Economia

Senado segue Câmara e também derruba decreto do IOF

Sessão do Senado Federal  durante sessão plenária semipresencial .  Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Parlamentares revogam texto do governo que aumenta alíquotas

Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil

Cerca de duas horas após ter sido derrubado em votação na Câmara dos Deputados, o decreto do governo federal que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também foi rejeitado em votação simbólica no plenário do Senado Federal, que aprovou um projeto de decreto legislativo (PDL) revogatório da medida até então em vigor.

As duas votações representam uma derrota política para o governo, que agora precisará definir outras formas de arrecadar ou economizar R$ 20,5 bilhões para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025. Isso porque o governo já bloqueou ou contingenciou outros R$ 31,3 bilhões em despesas deste ano.

A votação foi conduzida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que pautou o decreto logo após a decisão dos deputados.

Segundo o líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), o decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido fruto de um acordo político envolvendo os líderes do governo com os presidentes da Câmara e do Senado, e já esvaziava o alcance de uma medida anterior que havia sido revogada pelo próprio governo para atender exigência dos parlamentares.

“Essa Casa vive de cumprir acordos. Foi feito um acordo que está sendo descumprido. Eu não acho isso bom para o Parlamento”, criticou Jacques Wagner.

No Senado, todos os nove senadores do PT registraram voto contrário à derrubada do decreto. O senador Weverton Rocha (PDT-MA) também manifestou voto contrário.

Inclusão na pauta

A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada mais cedo pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem as redes sociais.

Segundo ele, a maioria da Câmara não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.

Já o governo alega que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública.

Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.

Mudanças

Entre as medidas propostas no decreto, estavam o aumento na taxação das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; das fintechs, de 9% para 15% a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), igualando-se aos bancos tradicionais; a taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda.

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda, juntamente com uma Medida Provisória (MP) para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal.

Debate

“O decreto do presidente da República visa fazer justiça tributária. Por mais que se fale, todos nós sabemos que muitos enviam, às vezes, dinheiro para o exterior, ou gastam dinheiro no exterior, fugindo do pagamento do IOF. E a ideia do governo era evitar essas fugas”, argumentou Jacques Wagner, líder do governo, durante a discussão da matéria no plenário do Senado.

Já o relator do PDL em plenário, senador Izalci Lucas (PL-DF), leu um parecer contrário ao aumento no IOF. Segundo o parlamentar, a medida afetaria micro e pequenas empresas, operações de câmbio, atividades de seguradoras e entidades de previdência complementar. Além disso, ele afirmou que a medida fere os princípios da legalidade tributária e da segurança jurídica.

“Por sua natureza constitucional, o IOF deve ser utilizado com finalidade regulatória e não como instrumento de arrecadação primária”, observou.

“O aumento do IOF sobre operações de crédito eleva sensivelmente o custo do capital para as empresas, especialmente as de menor porte, afetando também consumidores que dependem de crédito pessoal e imobiliário”, acrescentou.

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Economia

Governo anuncia aumento do etanol na gasolina para 30%

Foi autorizada elevação de 14% para 15% do biodiesel no diesel
Agência Brasil
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira, dia 25, o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina, que passará de 27% para 30%. Foi autorizado também a elevação do valor no biodiesel no diesel, dos atuais 14% para 15%.

Os novos percentuais entram em vigor a partir de 1º de agosto. A reunião do conselho teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Silveira.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, com a nova mistura de 30% de etanol na gasolina, o Brasil voltará a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos. Estima-se que o preço do combustível pode cair até 20 centavos nos postos. A expectativa do governo federal é investimentos na ordem de mais de R$ 10 bilhões e geração de 50 mil postos de trabalho com a mudança.

“A implementação do E30 [etanol] e do B15 [biodiesel] reduz a dependência brasileira em combustíveis fósseis, diminuindo a necessidade de importações, principalmente, em um momento de incertezas no mercado global. As medidas também ampliam o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, fortalecendo a produção nacional e contribuindo, ainda, para a redução de emissões e o desenvolvimento econômico do país”, diz nota divulgada pelo ministério.

