Economia

Novo índice revela quais cidades transformam melhor os impostos pagos em qualidade de vida

Ferramenta pioneira compara 396 municípios brasileiros e mostra disparidades regionais na eficiência do gasto público. Osasco (SP) lidera ranking nacional, seguido de São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ), Votuporanga (SP) e Curitiba (PR)

O Retornômetro, desenvolvido pela Assertif, avaliou 396 municípios com mais de 100 mil habitantes e revelou quais cidades convertem com maior eficiência a arrecadação tributária em saúde, educação, infraestrutura, emprego e governança. Osasco (SP) alcançou a melhor nota do país (783,3 pontos), seguido por São Paulo (640,4) e Volta Redonda (RJ) (631,5). A média nacional ficou em 481,2 pontos.

A metodologia do Retornômetro combina dados oficiais de fontes como IBGE, FINBRA, DATASUS e INEP. Os indicadores foram organizados em três eixos centrais: Viver (qualidade de vida, saúde, educação, saneamento), Prosperar (emprego, renda e desenvolvimento econômico) e Governar (transparência, equilíbrio fiscal e capacidade de investimento). Cada município recebeu uma nota de 0 a 1000, revelando sua eficiência relativa na aplicação dos recursos públicos.

A análise mostra que regiões mais ricas tendem a apresentar melhor desempenho. O Sul lidera a média nacional com 526,6 pontos, seguido pelo Sudeste (519,2). Já o Norte e o Nordeste ficaram em patamares mais baixos, com médias de 399,9 e 401,3, respectivamente — evidenciando as desigualdades estruturais de gestão pública no país.

Segundo o estudo, 60,6% dos municípios analisados superaram a média nacional, mas a variação de desempenho ainda é expressiva: enquanto Osasco (SP) lidera com 783,3 pontos, outros municípios registraram índices abaixo de 200.

“O Retornômetro traz uma métrica clara e objetiva para um debate que, até hoje, era dominado por percepções e narrativas políticas. Pela primeira vez, conseguimos mensurar com precisão onde os impostos de fato geram valor público e onde ainda há gargalos de eficiência”, afirma José Guilherme Sabino, CEO do Grupo Assertif.

A iniciativa também se insere no contexto do paradoxo fiscal brasileiro: embora o país tenha carga tributária comparável à de nações desenvolvidas, o retorno social permanece aquém do esperado. Países como Noruega e Finlândia combinam alta arrecadação com serviços de excelência, enquanto o Brasil figura entre os últimos colocados em índices internacionais de retorno social dos tributos.

“O índice não pretende apontar culpados, mas sim oferecer uma ferramenta técnica de diagnóstico e comparação. Ao evidenciar boas práticas municipais, esperamos apoiar gestores, pesquisadores e cidadãos na busca por uma gestão pública mais eficiente e transparente”, completa Sabino.

O Retornômetro é uma iniciativa da Assertif, empresa brasileira especializada em soluções tecnológicas em tributos, financeira e de gestão, com mais de 23 anos de atuação no mercado. A ferramenta será atualizada periodicamente e está disponível em plataforma interativa, permitindo consultas por município, estado e região.

Cidades em destaque

O Retornômetro, ferramenta que mede a eficiência do gasto público em municípios brasileiros ao relacionar resultados sociais e econômicos com a receita per capita, revela cinco experiências emblemáticas que ajudam a ilustrar como diferentes realidades podem gerar alto retorno ao cidadão. Osasco (SP), São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ), Votuporanga (SP) e Curitiba (PR) figuram entre as primeiras colocações do ranking, mostrando que tanto grandes capitais quanto cidades médias podem alcançar excelência em gestão.

Em primeiro lugar aparece Osasco (SP), com 783 pontos. A cidade avançou na modernização administrativa por meio de programas como o “Osasco Sem Papel”, que digitalizou processos e reduziu custos burocráticos, com expansão recente para automatizar a comunicação entre Prefeitura e Câmara Municipal. Ao mesmo tempo, fortaleceu iniciativas sociais como o “Osasco Solidária”, incluindo campanhas de agasalho e apoio a vulneráveis, e manteve dinamismo econômico com forte participação industrial e comercial, fatores que explicam o destaque nos eixos Governar e Prosperar.

