Saúde

Sou perfeccionista

Você se considera uma pessoa perfeccionista? Acredita que isso é uma qualidade ou defeito?
Todo mundo conhece pelo menos uma pessoa perfeccionista. Suas características são fáceis de identificar: atenção aos detalhes, mania de organização, enorme senso de responsabilidade e dedicação extrema às tarefas que se propõe a cumprir.
A vida de um perfeccionista é estruturada frequentemente por uma lista infinita de “eu deveria”. Há regras bem rígidas de como suas vidas devem ser conduzidas. É através desta ênfase no “deveria” que a pessoa passa a controlar sua vida por meio de regras, ao invés de perceber o que realmente gosta ou deseja fazer.
Observa-se que as pessoas perfeccionistas tendem a acreditar que se não se esforçarem ao máximo para fazer tudo com perfeição, cairão na mediocridade ou irresponsabilidade. Não percebem que ficam nos extremos e não buscam o equilíbrio.
Existem autores que defendem que não há forma de perfeccionismo sadio, outros propõem que a exigência extrema pode ser positiva em algumas situações, mostrando alta adaptabilidade. Em uma sociedade onde a excelência e a produtividade são posturas valorizadas, podemos compreender porque o perfeccionismo pode ser visto como qualidade. É certo que as pessoas perfeccionistas tendem a fazer tudo a que se dedicam com muita excelência e maestria. Neste sentido, para quem convive com o perfeccionista pode ser muito bom, visto que se sabe que tudo que for solicitado a ele será bem feito. Porém, para o perfeccionista pode ser muito ruim, pelo peso que ele carrega em ser assim.
De qualquer forma, o que se deve ter em mente é que a pessoa perfeccionista está sofrendo diante dessa tendência de comportamento, que pode ser geradora de ansiedade e estresse elevados.
O perfeccionista depende de um tratamento de longo prazo para que possa aceitar as impossibilidades e imperfeições da vida. Para que o perfeccionismo possa ser tratado, a pessoa precisa ser levada a compreender que tem padrões muito exigentes, e que pode mudar. Além disso, deve reconhecer que não deixarão de gostar dele se ele não fizer tudo da melhor forma sempre. Outra importante parcela do tratamento consiste em proporcionar um ambiente favorável para que a redução da exigência seja compreendida e reforçada. O perfeccionista precisa ir identificando suas crenças limitantes e descobrindo que o exagero da auto cobrança em fazer perfeito leva a paralisia ou a não realização da tarefa. Uma frase que deve estar sempre em sua mente: “Feito é melhor que perfeito!”.

Tatiana Bonazzi Baroni
Psicologa
CRP 06/80461

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