Testes feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia apontam que o E30 é seguro e pode ser adotado imediatamente sem causar danos aos veículos e consumidores.

A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) celebrou a medida, argumentando que preserva o Brasil diante dos choques do cenário externo, regula preços de alimentos e possibilitará investimentos de R$ 200 bilhões no setor.

* Com informações do Ministério de Minas e Energia

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Economia

A estratégia chinesa por trás do domínio global dos carros elétricos

Canteiro de obras da nova fábrica de veículos elétricos da BYD em Camaçari, Bahia, em 17 de novembro de 2024. REUTERS/Adriano Machado

De subsídios massivos a planejamento de longo prazo, entenda como a China se tornou líder mundial em veículos elétricos, impulsionando empresas como a BYD e dominando cadeias de suprimentos essenciais, conforme reportagem da Agência O Globo 

Enquanto em muitos países os veículos elétricos ainda são considerados itens de luxo, a China se destaca como uma exceção, onde quase metade dos carros vendidos no ano passado eram elétricos. Antigamente conhecida como uma nação de bicicletas, a China agora é líder mundial nesse segmento.

O sucesso chinês no mercado de veículos elétricos é fruto de uma estratégia governamental de longo prazo. No início do século XXI, o governo chinês estabeleceu metas ambiciosas para dominar as “tecnologias do futuro”, incluindo os veículos elétricos. Wan Gang, um engenheiro que se tornou ministro do Comércio e da Ciência em 2007, é creditado como uma figura chave nessa transformação. Apesar de já ser o maior mercado automotivo global, as marcas chinesas não conseguiam competir com a qualidade e eficiência das montadoras europeias, americanas e japonesas em veículos a combustão.

Embora os veículos elétricos tenham sido incluídos no plano econômico chinês de cinco anos já em 2001, foi na década de 2010 que o governo começou a fornecer grandes subsídios para impulsionar o setor. O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) estima que, de 2009 ao final de 2023, o governo chinês investiu cerca de US$ 231 bilhões no desenvolvimento da indústria de veículos elétricos. Esse apoio financeiro e a assistência governamental se estenderam a consumidores, fabricantes de automóveis, fornecedores de eletricidade e baterias.

Essa estratégia incentivou empresas como a BYD a focar na produção de veículos elétricos, e a CATL, fundada em 2011, a se tornar responsável por um terço da produção global de baterias para veículos elétricos, fornecendo para gigantes como Tesla, Volkswagen e Ford. A combinação de planejamento de longo prazo e financiamento governamental também permitiu que a China dominasse cadeias de suprimentos críticas na produção de baterias e construísse a maior rede pública de carregamento do mundo.

Atualmente, a BYD lidera o mercado global de veículos elétricos, superando a Tesla. Impulsionada por um vasto mercado interno, a empresa agora busca expandir suas vendas no exterior, incluindo o Brasil, onde está construindo uma fábrica na Bahia. Além da BYD, outras startups chinesas estão produzindo veículos elétricos acessíveis para o mercado de massa.

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Economia

Avery Dennison destaca impacto positivo de melhorias na reciclagem de embalagens no Brasil e globalmente

Isabela Galli, Vice-Presidente da Avery Dennison Materials Group para América Latina

Pesquisa inédita aponta que um aumento de 1% na taxa de reciclagem pode reduzir milhares de toneladas de resíduos plásticos por ano, fortalecendo a economia circular e a sustentabilidade

Uma nova pesquisa realizada pela Avery Dennison, empresa global de ciência de materiais e soluções de identificação digital com unidade fabril em Vinhedo, na região próxima de Valinhos, revela dados animadores sobre o potencial de melhorias na reciclagem de embalagens. Segundo o estudo, um simples aumento de 1% na taxa de reciclagem de resíduos plásticos poderia evitar cerca de 2.000 toneladas de resíduos por ano, considerando uma indústria de engarrafamento que produz aproximadamente 10 bilhões de frascos no mesmo período.