Na sequência, em 2º lugar, São Paulo (SP) alcançou 640 pontos. A maior cidade do país conseguiu traduzir sua escala em resultados: ampliou o saneamento básico, conectando cerca de 650 mil famílias à rede de esgoto via Projeto Novo Rio Pinheiros, com progresso contínuo em 2025 e benefícios socioeconômicos estimados em R$16 bilhões. Expandiu a atenção primária em saúde e ampliou o acesso à educação infantil. Os dados oficiais do IDEB confirmam avanços consistentes no desempenho da rede municipal, com notas de 6.2 nos anos iniciais e 5.1 nos finais em 2023. Isso reforça o impacto do investimento público ajustado ao custo por habitante.

O 3º lugar é de Volta Redonda (RJ), com 631 pontos. O município fluminense destacou-se principalmente na educação, alcançando em 2023 a maior nota do Sul Fluminense no IDEB dos anos finais, com média de 5,4, acima da nacional. Esse desempenho reflete políticas de valorização docente e infraestrutura escolar. No campo da governança, a cidade obteve alta nota na Escala Brasil Transparente da Controladoria-Geral da União, posicionando-se como uma das administrações mais abertas do estado.

Em 4º lugar, Votuporanga (SP) registrou 631 pontos. O município de médio porte se destacou em rankings nacionais de eficiência em gestão pública, ocupando a 12ª posição no Brasil em 2024 por entregar serviços básicos com gasto otimizado, especialmente em educação e saúde. Isso confirma que eficiência não é exclusividade das grandes capitais.

Fechando o grupo, Curitiba (PR) surge em 5º lugar, com 623 pontos. A capital paranaense combina tradição em planejamento urbano com resultados efetivos em educação e saneamento. A rede municipal apresenta notas consistentes no IDEB, como médias acima de 6 em anos iniciais em diversas escolas, e reduzida distorção idade-série, enquanto os dados do SNIS indicam cobertura elevada de coleta e tratamento de esgoto, com quase 100% de atendimento urbano. A cidade também fortaleceu sua base de capital humano com políticas de qualificação profissional e apoio ao ecossistema de inovação.

O Retornômetro mostra que diferentes contextos podem alcançar bons resultados quando há coerência entre arrecadação, aplicação dos recursos e foco em resultados sociais. Mais do que medir desempenho, o índice ajuda a revelar que eficiência em gestão pública é possível e já é realidade em várias partes do Brasil.

 

Highlights:

  • 58% das 50 melhores cidades, segundo o indicador retornômetro, estão concentradas no estado de São Paulo.
  • 7 estados brasileiros têm cidades que figuram entre as 50 melhores, ou seja, apenas 26% dos estados estão presentes entre as 50+.
  • O retornômetro é composto por 89 subindicadores que mensuram os retornos e reflexo das gestões a população e economia. Para uma análise ainda mais consistente, dividimos em 3 grandes eixos:
    • Viver: avalia a qualidade de vida.
    • Prosperar: apresenta melhores condições econômicas.
    • Governar: mede a eficiência da gestão.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

Setor de serviços cresce 0,6% em setembro e mantém oito meses seguidos de alta

© Fernando Frazão/Agência Brasil

O destaque do mês foi o segmento de transportes, armazenagem e correio, que cresceu 1,2% e responde por 36,4% do índice geral

O setor de serviços, o que mais emprega no país, voltou a crescer em setembro e alcançou o maior patamar da série histórica, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, dia 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço foi de 0,6% em relação a agosto, marcando o oitavo mês consecutivo de expansão, com alta acumulada de 3,3% no período. Em comparação a setembro de 2024, o setor cresceu 4,1%, e no acumulado de 12 meses, 3,1%.

Desde abril, os serviços vêm batendo recordes e estão 19,5% acima do nível pré-pandemia de fevereiro de 2020, consolidando-se como o principal motor da economia brasileira em 2025.

