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EUA classificam Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, é apontado pelos EUA como líder do Cartel de los Soles. Foto: Ariana Cubillos/AP
Os Estados Unidos anunciaram que irão incluir o Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas estrangeiras. Washington afirma que o grupo é liderado pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro.
A declaração foi feita no domingo, dia 16, pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em meio ao aumento das tensões militares no Caribe — região onde navios e aeronaves americanos reforçam operações contra o tráfico internacional de drogas.
Segundo Rubio, o cartel, assim como o Trem de Aragua e o Cartel de Sinaloa, estaria ligado a “violência terrorista em todo o hemisfério” e ao tráfico de drogas para os EUA e Europa.
Washington acusa Maduro de comandar uma rede criminosa envolvendo altos funcionários do governo, que teriam corrompido as estruturas militar, judicial e legislativa da Venezuela.
Maduro nega todas as acusações e diz que a operação americana tem como objetivo derrubá-lo.
Os EUA justificam a presença militar reforçada no Caribe como ação direta contra o narcotráfico. Caracas, por outro lado, afirma que a operação seria uma tentativa de desestabilizar o regime venezuelano.
Rubio reiterou que “nem Maduro nem seus comparsas representam o governo legítimo da Venezuela” e prometeu que os EUA continuarão usando “todas as ferramentas disponíveis” para proteger seus interesses.
Desde a expansão da presença militar americana nas águas do Caribe e do Pacífico, ao menos 83 pessoas foram mortas por forças dos EUA em operações contra transporte de drogas, segundo levantamento da AFP.
O governo norte-americano não forneceu comprovação de que os alvos eram de fato traficantes. Especialistas afirmam que as mortes podem ser consideradas execuções extrajudiciais, mesmo quando os atingidos são suspeitos conhecidos.
A decisão dos EUA deve aprofundar o isolamento internacional do regime de Maduro e tensionar ainda mais a relação entre Washington e Caracas. Também coloca pressão adicional sobre países da região que mantêm vínculos políticos e comerciais com a Venezuela.


