© Paulo Pinto/Agência Brasil

No marco dos 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, o 47º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos reconheceu reportagens que defendem a democracia, os direitos humanos e a justiça social. A cerimônia ocorreu nesta segunda-feira, dia 27, no TUCA, da PUC-SP, em São Paulo.

A homenagem começou com imagens do ato ecumênico na Catedral da Sé, realizado no sábado (25), e lembrou a cerimônia de 1975, que reuniu cerca de 8 mil pessoas contra o regime militar. A presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, pediu perdão às vítimas da ditadura, gesto exibido no evento.

“Não há futuro sem memória, democracia sólida sem justiça e liberdade sem coragem de enfrentar verdades duras da história”, disse Ivo Herzog, filho do jornalista.

Nova categoria reconhece defesa da democracia

Nesta edição, foi criada a categoria Defesa da Democracia. Entre os premiados:

• Allan de Abreu, com a reportagem Os kids pretos: O papel da elite de combate do Exército nas maquinações golpistas (Revista Piauí)

• Henrique Picarelli e equipe, com o documentário 8/1 – A democracia resiste (GloboNews)

O programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil/EBC, recebeu menção honrosa na categoria “Produção Jornalística em Vídeo” pelo episódio Mães de Luta, que acompanha mulheres buscando justiça por filhos, irmãos ou netos vítimas de violência policial.

Destaques das demais categorias

• Arte: Diogo Braga – Racismo Ambiental: A outra emergência (Defensoria Pública do Ceará)

• Fotografia: Márcia Foletto – Antes Que Ela Veja (O Globo)

• Áudio: Vinicius Sassine e equipe – Dois Mundos (Folha de S. Paulo)

• Multimídia: Artur Rodrigues e equipe – A Política da Bala (Metrópoles)

• Texto: Isabel Harari e equipe – Trabalho infantil na indústria tech (Repórter Brasil)

• Vídeo: Iolanda Depizzol e equipe – Território em Fluxo (Brasil de Fato)

• Livro-reportagem: Sérgio Ramalho – Decaído (Matrix Editora)

Além das premiações tradicionais, a nova categoria reforça o compromisso do prêmio em valorizar reportagens que investigam ataques ao Estado Democrático de Direito e fortalecem a cidadania no Brasil.

Memória e resistência

O prêmio é um tributo a Herzog e a todos jornalistas que não se calam. Como afirmou seu filho, o legado de Vlado simboliza resistência, memória e a luta por justiça social, lembrando que o jornalismo é essencial para preservar a democracia.