Economia

Bioeconomia ganha força na indústria brasileira, mostra CNI

Mais de 80% dos executivos defendem o uso sustentável da biodiversidade como ativo estratégico das empresas

Mais do que um tema de debate na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), a bioeconomia é vista pela indústria brasileira como um pilar essencial para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 70% dos empresários atribuem importância à bioeconomia para o futuro do setor, sendo que 20% a consideram de “total importância”, 37% “muito importante” e 20% “mais ou menos importante”.

O levantamento, encomendado ao Instituto de Pesquisas Nexus, ouviu 1.004 empresas industriais de pequeno, médio e grande porte em todas as regiões do país, entre 13 de agosto e 9 de setembro de 2025.

Mais de 80% dos executivos defendem o uso sustentável da biodiversidade como ativo estratégico das empresas. Segundo a pesquisa, 89% dos empresários apoiam o uso econômico e responsável dos recursos naturais, distribuídos da seguinte forma:

  • 32% afirmam que a biodiversidade deve ser conservada, garantindo seu uso sustentável;

  • 29% defendem que ela deve fazer parte dos negócios de forma sustentável;

  • 28% acreditam que o tema deve ser integrado às políticas de responsabilidade socioambiental.

Apenas 5% defendem a preservação total, sem uso econômico. A diferença é significativa: enquanto preservar significa manter a natureza intocada, conservar envolve o uso racional e sustentável dos recursos naturais.

“O estudo confirma que a indústria brasileira já enxerga a sustentabilidade como vetor de competitividade e inovação. A bioeconomia e o uso inteligente da nossa biodiversidade são grandes diferenciais no cenário global”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban. “Na COP30, vamos mostrar ao mundo que o Brasil tem as soluções para uma nova economia de baixo carbono, e a indústria é protagonista dessa transformação.”

A pesquisa mostra que a sustentabilidade está cada vez mais incorporada à estrutura das indústrias. Quase metade das empresas (48%) já possui uma área ou departamento específico para tratar do tema — um avanço de sete pontos percentuais em relação a 2024.

O levantamento também indica que o custo mais competitivo (55%) é o principal fator que motiva o aumento do uso de fontes renováveis nas indústrias. Em seguida aparecem os incentivos fiscais (10%) e a redução na emissão de poluentes (8%).

Entre as ações mais comuns de sustentabilidade já implementadas, destacam-se:

  • redução da produção de resíduos sólidos (90%);

  • otimização do consumo de energia (84%);

  • modernização de máquinas com foco ambiental (78%).

A CNI participará da COP30, em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro, com um estande na Blue Zone, promovendo painéis e reuniões sobre bioeconomia, economia circular, transição energética, mercado de carbono, financiamento climático e novas tecnologias.

“A presença da CNI na COP30 expressa o compromisso da indústria com um futuro sustentável”, destaca o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo. “Vamos mostrar como o setor produtivo tem integrado a biodiversidade e os recursos naturais de forma responsável aos modelos de negócios.”

A participação da CNI na conferência conta com a correalização do SENAI e do SESI, além de apoio institucional e patrocínio de empresas e entidades como Schneider Electric, JBS, Suzano, Itaúsa, Vale, Braskem, Ambev, CPFL Energia, Aegea e outras.

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