O levantamento, que abrangeu 11 países na Europa, Ásia e Américas, incluindo o Brasil, também destaca os benefícios de embalagens com etiquetas autoadesivas de alta tecnologia. Essas etiquetas desempenham um papel fundamental na economia circular, facilitando uma reciclagem mais eficiente, apoiando sistemas de reutilização e refil, além de aumentar a transparência na cadeia de suprimentos.

Isabela Galli, Vice-Presidente da Avery Dennison Materials Group para América Latina, comenta que no Brasil há uma oportunidade única de acelerar essa transformação. “Os rótulos autoadesivos são essenciais para tornar o ciclo de vida das embalagens mais sustentável, especialmente com a crescente conscientização sobre economia circular e o avanço das infraestruturas de reciclagem no país”, afirma.

O relatório também destaca inovações tecnológicas em embalagens que facilitam a reciclagem de materiais como PET e HDPE, além de reduzir a contaminação durante o processo de reaproveitamento. Essas melhorias permitem às marcas globais de bens de consumo cumprir seus compromissos de sustentabilidade, atendendo às normas locais, nacionais e internacionais.

Presente no Brasil com unidades em Vinhedo, São Paulo, e Blumenau, Santa Catarina, a Avery Dennison celebrou recentemente a inauguração de sua maior linha de etiquetas autoadesivas na América Latina, reforçando seu compromisso com inovação e sustentabilidade no mercado brasileiro.

www.averydennison.com

Gabriel Abolis – gabriel.miura@spmj.com.br

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Economia

Governo de SP amplia atuação na China em inovação, mobilidade e infraestrutura sustentável

Os encontros trataram de temas como requalificação urbana e soluções integradas para o Trem Intercidades – Eixo Oeste

Comitiva liderada pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) visita CHINCA, PowerChina e China Construction Bank antes de seguir para Shenzhen

 Agência SP
A missão do Governo de São Paulo à China avança com uma série de reuniões técnicas voltadas à inovação em infraestrutura e à modernização da mobilidade ferroviária. Em Pequim, a comitiva paulista esteve com representantes da China International Contractors Association (CHINCA) e da PowerChina, empresas com atuação global em grandes obras de engenharia.

Os encontros trataram de temas como requalificação urbana e soluções integradas para o Trem Intercidades – Eixo Oeste, incluindo a modernização de estações como Sorocaba, São Roque e a construção da nova estação Brigadeiro Tobias, com investimento estimado de R$ 37 milhões.

LEIA TAMBÉM: Governo de SP inicia missão na China com foco em mobilidade e infraestrutura

Ainda na capital chinesa, o grupo se reuniu com o China Construction Bank (CCB), para debater instrumentos financeiros aplicáveis a concessões públicas. A comitiva é liderada pelo secretário de Parcerias em Investimentos do Estado (SPI), Rafael Benini, e conta com o presidente da ARTESP, André Isper, e o diretor de Assuntos Corporativos da CPP, Augusto Almudin.

“Estamos mostrando um portfólio robusto, com previsibilidade jurídica e foco em soluções eficientes e sustentáveis. A boa receptividade em todas as agendas demonstra o interesse internacional crescente pelos projetos paulistas”, destacou Rafael Benini.

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Economia

Balança comercial tem superávit de US$ 8,15 bilhões em abril

© Vosmar Rosa/MPOR
Resultado é o quarto melhor da história para o mês
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

A queda no preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional) fez o superávit da balança comercial encolher em abril, apesar do início de algumas safras. No mês passado, o país exportou US$ 8,153 bilhões a mais do que importou, divulgou nesta quarta-feira, dia 7, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Em relação a abril de 2024, o superávit caiu 3,3%. O resultado é o quarto melhor para o mês, só perdendo para abril de 2021, quando foi registrado superávit recorde de US$ 9,963 bilhões, 2022 e 2024.

A balança comercial acumula superávit de US$ 17,728 bilhões nos quatro primeiros meses de 2024. O valor representa queda de 34,2% em relação aos mesmos meses do ano passado. O recuo no valor acumulado ocorreu porque a balança comercial teve déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, motivado pela importação de uma plataforma de petróleo.