O destaque do mês foi o segmento de transportes, armazenagem e correio, que cresceu 1,2% e responde por 36,4% do índice geral.

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a logística vem sendo impulsionada pela alta no comércio eletrônico e pela safra agrícola recorde de 2025, que aumentou o escoamento de cargas pelo país.

“A maior comercialização de produtos online movimenta o armazenamento, a logística e o transporte até o consumidor final”, explicou Lobo.

O transporte aéreo de passageiros também apresentou expansão, reflexo do aumento da renda das famílias e da queda média dos preços das passagens.
Nos últimos 12 meses, o setor de transportes acumula crescimento de 3,1%.

Outras duas atividades analisadas pelo IBGE apresentaram alta no mês:

  • Serviços de informação e comunicação: +1,2%

  • Outros serviços: +1,6%

Por outro lado, serviços prestados às famílias (-0,5%) e serviços profissionais e administrativos (-0,6%) registraram retração leve, o que não impediu o saldo positivo do setor.

Com esses resultados, o desempenho de setembro é o segundo melhor de 2025, atrás apenas de fevereiro (+0,9%).

O índice de atividades turísticas (Iatur) cresceu 0,1% em setembro, acumulando alta de 5,7% no ano e 6,6% em 12 meses.

As atividades de turismo estão 11,5% acima do nível pré-pandemia, impulsionadas principalmente pelo transporte aéreo.
Belém (PA), que sedia neste mês a COP30, apresentou a maior alta regional, de 4,9%, possivelmente devido à antecipação de reservas de hospedagem.

O índice inclui 22 tipos de serviços ligados ao turismo, como hotéis, agências de viagem e transporte de passageiros, em 17 estados monitorados pelo IBGE.

O setor de serviços é considerado um termômetro da economia brasileira, reunindo áreas como turismo, tecnologia, alimentação, beleza e logística.
Com oito meses seguidos de alta, o segmento reafirma seu papel de principal gerador de empregos e dinamizador da renda no país.

Segundo o IBGE, a atual sequência de crescimento iguala a série registrada entre fevereiro e setembro de 2022, período em que o Brasil ainda se recuperava da pandemia.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

Mudanças no vale-alimentação ajudam a conter inflação, diz Abras

© Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

Novo decreto do Programa de Alimentação do Trabalhador cria limites de taxas e amplia concorrência no setor

O novo decreto que regulamenta o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi recebido com entusiasmo pelo setor supermercadista. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as mudanças vão tornar o sistema mais justo e eficiente, beneficiando tanto trabalhadores quanto o comércio.

A entidade classificou o decreto, assinado nesta terça-feira, dia 11, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como “um marco histórico” para o país. Entre as principais novidades, estão limites para taxas cobradas pelas operadoras, redução no prazo de repasse aos estabelecimentos e interoperabilidade entre bandeiras de cartões.

O decreto define que a taxa máxima (MDR) cobrada dos estabelecimentos será de 3,6%, enquanto a tarifa de intercâmbio terá teto de 2%. As empresas terão 90 dias para se adequar.

Outra medida importante é a interoperabilidade plena entre bandeiras: em até 360 dias, qualquer cartão do PAT deverá funcionar em qualquer maquininha de pagamento. A mudança facilita o uso dos benefícios e amplia a concorrência entre operadoras.

O prazo de repasse dos valores aos estabelecimentos também foi reduzido — agora, o pagamento deve ocorrer em até 15 dias corridos após a transação. Hoje, restaurantes e mercados esperam até 30 dias para receber.

De acordo com a Abras, as novas regras trarão mais previsibilidade ao setor e devem diminuir custos de operação, permitindo redução de preços ao consumidor final.

“O novo PAT colocará mais comida na mesa do trabalhador e ajudará no combate à inflação”, afirmou João Galassi, presidente da Abras.

Ele destacou que a simplificação do sistema também favorece pequenos e médios comércios, que passam a ter acesso mais fácil aos sistemas de pagamento.

