RMC
Adolescentes confessam assassinato cruel em Hortolândia

Moradora de Mococa (SP), Nicolly Pogere foi assassinada em Hortolândia — Foto: Reprodução/Facebook
Namorado da vítima e outra adolescente são apreendidos após crime com requintes de crueldade e tentativa de despistar a polícia
A Polícia Civil de São Paulo e Paraná, em trabalho conjunto, desvendou o assassinato de Nicolly Fernanda Pogere, de 15 anos, em Hortolândia. Dois adolescentes, de 17 e 14 anos, confessaram o crime, que a polícia descreveu com “riqueza de detalhes”. Aliás, a vítima foi esfaqueada e esquartejada, demonstrando “requintes de crueldade” e “violência extrema”, segundo a investigação.
Um cão farejador da Guarda Municipal encontrou o corpo de Nicolly em uma lagoa de Hortolândia. Um dos suspeitos apreendidos é o namorado da vítima, de 17 anos. A outra adolescente, de 14 anos, também apreendida, mantinha um relacionamento com ele. O crime chocou a todos, inclusive a polícia, devido à sua violência e ao envolvimento de menores. Surpreendentemente, os suspeitos escreveram a sigla do PCC no corpo da adolescente para disfarçar a autoria e a real motivação. A polícia investiga o caso como feminicídio.
A mãe de Nicolly, Priscila Magrin, expressou sua dor nas redes sociais, clamando por justiça. Primeiramente, Nicolly foi de Mococa a Hortolândia em 29 de junho para visitar o avô e o namorado. Ela ficou alguns dias na casa do suspeito. A família perdeu contato com ela em 14 de julho. O namorado alegou que haviam terminado o relacionamento em 12 de julho; a partir daí, Nicolly desapareceu. O avô registrou o desaparecimento, iniciando a investigação. A polícia acredita que a morte ocorreu próximo à data do desaparecimento.
O delegado José Regino Melo Lages Filho informou a versão dos adolescentes. Eles alegaram que Nicolly os atacou com uma faca por ciúmes, e a esfaquearam para se defender. Conforme a polícia, eles não planejavam matar, mas decidiram esquartejar o corpo para ocultá-lo. Em 18 de julho, um cão farejador encontrou o corpo de Nicolly, enrolado em lençóis e uma lona, parcialmente submerso. O pai do namorado reconheceu os materiais. O corpo apresentava muitas perfurações e as iniciais do PCC, contradizendo a versão dos suspeitos. Eles não demonstraram arrependimento.
Em 20 de julho, a polícia apreendeu os dois adolescentes na casa da avó do garoto, em Cornélio Procópio (PR). Eles confessaram a fuga por medo. A Fundação Casa Andorinhas, em Campinas, os recebeu para internação provisória. A Polícia Civil investiga se eles tiveram ajuda na fuga e se a avó sabia do crime. O delegado esclareceu que os adolescentes responderão por ato infracional, com internação inicial de 45 dias.