Tanto as exportações como as importações bateram recorde. Em abril, o país exportou US$ 30,409 bilhões, alta de 0,3% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado e o melhor abril desde 1989, quando começou a série histórica. As importações somaram US$ 22,256 bilhões, alta de 1,6% na mesma comparação e também o maior valor da história.

Exportações

Do lado das exportações, as vendas externas de soja, principal produto da agropecuária, caíram 6,1% em relação a abril do ano passado, por causa da queda de 9,7% dos preços médios. As vendas de minério de ferro recuaram 14,3%, motivada pela queda de 16,4% nos preços.

No entanto, a alta no preço do café e da carne bovina ajudaram a sustentar a balança. As vendas de alguns produtos, como carne bovina, veículos e ferro-gusa, subiram no mês passado, compensando a diminuição de preço dos demais produtos.

Importações 

Do lado das importações, as aquisições de motores, máquinas, medicamentos, componentes de veículos, adubos e fertilizantes químicos subiram. A maior alta ocorreu com os fertilizantes, cujo valor comprado aumentou US$ 327,4 milhões (+36,2%) em abril na comparação com abril do ano passado.

Volume de exportações 

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas caiu 0,5%, puxado pela queda na quantidade vendida de café e de cobre. Os preços aumentaram apenas 0,8% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 4,4%, impulsionado pelo crescimento econômico, mas os preços médios recuaram 2,9%, refletindo a queda no valor das commodities (bens primários com cotação internacional).

Setores

No setor agropecuário, a queda na quantidade vendida pesou mais para o recuo de 0,8% nas exportações do segmento. O volume de mercadorias embarcadas caiu 4,9% em abril na comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio subiu 4,5%.

Na indústria de transformação, a quantidade subiu 1,3%, com o preço médio subindo 1,5%, refletindo uma certa recuperação econômica na Argentina, o maior comprador de bens industrializados do Brasil.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 1,6%, enquanto os preços médios recuaram 5%, fruto da desaceleração econômica na China e do acirramento da guerra comercial por parte do governo de Donald Trump.

Estimativa

Segundo as estimativas mais recentes do Mdic, divulgadas em abril, o superávit deverá ficar em US$ 70,2, queda de 5,4% em relação a 2024. A próxima projeção será divulgada em julho.

Segundo o MDIC, as exportações devem subir 4,8% em 2025 na comparação com 2024, encerrando o ano em US$ 353,1 bilhões. As importações subirão 7,6% e fecharão o ano em US$ 282,9 bilhões. As estimativas, no entanto, devem ser revistas na próxima projeção, em julho, porque não consideram os efeitos do tarifaço de Donald Trump nem da retaliação comercial da China.

As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 75 bilhões neste ano.

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Economia

Mãe solo: pesquisa da Diversitera revela renda anual 32% menor em comparação a outras mulheres

Crédito: skynesher 

 

Levantamento ainda destaca que mulheres gastam 186 horas anuais a mais do que os homens com tarefas domésticas

 

Enquanto muitos celebram o Dia das Mães com homenagens e agradecimentos, uma nova pesquisa da Diversitera, realizada por meio da plataforma Diversitrack, convida à reflexão sobre a dura realidade enfrentada pelas mães solo no mercado de trabalho. Segundo o levantamento, realizado entre junho de 2022 e fevereiro de 2025 e que abrangeu mais de 70 organizações em 17 segmentos diferentes, essas mulheres possuem uma renda anual 32% menor em comparação a outras mulheres, uma diferença que reflete o impacto profissional da criação dos filhos sem a presença de parceiros.

Além da desigualdade salarial, a sobrecarga de trabalho doméstico é outro fator que impacta diretamente a vida das mulheres. A pesquisa revela que mulheres no mercado formal brasileiro dedicam, em média, 186 horas a mais por ano do que os homens às tarefas domésticas e ao cuidado familiar, limitando suas possibilidades de crescimento profissional.