“Com custos menores e prazos mais curtos, todo comércio poderá aceitar o voucher alimentação e refeição. O resultado será uma cesta básica mais barata e um sistema mais justo para todos”, disse Galassi.

O decreto também proíbe práticas abusivas, como descontos indevidos, prazos incompatíveis com repasses pré-pagos e vantagens financeiras não relacionadas à alimentação.

Além disso, os arranjos de pagamento com mais de 500 mil trabalhadores deverão ser abertos em até 180 dias, o que deve reduzir a concentração de mercado e incentivar a concorrência.

A Abras considera que as mudanças representam um avanço no ambiente de negócios e um alívio para o consumidor, que deve sentir o impacto positivo na formação de preços de alimentos.

As novas regras também devem estimular a modernização tecnológica do sistema de benefícios e garantir mais transparência nas operações.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

EUA devem reduzir tarifas sobre café e Brasil será o maior beneficiado

O presidente americano Donald Trump anunciou que os Estados Unidos vão reduzir tarifas sobre importações de café, medida que pode favorecer diretamente o Brasil, maior exportador mundial do grão. A declaração foi feita à emissora Fox News, sem detalhes sobre prazos ou percentuais de corte.

Os Estados Unidos consomem cerca de 25 milhões de sacas de café por ano, das quais 7,5 a 8 milhões têm origem brasileira, segundo a analista de agronegócios Renata Marconato, da MB Agro. O país é líder na produção de café arábica, com 40 a 45 milhões de sacas por safra.

Outros produtores importantes são Colômbia, Indonésia, Etiópia e Honduras, mas em volumes bem menores — entre 6 e 13 milhões de sacas. Até agora, o café brasileiro enfrentava um tarifaço de 50%, que reduzia sua competitividade no mercado americano.

A revisão tarifária ocorre após encontros recentes entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O primeiro, em outubro, na Malásia, destravou as negociações bilaterais, embora não tenha eliminado as tarifas de imediato.

Fontes ligadas ao governo brasileiro informam que o país pediu a retirada de sobretaxas para café, carnes, pescados e frutas, argumentando que esses produtos não competem com a produção americana.

Por não haver cultivo expressivo de café nos EUA, o grão é considerado o item com maior flexibilidade para isenção, segundo o secretário de Comércio americano Howard Lutnick. As plantações locais, concentradas no Havaí e em Porto Rico, suprem menos de 1% do consumo interno.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Pavel Cardoso, o café foi inicialmente incluído no tarifaço por motivos estratégicos. “A pressão econômica já não se justifica. O Brasil responde por 34% das vendas ao país e 76% dos americanos consomem café diariamente”, afirmou.

O café movimenta cerca de US$ 343 bilhões ao ano, o equivalente a 1,2% do PIB americano, segundo dados do setor. Para cada dólar importado, outros US$ 43 circulam na economia dos EUA em atividades ligadas ao consumo do produto.

Cardoso avalia que a redução das tarifas pode ser anunciada oficialmente nas próximas semanas. “É uma expectativa positiva. O café brasileiro tem peso cultural e econômico forte nos Estados Unidos”, afirmou.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

Brasileiros sacaram R$ 455,6 milhões esquecidos em bancos em setembro

O Banco Central (BC) informou que os brasileiros resgataram R$ 455,68 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro durante o mês de setembro deste ano. Desde a criação do Sistema de Valores a Receber (SVR), o programa já devolveu R$ 12,22 bilhões a clientes bancários.

Mesmo assim, ainda há R$ 9,73 bilhões disponíveis para saque por pessoas físicas e jurídicas que não solicitaram o resgate.

O Sistema de Valores a Receber permite que o cidadão consulte se ele, uma empresa ou até uma pessoa falecida têm valores esquecidos em bancos, cooperativas, consórcios, corretoras ou outras instituições financeiras.

A consulta é simples e pode ser feita no site valoresareceber.bcb.gov.br, informando apenas:

  • CPF e data de nascimento (para pessoas físicas) ou

  • CNPJ e data de abertura da empresa (para pessoas jurídicas, inclusive encerradas).

