Saúde

Aumento de casos de intoxicação por interação medicamentosa acende alerta no Brasil

Recente morte do músico Lô Borges colocou em destaque o debate sobre este risco; uso simultâneo de remédios pode provocar reações graves e até falência de órgãos, reforçando a importância da prescrição orientada

A intoxicação medicamentosa se consolidou como um grave desafio de saúde pública no Brasil, sendo os medicamentos a principal causa de envenenamento e intoxicação no país. A recente morte do ícone da Música Popular Brasileira Lô Borges, aos 73 anos, por falência múltipla de órgãos, trouxe o debate à tona com gravidade e urgência.

A internação do artista, que tratava o quadro de intoxicação, é um alerta dramático sobre os perigos da interação medicamentosa, especialmente em pacientes que utilizam múltiplos fármacos, uma realidade comum entre a população idosa. O uso inadequado ou irracional de fármacos, a automedicação e a polifarmácia são fatores críticos que elevam o risco de eventos adversos, que podem variar de complicações leves a desfechos fatais.

Erros de administração, embora minoritários, também contribuem para o cenário de risco, respondendo por 1,83% das notificações em um levantamento que contabilizou 596.086 casos de intoxicação por medicamentos entre 2012 e 2021¹. A complexidade do tratamento e a potencial letalidade desses eventos ressaltam a necessidade de um olhar sistêmico e especializado sobre a terapêutica do paciente.

Para o Dr. Miguel de Lemos Neto, médico especialista em farmacologia e coordenador da pós-graduação em Medicina do Estilo de vida da Afya Educação Médica, o caso Lô Borges é um lembrete de que o uso simultâneo e sem orientação de diferentes medicamentos pode trazer consequências graves.

“A automedicação é um hábito comum, mas perigoso. Mesmo medicamentos considerados inofensivos podem provocar reações adversas quando combinados entre si ou com outros tratamentos em andamento. Buscar orientação profissional é essencial para garantir a segurança e a eficácia da terapia”, explica o especialista.

Algumas combinações são especialmente arriscadas e exigem atenção. O uso conjunto de anti-inflamatórios e anticoagulantes, por exemplo, pode aumentar o risco de sangramentos; a combinação de antibióticos com anticoncepcionais pode reduzir a eficácia destes; e o uso de ansiolíticos ou antidepressivos com bebidas alcoólicas pode causar sonolência intensa, confusão mental e até depressão respiratória.

A correta orientação profissional é, portanto, um pilar fundamental para a segurança do paciente, prevenindo a escalada de um tratamento para um evento adverso grave e garantindo que o benefício do medicamento não seja anulado pelo risco da interação.

Fonte: 1.DATASUS

https://www.researchgate.net/publication/367009315_Drug_products_intoxications_in_Brazil_An_epidemiological_view_between_2012_and_2021

 

Sobre a Afya  

A Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

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