Brasil e Mundo

Libertações em Gaza: o que significa o novo ‘amanhecer no Oriente’

REUTERS: Omri Miran é um dos reféns soltos nesta segunda-feira

A libertação é parte de um plano mediado pelos EUA para encerrar a guerra. Presente em Jerusalém, o presidente americano, Donald Trump, celebrou o ocorrido, chamando-o de o “amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”

Um momento de intensa negociação diplomática culminou nesta segunda-feira, dia 13, no resgate de reféns e na troca de prisioneiros, marcando a primeira fase de um acordo de cessar-fogo no conflito em Gaza. O grupo palestino Hamas libertou os 20 reféns que se acreditava estarem vivos, os quais estavam em seu poder desde 7 de outubro de 2023.

Em resposta, Israel iniciou a liberação de 250 prisioneiros palestinos e mais de 1,7 mil moradores de Gaza detidos. Os reféns, divididos em dois grupos, foram entregues no norte e no sul de Gaza, pondo fim a 738 dias de cativeiro.

A libertação é parte de um plano mediado pelos EUA para encerrar a guerra. Presente em Jerusalém, o presidente americano, Donald Trump, celebrou o ocorrido, chamando-o de o “amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”.

A notícia foi recebida com profundo alívio em Israel. Familiares dos reféns, como Omri Miran, Matan Angrest e Alon Ohel, que foram recebidos na base militar de Re’im, expressaram sua gratidão e emoção pelo retorno.

Contudo, a celebração é incompleta. Os corpos dos reféns falecidos — estimados em até 28 — ainda não foram entregues pelo Hamas. Em um comunicado emocionado, os familiares destacaram: “Nossa luta não terminou. Ela não terminará até que o último refém seja localizado e devolvido para receber um enterro digno.”

Uma nota manuscrita de boas-vindas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e sua esposa Sara foi entregue aos recém-libertados, junto a um kit com itens essenciais, como celular e tablet.

O acordo de troca mobilizou a diplomacia global. Além da visita de Donald Trump, que agradeceu às nações árabes mediadoras e elogiou o primeiro-ministro israelense, o premier britânico Keir Starmer também chegou à região para uma cúpula de líderes no Egito.

A resposta militar de Israel à incursão de 2023 causou mais de 60 mil mortes em dois anos de conflito, sendo classificada por entidades internacionais como “genocídio”. Por isso, a cúpula de líderes se concentra na paz e na ajuda humanitária. O Reino Unido, por exemplo, prometeu um pacote de £20 milhões para serviços de água e saneamento em Gaza.

A chegada dos ônibus com prisioneiros palestinos em Ramallah, na Cisjordânia, marca a concretização dessa primeira etapa, reforçando a esperança de que o diálogo possa, finalmente, superar o ciclo de violência.

COMPARTILHE NAS REDES