Caso exista algum valor disponível, o acesso completo às informações e o pedido de resgate exigem login com conta Gov.br nos níveis prata ou ouro, com verificação em duas etapas.

Três formas de resgatar os valores

  1. Contato direto com a instituição financeira responsável pelo valor;

  2. Solicitação pelo próprio sistema do BC;

  3. Resgate automático, disponível desde maio de 2025 para pessoas físicas com chave Pix do tipo CPF.

Essa nova funcionalidade credita automaticamente o dinheiro na conta do cidadão, sem necessidade de acessar o site com frequência.

Até o fim de setembro, 34,2 milhões de correntistas já haviam resgatado seus valores — sendo 30,9 milhões de pessoas físicas e 3,3 milhões de empresas.

Por outro lado, 53,3 milhões de beneficiários ainda não retiraram o dinheiro, incluindo 48,6 milhões de pessoas físicas.

A maior parte dos valores é de pequenas quantias:

  • Até R$ 10: 64,6% dos casos

  • De R$ 10,01 a R$ 100: 23,8%

  • De R$ 100,01 a R$ 1 mil: 9,7%

  • Acima de R$ 1 mil: apenas 1,8% dos beneficiários

O Banco Central reforça que não envia links, mensagens ou ligações sobre valores a receber e não cobra por nenhum serviço. Todos os procedimentos devem ser feitos exclusivamente pelo site oficial.

O BC também alerta que ninguém está autorizado a pedir senhas ou dados pessoais em nome da instituição.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

Mulheres empreendedoras têm 20% menos inadimplência

Cerca de 90% dos negócios femininos faturam até R$ 300 mil por ano, ante 85% entre os masculinos. Em empresas que superam R$ 1 milhão, a presença feminina cai para 2,6%, contra 4,3% dos homens

Empresas lideradas por mulheres demonstram maior equilíbrio financeiro e menor risco de inadimplência no Brasil. Um estudo inédito da Serasa Experian, divulgado nesta terça-feira, dia 11, em comemoração ao Dia do Empreendedorismo Feminino, revelou que os negócios com sócias têm 20% menos restrições ativas do que aqueles comandados por homens.

O levantamento integra a 5ª edição do Boletim Panorama PME, produzido pela datatech, e analisou 23 milhões de empresas ativas em todo o país. Além da inadimplência, o estudo comparou idade média, porte, faturamento e longevidade dos negócios conforme o gênero do sócio principal.

Segundo o boletim, 16% das empresas com sócias possuem registros de inadimplência, contra 20% entre as lideradas por homens — uma diferença de 20% menos ocorrências.

O Score PJ, que vai de 0 a 1000 e indica a reputação financeira da empresa, também apresentou resultados mais equilibrados entre mulheres. 42% dos negócios femininos estão nas faixas intermediárias (400 a 600 pontos), contra 38% dos masculinos.

Nas faixas de risco mais alto (até 300 pontos), a presença feminina é ligeiramente menor (32% contra 33%). Já nas faixas mais altas (acima de 700 pontos), os índices são semelhantes: 19% entre mulheres e 21% entre homens.

A diferença se repete no Score PF das sócias. Apenas 5% das empreendedoras estão nas faixas de maior risco (até 300 pontos), contra 6% entre os homens.
Nas faixas mais altas (acima de 700 pontos), 52% das mulheres aparecem bem avaliadas — frente a 50% dos sócios homens.

“Um bom Score reflete uma gestão financeira saudável. As mulheres têm demonstrado cuidado crescente com o controle de crédito, o que fortalece a credibilidade dos negócios”, explica Mariana Figueiredo, diretora de Produtos e Tecnologia para PMEs da Serasa Experian.

Quando o tema é longevidade, as diferenças entre gêneros praticamente desaparecem. A média do indicador é de 4,6 entre empresas com sócias e 4,8 entre as lideradas por homens, o que indica níveis semelhantes de estabilidade.

