Valinhos

Concurso Público do Valiprev vira um caso de polícia

Luiz Felipe Leite
Repórter

Representantes do Conselho Fiscal do Valiprev (Instituto de Previdência Social dos Servidores Municipais de Valinhos) fizeram um BO (Boletim de Ocorrência) na Delegacia de Polícia na última quinta-feira, 4, em função das denúncias de irregularidades do resultado concurso público do instituto.
Uma portaria publicada na Imprensa Oficial do dia 28 de dezembro de 2017 levou o Valiprev a suspender “todo e qualquer ato em relação aos procedimentos do Concurso Público 001/2017…”, inclusive o resultado do mesmo, que deveria ter sido publicado no dia 28 de dezembro.
A decisão foi tomada após reunião extraordinária do Conselho Fiscal do Valiprev, que contou com a presença do presidente Wilson Ventura e de membros da Diretoria Executiva do instituto, em função de denúncias recebidas pelo Conselho relacionadas a possíveis irregularidades no resultado do concurso. Em função disso, os nomes dos candidatos aprovados foram retirados dos sites do Valiprev e da empresa responsável pelo concurso. A reportagem da Folha de Valinhos apurou que as denúncias envolvem Luciana Caun de Oliveira Andrade e Leandro de Oliveira Andrade, esposa e irmão respectivamente do ex-vereador Juninho Andrade. Ele está atualmente filiado no PSD. O atual presidente do Valiprev, Wilson Ventura, é o secretário geral da legenda.
Luciana teria sido aprovada em primeiro lugar para Analista de Benefícios Previdenciários e Leandro em primeiro lugar para Assessor Jurídico. A remuneração de ambos os cargos é a mesma: R$ 4.133,32, fora os benefícios previstos no edital.
Foram inscritos 2.896 candidatos para oito vagas no concurso do Valiprev. Em termos proporcionais, para cada vaga em disputa existiam 362 candidatos. Como comparação, no concurso da Câmara foram 18.711 inscritos para 19 vagas; uma proporção de 984 candidatos por vaga. No concurso público do Legislativo não foi constatado nenhum problema.
Segundo Wilson Ventura, todas as medidas necessárias para a apuração dos fatos levados ao conhecimento do Conselho Fiscal serão por ele tomadas. “Isso será feito dentro do menor prazo possível”, disse.
Questionado sobre um possível incomodo com dois candidatos serem tão próximos de um colega de partido, o atual presidente do Valiprev rebateu. “Não há incomodo, tendo em vista que as provas foram aplicadas e avaliaram a capacidade de cada candidato. Os mais bem avaliados foram aprovados por mérito”, afirmou.
O ex-vereador Juninho Andrade disse que apoia as investigações, inclusive com a participação do Ministério Público. “Agora só porque são minha esposa e meu irmão eles não têm direito de passarem em um concurso que se prepararam? Um absurdo”, comentou. O INDEC, responsável pela aplicação do concurso, não retornou os questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.

Comissão de Inquérito
Um email enviado a todos os vereadores por um cidadão valinhense pede providências do Legislativo em relação ao ocorrido no concurso público do Valiprev. Entre elas ele sugere a criação de uma Comissão Inquérito. Ele também pede que o prefeito Orestes afaste imediatamente toda a diretoria do Valiprev até que os fatos sejam devidamente apurados. Denúncias foram levadas ao Conselho Fiscal do Valiprev, que levou caso para Polícia Civil; concurso está suspenso até segunda ordem.

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