Secretaria de Tecnologia e Inovação do Estado.
Ela apresentou o uso de ferramentas como o geoprocessamento e a plataforma Geoambiental, que disponibiliza dados ambientais abertos da cidade. Segundo Ângela, essas informações orientam políticas públicas e legislação municipal com base em evidências científicas.
Campinas também vem mapeando riscos climáticos por meio do Plano de Ação Climática, desenvolvido em parceria com Unicamp, IPT, Cepagri e IAC, além de participar do projeto Biota-Síntese, que discute soluções baseadas na natureza junto à USP e ao Governo do Estado.