Mesmo com empresas menores e mais jovens, as empreendedoras demonstram resiliência comparável. Apenas 6% das empresas com sócias estão nas faixas de menor risco (níveis 8 a 10), ante 8% das masculinas, enquanto 25% de ambos os grupos aparecem nas faixas mais vulneráveis (1 a 3).

As mulheres empreendedoras são, em média, quatro anos mais jovens que os homens e comandam empresas até 50% menores em porte e faturamento.
Cerca de 90% dos negócios femininos faturam até R$ 300 mil por ano, ante 85% entre os masculinos. Em empresas que superam R$ 1 milhão, a presença feminina cai para 2,6%, contra 4,3% dos homens.

O retrato também mostra predominância de microempresas (58%) e forte atuação no comércio (48%), seguida pela indústria (23%). Já os homens aparecem mais concentrados em serviços especializados e construção civil.

O estudo faz parte do boletim Panorama PME, produzido trimestralmente pela Serasa Experian. A publicação reúne análises sobre emprego, crédito, inadimplência e insolvência em micro, pequenas e médias empresas.

A pesquisa utiliza dados de CNPJ e CPF dos sócios principais, cruzando informações sobre idade, faturamento, Score, longevidade e porte. O objetivo é oferecer uma visão ampla do comportamento financeiro das PMEs brasileiras e contribuir para políticas e estratégias de fomento.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

São Paulo lidera turismo internacional com mais de 2,2 milhões de visitantes em 2025

Nos 10 primeiros meses de 2025, o estado da região Sudeste já recebeu 2.232.188 de visitantes do exterior (Foto: Embratur – Sebrae / Divulgação)

Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, o resultado é fruto de uma estratégia voltada à valorização da diversidade brasileira

O estado de São Paulo consolidou, em 2025, sua posição como principal porta de entrada de turistas estrangeiros no Brasil. De janeiro a outubro, foram 2.232.188 visitantes internacionais, número 21,5% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior.

O desempenho reforça o papel estratégico de São Paulo no turismo brasileiro, seguido por Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, conforme dados divulgados pela Embratur, em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e a Polícia Federal (PF).

Somente em outubro, o estado recebeu 215,5 mil turistas estrangeiros, alta de 7,4% em relação a 2024. O crescimento acompanha a tendência nacional: o Brasil somou 7,6 milhões de chegadas internacionais nos primeiros dez meses do ano, o maior número da série histórica.

O total representa um aumento de 42,2% sobre o mesmo período de 2024, quando o país havia recebido pouco mais de 5,4 milhões de visitantes.

Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, o resultado é fruto de uma estratégia voltada à valorização da diversidade brasileira:

“Estamos mostrando ao mundo que o Brasil é muito mais do que sol e praia. É um destino diverso, sustentável e acolhedor, com experiências que atraem visitantes de todos os perfis.”

A Argentina segue como principal país emissor de turistas ao Brasil, com quase 3 milhões de visitantes entre janeiro e outubro — aumento de 85,4% sobre 2024. O número já supera todo o volume de entradas argentinas no ano passado.

Na sequência aparecem:

  • Chile, com 661,8 mil visitantes (+27,7%)

  • Estados Unidos, com 614,3 mil (+7,3%)

  • Uruguai, com 453,6 mil (+37,2%)

  • Paraguai, com 421,8 mil (+14,2%)

Freixo destacou ainda que o avanço do turismo internacional reforça o papel econômico e social do setor:

“O turismo está se tornando uma tendência global para o Brasil, com geração de empregos e oportunidades em todas as regiões.”

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

Dólar recua para R$ 5,28 e real se fortalece após avanço político nos EUA

O movimento também refletiu em um novo avanço do Ibovespa, que superou os 156 mil pontos, e na queda das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs)

O dólar iniciou esta terça-feira, dia 11, em queda no Brasil, acompanhando o movimento global de busca por ativos de maior risco. O recuo ocorreu após o Senado dos Estados Unidos aprovar uma proposta que encerra a paralisação do governo norte-americano, o que elevou o otimismo nos mercados internacionais.

Às 10h36, o dólar à vista caía 0,49%, cotado a R$ 5,2815. Na B3, o contrato futuro para dezembro — o mais negociado — recuava 0,17%, a R$ 5,3040.

