Brasil e Mundo

Reunião virtual de líderes do Brics deve abordar tarifaço e guerras

Presidente Lula participa de vídeo chamada na manhã desta segunda
Andreia Verdélio – repórter da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera, nesta segunda-feira, dia 8, uma reunião virtual crucial com os líderes dos países do Brics. A saber, a cúpula extraordinária, organizada pelo Brasil — que atualmente detém a presidência rotativa do grupo —, tem como principal objetivo coordenar uma resposta unificada às novas políticas protecionistas dos Estados Unidos.

Afinal, a medida do governo americano, que eleva tarifas contra parceiros comerciais, é vista como uma estratégia para reverter a perda de competitividade econômica, principalmente em relação à China. Especialistas, inclusive da renomada Agência Brasil, avaliam que essa iniciativa dos EUA também funciona como uma forma de pressão política, visando desestabilizar o Brics, considerado uma ameaça à hegemonia americana.

Cooperação Econômica e Desafios Globais

Em conclusão, a agenda da reunião é vasta. De fato, os líderes devem discutir o fortalecimento de acordos comerciais e, sobretudo, a adoção de moedas nacionais e mecanismos alternativos de comércio, uma clara resposta à tentativa de Washington de manter a supremacia do dólar. Além disso, temas de grande relevância global, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, estão na pauta. O grupo também aborda a necessidade de reformas nas instituições de governança global, o que demonstra o desejo de ter uma voz mais forte e representativa no cenário mundial.

Durante o encontro, espera-se que Lula reforce a defesa da soberania do Brasil e a importância de expandir e diversificar o comércio entre as nações do Sul Global. Posteriormente, o presidente brasileiro também deve reiterar o convite para que os líderes do bloco participem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro de 2025. Esse gesto, sem dúvida, reforça o papel do Brasil como líder ambiental e diplomático.

Com toda a certeza, a reunião de hoje ocorre apenas dois meses após a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, onde o presidente americano Donald Trump havia, mais uma vez, ameaçado os países que se alinhassem com as políticas do bloco. Por essa razão, este encontro é visto como um passo significativo para reafirmar a independência e a força do grupo.

O Brics é composto por: Brasil, Rússia, Índia, China (países fundadores); África do Sul (que se juntou logo após a criação); Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã (membros mais recentes).

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