Opnião

Para você que votou em mim

O processo eleitoral brasileiro ainda está em fase de aperfeiçoamento, apesar de ter passado um longo tempo desde a implantação da urna eletrônica.
As suspeitas de possibilidade de fraudes e outras ocorrências indesejáveis têm sido constantes, e mesmo sendo de difícil constatação, sempre fica uma sensação de desconfiança nos eleitores.
Na verdade, existe uma crescente tendência de muitos votos nulos, além do aumento de votos brancos e das abstenções, como consequência de um provável desinteresse por parte dos eleitores, desiludidos e descrentes da classe política.
Porém, mesmo levando-se em conta esse quadro de desânimo que tem dominado a opinião pública, baseei minha campanha no convencimento da população quanto à importância de exercer sua mais efetiva arma para alterar essa situação, que é o voto.
E através do voto, seria possível promover a mudança no quadro político-administrativo, pela escolha adequada dos candidatos realmente comprometidos com esse objetivo.
Durante o tempo que durou a campanha, pude constatar esse descontentamento da população em todos os níveis de idade, condição social, religião, qualificação profissional, nível salarial e escolaridade.
Contei também com cidadãos e cidadãs que, espontaneamente, sem nenhum retorno financeiro ou de interesse pessoal, se dispuseram a me apoiar e divulgar minha candidatura.
Infelizmente, a duas semanas da eleição, a minha candidatura foi indeferida, por desencontro de informações entre a comunicação do partido e a justiça eleitoral.
Muitos eleitores ainda hoje questionam por que não os comuniquei sobre o tal indeferimento.
A razão principal é que eu confiava que os recursos impetrados em tempo hábil na justiça eleitoral fossem favoráveis à legalidade da candidatura, mesmo que a decisão só seria conhecida após as eleições.
Tal indecisão, no entanto, acabou por direcionar muitos eleitores a escolher outros candidatos, pelas razões óbvias suscitadas; mesmo assim, obtive oficialmente contabilizados, 135 votos.
É importante destacar que os 135 votos assim confiados, tiveram um valor exponencial, tanto por serem maximamente conscientes, quanto por representarem a qualificação que se pretende da população quanto ao voto responsável.
Espero que estas novas explicações sejam um lenitivo aos eleitores que se sentiram frustrados por terem seus votos oficializados invalidados, e a tantos outros que apesar de terem votado no candidato, o próprio sistema desconsiderou, talvez pelo indeferimento prévio à data da eleição.
Como o sistema eleitoral vigente pode dar vazão a situações como essa, eu já havia pretendido uma candidatura independente, que foi negada pela justiça eleitoral na época, mas que hoje me permite afirmar que a própria justiça eleitoral admite haver falha no trâmite candidato/partido/sistema eleitoral, que acaba punindo o candidato, como é o presente caso.
E o óbvio acabou acontecendo, pois apesar de cumprir todas as exigências para a oficialização da candidatura via partido político, no fim, a justiça decretou “que competia ao recorrente demonstrar a inclusão do seu nome em lista oficial da grei”.
A falha está em que, ao consultar a “lista oficial da grei”, o que fiz em 01/05/2016, minha filiação constava em outro partido, embora a inclusão para o novo partido já tivesse sido feita em 01/04/2016, conforme documentação comprovante.
Em 20/10/2016 solicitei uma CERTIDÃO ao TSE, onde certifica que o eleitor Ivo Côcco está regularmente filiado ao partido, em Valinhos,SP, e sua filiação data de 01/04/2016 (código de autenticação 2BMT./H1E.2KLA.CZYF)
Tanto é verdade que a justiça eleitoral deu sequência aos trâmites da candidatura, ao exigir abertura de conta bancária em CNPJ atribuído ao candidato pela Receita Federal, a partir do que estaria legalizado e devidamente apto a concorrer à vaga de vereador.
A abertura da conta bancária foi feita em 26/08/2016.
O encerramento da conta foi feita em 03/11/2016.
Tudo conforme a legislação eleitoral em vigor.

 

Ivo Côcco, administrador de empresas e jornalista

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