A aprovação do projeto, que restabelece o financiamento de agências federais, foi interpretada como sinal de estabilidade política. A proposta agora segue para a Câmara dos Deputados, onde deve ser votada nos próximos dias, antes da sanção do presidente Donald Trump.

A expectativa de um acordo definitivo reduziu o clima de incerteza e estimulou o apetite por ativos de países emergentes, como ações brasileiras e moedas latino-americanas.

O movimento também refletiu em um novo avanço do Ibovespa, que superou os 156 mil pontos, e na queda das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs).

No cenário doméstico, o IBGE divulgou que o IPCA, índice oficial de inflação, subiu apenas 0,09% em outubro, abaixo das expectativas do mercado (0,16%). Em 12 meses, a taxa acumulada ficou em 4,68%, reforçando o processo de desinflação.

Já a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que a inflação de serviços está desacelerando, mas ainda apresenta resistência. O documento também mencionou o impacto da nova isenção do Imposto de Renda e uma tendência mais clara de queda das expectativas inflacionárias de longo prazo.

O Banco Central anunciou leilão de 45 mil contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos no início de dezembro, medida que ajuda a estabilizar o mercado de câmbio.

Na segunda-feira, dia 10, o dólar já havia fechado em queda de 0,51%, a R$ 5,3076, refletindo o mesmo movimento de confiança observado nesta terça-feira.

Analistas avaliam que a combinação de alívio político nos EUA, inflação controlada no Brasil e alta na Bolsa cria um cenário favorável ao real no curto prazo. No entanto, alertam que o equilíbrio fiscal e a condução da política monetária continuam sendo determinantes para a trajetória da moeda brasileira.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

OCDE elogia reforma tributária e prevê economia mais competitiva no Brasil

© REUTERS/Charles Platiau/Direitos Reservados

A reforma tributária brasileira deve tornar o país mais competitivo e atrativo para investimentos, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo internacional, divulgado nesta segunda-feira, dia 10, reconhece o novo modelo de tributação sobre o consumo como um avanço histórico na simplificação de impostos.

De acordo com o relatório The Reform of Brazil’s Consumption Tax System (A Reforma Brasileira do Sistema Tributário sobre o Consumo), o novo sistema criará um ambiente econômico mais justo, transparente e previsível — fatores essenciais para o crescimento sustentável.

A principal mudança é a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) moderno, que substituirá cinco tributos atualmente em vigor nos âmbitos federal, estadual e municipal.
O modelo será dual, composto por um IVA federal e outro estadual/municipal, ambos com as mesmas regras e bases de cálculo.

Segundo o relatório, essa padronização reduz a complexidade e elimina distorções que há décadas dificultam o ambiente de negócios no Brasil.

“Essa reforma representa grande promessa para um ambiente econômico mais competitivo e favorável aos investidores”, diz o documento da OCDE.

Um dos pontos mais elogiados pela organização é a uniformidade na base de cálculo entre as esferas de governo.
Nem o governo federal nem os estados e municípios poderão alterar individualmente as regras ou criar exceções, o que deve aumentar a segurança jurídica para empresas e consumidores.

O relatório aponta que essa unificação tem potencial para simplificar o sistema atual e reduzir custos operacionais, além de garantir maior transparência nas arrecadações.

A OCDE também alerta que o sucesso da reforma dependerá da coordenação entre as instâncias administrativas.
Será essencial que estados e municípios adotem interpretações padronizadas das normas, evitando que cada ente federativo crie regulações próprias — prática comum no modelo atual.

“Permitir que cada um dos 27 estados e 5.570 municípios emita regulamentos e interpretações individuais prejudicaria o objetivo da reforma”, destaca o texto.

Com a implementação do IVA dual e a simplificação de processos, a reforma é considerada pela OCDE um marco na modernização do sistema tributário brasileiro.

Especialistas apontam que o novo modelo deve estimular investimentos, reduzir litígios e impulsionar o crescimento econômico nos próximos anos.