Ana Paula Hining, especialista de gênero e diversidade na Diversitera, explica:

“Há uma distribuição desigual das tarefas domésticas e de cuidado entre homens e mulheres que as sobrecarrega e impacta diretamente em seu desenvolvimento profissional e encarreiramento. Isso que se convencionou chamar de ‘jornada de trabalho tripla’ – que envolve o trabalho remunerado, o trabalho doméstico e o cuidado com a família – faz com que elas tenham menos tempo disponível para networking, capacitação e participação em projetos estratégicos em relação aos homens. Ainda, muitas mulheres precisam lidar com a exaustão causada pelo acúmulo de tarefas, e pode acontecer de abrirem mão de promoções ou desafios que exigem maior dedicação por não conseguirem assumir todas essas responsabilidades.”

 

Mulheres no mercado corporativo

Outro dado alarmante é a baixa representatividade feminina em cargos de liderança: apenas 35% das posições de alta gestão (como diretoria, gerência executiva e C-level) são ocupadas por mulheres. Em contrapartida, elas são maioria em funções operacionais, como recepção e limpeza, representando 70% da força de trabalho nessas áreas.

Mesmo com maior escolaridade – 21,3% das mulheres têm ensino superior completo contra 16,8% dos homens, segundo o IBGE de 2022 –, ainda enfrentam obstáculos para alcançar cargos mais altos e salários mais justos. De acordo com o levantamento, mulheres recebem 20% menos promoções do que os homens, refletindo a dificuldade de progredir dentro das empresas.

Para Ana, a desigualdade de gênero na distribuição de cargos vai além de uma questão organizacional: “A divisão de trabalho ainda é permeada por vieses sexistas que reforçam estereótipos que associam mulheres a funções de suporte em vez de papéis estratégicos. E os dados mostram que o problema não é a qualificação, mas sim a falta de reconhecimento profissional e oportunidades. Existem barreiras invisíveis que fazem com que mulheres tenham suas competências subestimadas no ambiente corporativo.”

Neste Dia das Mães, a pesquisa da Diversitera reforça que a celebração precisa vir acompanhada de ações concretas. Garantir equidade de gênero e melhores condições para mães solo no mercado de trabalho é essencial para que a valorização dessas mulheres ultrapasse o simbolismo e se traduza em mudanças reais. “Sem mudanças estruturais, essas profissionais continuarão enfrentando desafios desproporcionais, que comprometem sua estabilidade financeira e crescimento profissional”, conclui a especialista.

 

Sobre a Diversitera

A Diversitera é uma startup dedicada à promoção da equidade social e econômica em organizações de diversos perfis, transformando Diversidade e Inclusão em pilares estratégicos. Com uma equipe experiente e apaixonada por dados, a empresa oferece uma gama de serviços, incluindo censo diagnóstico de DEI, consultoria, ações de comunicação institucional e capacitação. Seu principal recurso é a Diversitrack, uma  plataforma SaaS  para coleta de dados que proporciona uma análise aprofundada de indicadores, identificando urgências e estabelecendo prioridades para ações mais eficazes no curto, médio e longo prazos nas organizações. Em sua nova versão, com mais atributos e facilidades, somada a  uma metodologia exclusiva, a  conformidade com a LGPD, e a disponibilidade em múltiplos  idiomas, a Diversitrack se posiciona como a ferramenta mais completa da atualidade.

Site: https://www.diversitera.com

Linkedin: https://www.linkedin.com/company/diversitera/

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Economia

São Paulo gera 34,8 mil empregos com carteira assinada em março

Desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são quase 3,8 milhões de empregos formais gerados no país – Foto: Divulgação

 

No primeiro trimestre de 2025, estado acumula saldo de 209,6 mil postos formais. Em todo o país foram abertas 654,5 mil vagas nos três primeiros meses de 2025

 

São Paulo foi o destaque do país em março na geração de empregos com carteira assinada. O estado fechou o mês com 34,8 mil novos postos formais, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta quarta-feira, 30 de abril, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O estado também se destaca na região no saldo acumulado no primeiro trimestre de 2025. Somados os desempenhos de janeiro, fevereiro e março, São Paulo contabiliza 209,6 mil novos postos formais. Nos últimos 12 meses, entre abril de 2024 e março de 2025, o estado registrou 453,4 mil vagas.

