Antes restritos a diplomatas e executivos de alto escalão, os carros blindados passaram a fazer parte da rotina da classe média-alta brasileira.
O crescimento da insegurança e o tempo excessivo no trânsito impulsionaram um mercado que hoje vive um verdadeiro boom no país.

O Brasil já é o maior produtor de veículos blindados do mundo.
A fabricação nacional supera em quatro vezes a do México, segundo colocado no ranking global.

O setor de blindagem automotiva no Brasil movimenta cerca de R$ 3,5 bilhões anualmente.
Somente em 2024, a produção cresceu 17%, alcançando 34,4 mil veículos blindados.

Para 2025, a expectativa do mercado é ainda mais otimista.
A previsão é ultrapassar a marca de 40 mil unidades produzidas no ano.

Atualmente, quase 400 mil carros blindados circulam pelas ruas brasileiras.

O principal motivo para a alta demanda é a combinação entre insegurança urbana e longas horas no trânsito.
Nas grandes cidades, motoristas passam quase duas horas por dia dentro do carro, muitas vezes parados em congestionamentos.

Esse cenário aumenta a exposição a assaltos e abordagens violentas.
A blindagem passou a ser vista como uma medida de proteção e tranquilidade.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do setor foi a redução no custo da blindagem.
O modelo mais comum, o nível III-A, teve queda de cerca de 25% no preço nos últimos dez anos.

Hoje, o valor da blindagem varia entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.
Esse tipo de proteção é capaz de resistir a disparos de armas de fogo de uso comum.

Com preços menores, a blindagem deixou de ser um item exclusivo.
Passou a alcançar um público maior dentro da classe média-alta.

Mesmo com a queda recente nos índices de homicídios, a violência ainda preocupa.
Em 2022, o Brasil concentrou mais de 20% dos assassinatos do mundo.

Esse número é expressivo, considerando que o país representa apenas 2,7% da população global.
A sensação de insegurança segue como a principal preocupação dos brasileiros.

Fonte: Cars com Camanzi / dados de mercado automotivo