COMPARTILHE NAS REDES

Economia

Conheça as principais moedas digitais disponíveis no Brasil e saiba como investir com segurança

Bitcoin, Ethereum, stablecoins e redes emergentes ganham espaço entre investidores brasileiros; país alcançou a 5ª posição mundial em adoção de criptoativos

O mercado de criptomoedas continua em forte expansão no país, impulsionado pela busca de diversificação de investimentos e pelo avanço da regulação. Entre os ativos digitais mais relevantes estão Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), stablecoins (como USDT e USDC) e redes emergentes como Solana, Polygon e Avalanche. Segundo Cleverson Pereira, head educacional da OnilX, exchange brasileira focada em soluções de pagamento com ativos digitais, assessoria e educação financeira, conhecer as características de cada moeda é fundamental para reduzir riscos e tomar decisões conscientes.

O Bitcoin, lançado em 2009, é a primeira e mais conhecida criptomoeda do mundo. Baseado no mecanismo de consenso proof-of-work, possui emissão limitada a 21 milhões de unidades, o que reforça sua escassez. “O Bitcoin é considerado uma espécie de ‘ouro digital’, por sua descentralização e alta liquidez, mas enfrenta desafios importantes, como o consumo elevado de energia e a volatilidade de preço”, explica Pereira.

Já o Ethereum, criado em 2015, é mais do que uma moeda: trata-se de uma plataforma que permite o desenvolvimento de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados. Após migrar para o modelo proof-of-stake, reduziu drasticamente seu consumo energético. Consolidado entre investidores e desenvolvedores, o Ethereum ocupa posição estratégica em setores como finanças descentralizadas (DeFi), tokens não fungíveis (NFTs) e infraestrutura de aplicativos.

As stablecoins, por sua vez, são ativos digitais atrelados a moedas fiduciárias, como o dólar americano, oferecendo maior previsibilidade em um mercado altamente volátil. “Esses ativos funcionam como uma ponte entre o mundo tradicional e o digital. Contudo, sua estabilidade depende da robustez das reservas que sustentam sua paridade”, afirma o especialista.

No campo das redes emergentes, Solana, Polygon e Avalanche despontam como alternativas mais rápidas e com taxas menores que o Ethereum. Essas plataformas buscam maior escalabilidade e inovação, mas ainda não possuem o mesmo histórico de segurança ou ampla adoção institucional.

“São projetos promissores, mas que exigem atenção redobrada do investidor, justamente por ainda estarem em processo de amadurecimento”, acrescenta Pereira.

 Como investir com segurança

 De acordo com o especialista da OnilX, os investidores devem adotar uma estratégia de gestão de risco para navegar no mercado cripto. Isso inclui analisar aspectos como descentralização, liquidez, auditoria de código e conformidade regulatória. Também é essencial diversificar o portfólio, escolher exchanges confiáveis e definir a forma de custódia dos ativos.

“Manter equilíbrio na carteira é crucial. Uma boa prática é combinar ativos consolidados, como Bitcoin e Ethereum, com stablecoins para estabilidade, e destinar apenas uma parcela reduzida a projetos emergentes”, orienta Pereira.

No Brasil, os investidores ainda precisam ficar atentos às obrigações fiscais. A Receita Federal exige a declaração de criptoativos no imposto de renda e o Congresso discute propostas de regulamentação para stablecoins e corretoras digitais. “O país já avançou muito nesse tema, mas ainda estamos em fase de consolidação. É fundamental acompanhar a legislação para proteger o patrimônio e investir de forma consciente”, completa.

Mercado brasileiro

 Em 2025, o Brasil alcançou a 5ª posição mundial em adoção de criptoativos, segundo o relatório anual da Chainalysis, que avaliou 151 países. O levantamento considera não apenas o volume movimentado, mas também o impacto real das criptomoedas no cotidiano da população. O país aparece atrás apenas de Índia, Estados Unidos, Paquistão e Vietnã, superando mercados relevantes como Nigéria, Indonésia, Ucrânia e Reino Unido.

COMPARTILHE NAS REDES