Em março, São Paulo apresentou desempenho positivo em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas avaliados. O destaque foi o setor de Serviços, que terminou o mês com saldo de 20,3 mil vagas. Na sequência aparecem Indústria (6,4 mil), Construção (5,9 mil) e Agropecuária (5,5 mil). Apenas o Comércio registrou saldo negativo, de -3,3 mil vagas.

As novas vagas com carteira assinada geradas em março no estado foram ocupadas, em sua maioria, por pessoas do sexo masculino (18,4 mil). Pessoas com ensino médio completo foram as principais atendidas (25 mil) com as vagas em São Paulo. Jovens entre 18 e 24 anos são o grupo com maior saldo de vagas no estado: 25,8 mil.

 

MUNICÍPIOS – A capital, São Paulo, foi o município com melhor saldo em março, com 5 mil novos postos. A cidade tem hoje um estoque de 4,99 milhões de empregos formais. Na sequência dos municípios paulistas com melhores desempenhos em março aparecem Guarulhos (1,6 mil novas vagas), Osasco (1,5 mil), Sorocaba (1,3 mil) e Matão (1 mil).

NACIONAL — O Brasil gerou 654 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre de 2025. Nos últimos 12 meses, são 1,6 milhão de vagas com carteira assinada. Desde janeiro de 2023, no início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o número é de quase 3,8 milhões de empregos. No recorte levando em conta apenas o mês de março de 2025, a geração foi de 71,5 mil postos. O resultado no terceiro mês do ano é produto da diferença entre 2,23 milhões de admissões e 2,16 milhões de desligamentos. Com isso, o país chegou ao maior estoque da história: 47,857 milhões de trabalhadores formalizados.

SETORES – O crescimento na geração de empregos no Brasil no primeiro trimestre de 2025 foi verificado em quatro dos cinco setores da economia, com mais força no de Serviços, que gerou 362,8 mil. A Indústria também vem mantendo bom patamar, com 153,8 mil empregos formais no trimestre. A Construção Civil gerou 100 mil postos em 2025 e a agropecuária respondeu por 51 mil novas vagas. Apenas o Comércio teve desempenho negativo, com -13,6 mil empregos. Em março, três dos cinco setores foram positivos: Serviços (52,4 mil postos), Construção (21,9 mil) e Indústria (13,1 mil).

ESTADOS — São Paulo lidera o ranking das unidades da Federação com saldos positivos de geração empregos formais em março. O estado registrou 34,8 mil novos postos. Minas Gerais, com 18,1 mil, e Santa Catarina, com 9,8 mil, completam o trio dos estados com maior saldo no mês passado. No acumulado de 2025, o maior crescimento foi registrado em São Paulo, com 209,6 mil postos, seguido de Minas Gerais, com 75,8 mil, e do Rio Grande do Sul, com 66,4 mil.

REGIÕES – O saldo de março foi positivo em quatro das cinco regiões do país. O Sudeste acumulou 48 mil postos. Em seguida aparecem Sul (24,5 mil), Centro-Oeste (6,9 mil) e Norte (5,1 mil). O Nordeste teve desempenho negativo no mês: -13,1 mil postos.

 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Economia

Lula defende debate sobre fim da escala 6×1 e aborda fraude no INSS

© Frame/Gov.br
Presidente fez pronunciamento pelo Dia do Trabalhador
Agência Brasil
Na véspera do Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, dia 30, que o governo irá aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, a chamada escala 6X1, que hoje permite seis dias de trabalho e um de descanso. 

“Está na hora de o Brasil dar esse passo ouvindo todos os setores da sociedade para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, disse Lula, em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV. 

O presidente destacou a criação de empregos e o crescimento da economia alcançados em seu governo. Segundo Lula, em dois anos e quatro meses de governo, foram gerados 3,8 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.

“Saímos do maior para o menor desemprego da história. E atingimos o recorde histórico de pessoas empregadas”

Ele lembrou o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei que prevê a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.

