Saúde
Avanços no tratamento do câncer de próstata preservam qualidade de vida e função sexual

Especialista destaca que terapias modernas permitem controlar a doença e manter o bem-estar dos pacientes; estudo mostra redução de 40% no risco de morte
O Novembro Azul, mês de conscientização sobre a saúde do homem, reforça uma mensagem importante: o diagnóstico de câncer de próstata não significa o fim da qualidade de vida — nem da atividade sexual.
De acordo com o oncologista clínico Dr. Daniel Vargas, os avanços terapêuticos vêm transformando o tratamento da doença.
“Hoje trabalhamos com o termo cronificar o câncer de próstata, ou seja, transformá-lo em uma condição controlável, com o mínimo impacto possível no dia a dia do paciente”, explica. “A tecnologia evoluiu muito, trazendo tratamentos mais eficazes e seguros, com menores chances de efeitos colaterais.”
Um dos maiores temores dos homens diagnosticados é a perda da função sexual. Tradicionalmente, terapias hormonais que reduzem a testosterona impactam a libido e a função erétil.
Porém, novas abordagens, como as plataformas de cirurgia robótica e os modernos equipamentos de radioterapia, aumentam a precisão e preservam os tecidos saudáveis ao redor da próstata — reduzindo significativamente os riscos de incontinência urinária e impotência sexual.
“Hoje, temos modalidades terapêuticas que conseguem manter a atividade sexual, oferecendo uma alternativa crucial para pacientes que não querem ou não podem mais receber terapia de supressão de testosterona”, afirma Dr. Vargas.
Os resultados do estudo clínico EMBARK, de fase 3, trouxeram novos dados promissores. O uso combinado dos medicamentos enzalutamida e leuprorrelina reduziu em 40% o risco de morte entre pacientes com câncer de próstata hormônio-sensível não metastático e recorrência bioquímica de alto risco, em comparação ao tratamento tradicional.
Após oito anos de acompanhamento, 78,9% dos pacientes tratados com a combinação estavam vivos, contra 69,5% dos que receberam apenas a terapia hormonal isolada.
O especialista reforça que o cuidado com a saúde vai além do tratamento médico.
“A prática de atividade física reduz a chance de recidiva do tumor, diminui os efeitos colaterais e melhora a qualidade de vida durante todo o processo”, destaca Vargas.
O Novembro Azul é um convite para quebrar tabus e incentivar o diálogo sobre o câncer de próstata.
Com acompanhamento médico contínuo, estilo de vida saudável e acesso às terapias modernas, é possível viver com dignidade, bem-estar e qualidade de vida após o diagnóstico.


