Economia

Black Friday deve movimentar R$ 5,4 bi no comércio brasileiro

© Paulo Pinto/Agência Brasil

A data já ocupa o 5º lugar entre as mais fortes do varejo nacional, atrás apenas de Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais

A Black Friday 2025 deve bater novo recorde no país. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o varejo brasileiro deve movimentar R$ 5,4 bilhões ao longo de novembro — alta de 2,4% em comparação a 2024, já descontada a inflação.

Embora o pico de promoções aconteça na próxima sexta-feira, dia 28, o impacto financeiro envolve todo o mês. Essa particularidade faz da Black Friday brasileira um período prolongado de ofertas, cada vez mais relevante para as vendas.

A data já ocupa o 5º lugar entre as mais fortes do varejo nacional, atrás apenas de Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

Quais setores vão vender mais?

Segundo a CNC, seis segmentos devem liderar o faturamento neste ano:

  • Hiper e supermercados – R$ 1,32 bilhão

  • Eletroeletrônicos e utilidades domésticas – R$ 1,24 bilhão

  • Móveis e eletrodomésticos – R$ 1,15 bilhão

  • Vestuário, calçados e acessórios – R$ 950 milhões

  • Farmácias, perfumarias e cosméticos – R$ 380 milhões

  • Livrarias, papelarias e informática – R$ 360 milhões

Por que a Black Friday deve crescer em 2025?

A CNC aponta fatores que favorecem o desempenho:

Dólar mais baixo

Produtos importados ficam mais baratos, estimulando compras.

Inflação perdendo força

O consumidor sente maior previsibilidade de preços.

Melhora no emprego e na renda

O país registrou taxa de desemprego de 5,6% no trimestre encerrado em setembro — o menor nível desde 2002, segundo o IBGE.

Apesar do cenário positivo, dois fatores ainda freiam o avanço:

  • Juros altos: operações de crédito para pessoa física chegam a 58,3% ao ano, o maior nível para novembro desde 2017.

  • Endividamento: 30,5% das famílias têm contas em atraso, segundo pesquisa da própria CNC.

A concorrência com sites estrangeiros também deve impactar o comércio nacional.

A CNC monitorou diariamente 150 produtos de 30 categorias para identificar tendências de queda. 70% delas têm forte potencial de redução, acima de 5%.

As categorias com maiores descontos previstos são:

  • Papelaria – 10,14%

  • Livros – 9,02%

  • Joias e bijuterias – 9,01%

  • Perfumaria – 8,20%

  • Utilidades domésticas – 8,18%

  • Higiene pessoal – 8,11%

  • Moda – 7,82%

Inspirada no modelo dos Estados Unidos — tradicional queima de estoque pós-Dia de Ação de Graças —, a Black Friday chegou oficialmente ao Brasil em 2010.

Na época, a movimentação foi de R$ 1,52 bilhão, concentrada em poucos setores. Hoje, o evento mobiliza praticamente todo o varejo físico e digital.

A Senacon alerta que a temporada traz riscos de fraudes. Um guia nacional orienta consumidores a evitar golpes, como:

  • desconfiar de promoções “irrealistas”

  • checar reputação das lojas

  • confirmar prazos de entrega e reembolso

  • comprar apenas em sites seguros (com “https” e cadeado)

  • usar o direito de arrependimento de 7 dias

Pesquisas mostram que 63% dos consumidores não identificam golpes feitos com IA. Entre as pistas:

  • vídeos com vozes artificiais e movimentos estranhos

  • anúncios com celebridades em situações “incomuns”

  • textos muito formais ou repetitivos

  • perfis novos com poucos posts

  • imagens com distorções em mãos, sombras e logotipos

Denúncias podem ser feitas no consumidor.gov.br ou no Procon.

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