Brasil e Mundo

PF indicia Bolsonaro e Eduardo em inquérito sobre sanções dos EUA

Crimes são coagir processo e tentar abolir Estado de Direito
André Richter – repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) concluiu sua investigação e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, por crimes graves, nesta quarta-feira, dia 20. A corporação os acusa de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A decisão veio após a PF investigar a atuação de Eduardo junto ao governo dos Estados Unidos, então liderado por Donald Trump, para incitar medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Recentemente, o governo americano anunciou uma série de ações contra o Brasil. A saber, o país impôs um “tarifaço” de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, iniciou uma investigação comercial contra o sistema de pagamentos Pix, e aplicou sanções financeiras contra o Ministro Alexandre de Moraes através da Lei Magnitsky. Como resultado, Trump e aliados afirmam que Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas” e que Moraes age contra a liberdade de expressão e empresas de tecnologia americanas.

De acordo com a PF, Jair Bolsonaro também enviou recursos, via Pix, para financiar a estadia de seu filho nos EUA. Com toda a certeza, a estratégia visava pressionar a justiça brasileira a partir do exterior. Nesse sentido, o deputado federal Eduardo Bolsonaro pediu licença de seu mandato em março e mudou-se para os Estados Unidos, alegando perseguição política.

Bolsonaro e aliados no banco dos réus

Além de seu indiciamento mais recente, o ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos réus no processo sobre a trama golpista de 2022. A saber, o STF marcou o julgamento para o dia 2 de setembro. A ação penal investiga a suposta conspiração para reverter o resultado das eleições, que, posteriormente, culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

O ex-presidente e outros sete aliados, incluindo ex-ministros e um ex-comandante da Marinha, enfrentarão a justiça no dia 2 de setembro. Eles respondem por diversos crimes, entre eles: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano a patrimônio tombado.

O ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal, continua no processo, mas foi beneficiado por uma decisão da Câmara que suspendeu os crimes ocorridos após sua posse. Ele ainda responde por golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

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