“Agora é assim, quem ganha menos não paga e quem ganha muito paga um valor justo”, disse. 

INSS

No pronunciamento, Lula destacou o trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal para desmontar um esquema que chamou de “criminoso” de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas. O presidente lembrou que o esquema funciona desde 2019 no país.

“Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, disse. 

Programas

Lula falou sobre programas de seu governo, como o Desenrola Brasil e o Crédito do Trabalhador, que permite empréstimo consignado para trabalhadores da iniciativa privada.

Outro destaque foi o Programa Acredita, que aprimorou as linhas de crédito para Microempreendedores Individuais e microempresas.

Em relação às mulheres trabalhadoras, ele lembrou a aprovação da Lei da Igualdade Salarial, que garante salários iguais entre homens e mulheres no exercício da mesma função, além de apoio financeiro e técnico para as mulheres empreendedoras.

“Estamos construindo um Brasil mais justo, onde o humanismo e o desenvolvimento caminhem juntos”. 

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Economia

Bares e restaurantes esperam alta no faturamento no Dia das Mães

Foto: Cottonbro Studio

 

São 78% os que pretendem ter receita maior em 2025, em relação à mesma data do ano passado. Para 62%, o aumento deve ser de até 20%

 

Pesquisa realizada em abril pela Abrasel revela que os estabelecimentos guardam boas expectativas para o Dia das Mães. Quase oito em cada dez estabelecimentos devem abrir no domingo, 11 de maio. Entre esses, 78% esperam faturar mais este ano do que na mesma data do ano passado, sendo que 62% esperam aumentar o faturamento até 20%. Além disso, 8% esperam aumentar entre 21% e 30%, e para 8% a alta pode passar de 30%. Outros 14% esperam faturar o mesmo que em 2024, e 4% acreditam que haverá queda no faturamento. Já 4% dos estabelecimentos não existiam em 2024 e não têm base para comparação.

Outra boa notícia é que houve queda de oito pontos percentuais no número de empresas trabalhando com prejuízo, em comparação ao mês anterior. No balanço de março, 22% das empresas ainda trabalharam em prejuízo (contra 30% em fevereiro), 39% das empresas registraram equilíbrio financeiro, enquanto 38% apresentaram lucro – 1% das empresas não estavam abertas em fevereiro.

Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, o quadro ainda é difícil, mas o aumento do movimento é evidente: “O resultado de março já foi significativamente melhor que o de fevereiro, muito em função do Carnaval. E agora temos duas datas muito importantes pela frente. Há otimismo para o Dia das Mães, nossa segunda melhor data no ano. E em seguida teremos o Dia dos Namorados, nossa melhor data em termos de faturamento. Este ano, aliás, pretendemos promover a Semana dos Namorados, como forma de dar mais opções de comemorações aos casais”.

Apesar do otimismo, os empresários enfrentam desafios para ajustar os preços dos cardápios. A inflação acumulada de 5,48% entre abril de 2024 e março de 2025 não consegue ser repassada aos cardápios pela maioria dos empreendedores. Apenas 38% dos estabelecimentos conseguiram ajustar os preços para acompanhar a inflação, enquanto 33% não conseguiram realizar nenhum reajuste e 21% fizeram algum reajuste, mas abaixo da inflação. Somente 8% disseram ter aumentado preços acima do índice geral de inflação.

Em relação endividamento, 37% dos estabelecimentos acumulam pagamentos em atraso, sendo os impostos federais e estaduais os principais débitos. O número traz uma queda em relação à mesma pesquisa de abril de 2024, quando o número chegava a 40%.

Para Paulo Solmucci, o aquecimento na procura por bares e restaurantes é benéfico, mas não resolve os problemas que vêm se acumulando desde a pandemia: “A Abrasel preparou um plano sinérgico para ajudar os que estão em dificuldades, e estamos trazendo grandes empresas para este esforço, articulando iniciativas isoladas em um movimento mais coordenado. Na próxima semana devemos anunciar estas ações em detalhes”, finaliza.

 

 

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