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Trump pressiona Maduro a deixar a Venezuela

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de uma reunião em Caracas Foto: Federico Parra/AFP
A tensão entre Estados Unidos e Venezuela voltou a subir. O presidente americano, Donald Trump, pediu que Nicolás Maduro deixasse o país imediatamente durante uma ligação considerada decisiva. A conversa, revelada pelo Miami Herald, foi mediada por Brasil, Catar e Turquia na semana passada.
O telefonema foi tratado nos bastidores como a última tentativa de evitar um confronto direto entre Washington e Caracas. Trump ofereceu exílio ao líder venezuelano, à esposa Cilia Flores e ao filho, desde que ele renunciasse ao cargo e permitisse o retorno da democracia no país.
A ligação ocorreu em meio a sinais de que o governo americano prepara novas operações militares contra o narcotráfico na região. Washington classificou o Cartel de los Soles — grupo infiltrado nas Forças Armadas venezuelanas — como organização terrorista e acusa Maduro de comandar o esquema.
Na quinta-feira (27), Trump afirmou que ações contra traficantes venezuelanos “por terra” começariam “muito em breve”.
Segundo ele, 85% do trânsito marítimo de drogas já foi interrompido. A fala foi feita em uma videochamada de Ação de Graças com tropas americanas a partir de Mar-a-Lago, na Flórida.
Caracas, por outro lado, afirma que a operação antidrogas é apenas um pretexto dos EUA para derrubar Maduro.
De acordo com o Miami Herald, as discussões não avançaram por três impasses entre os governos:
1. Anistia global
Maduro pediu anistia por crimes atribuídos a ele e ao seu grupo político.
Trump recusou.
2. Eleições livres com controle militar
O regime venezuelano aceitou debater eleições, mas queria manter o controle das Forças Armadas.
Washington negou.
3. Saída imediata de Maduro
Trump exigiu que o ditador deixasse o país antes do processo.
Maduro rejeitou.
Entre os possíveis destinos de exílio ventilados estavam Cuba, Irã, Rússia e Turquia.
Após o diálogo frustrado, Trump publicou no sábado, dia 29, uma nota na rede Truth Social pedindo que companhias aéreas e pilotos considerassem o espaço aéreo venezuelano “totalmente fechado”.
O regime chavista tentou marcar uma nova ligação com Washington após o anúncio, mas não obteve retorno, segundo o Miami Herald.


