Opnião

“Fui cancelado na Internet”

Você já sentiu medo de compartilhar uma publicação no Facebook e receber ataques virtuais gratuitos? Ou você é daqueles que publica tudo o que pensa? Se você tem este segundo perfil, cuidado: você pode ser cancelado! A “militância web” está aí para te condenar – sem chance de perdão!
A “militância web”, pra você que ainda não a conhece, é formada por pessoas que estão online nas mais diversas mídias sociais, com o objetivo de “cancelar” ou dar o título de “lacrador” às grandes marcas e/ou personalidades.
Dia desses publiquei um tuíte sobre como esses grupos “militantes web” passaram dos limites.

Eles vivem, assim como nós, dentro de suas bolhas ideológicas. Até aí tudo bem: todos temos uma ideologia, uma bolha pra chamar de nossa, e nos aproximamos de grupos que compartilham dos mesmos ideais que acreditamos.
Mas recentemente um caso me chamou à atenção.
Uma Chef de Cozinha muito famosa no Brasil foi “cancelada” por criticar alimentos industrializados. Porém, estes “Web Militantes” ignoraram um importante fato: o de que essa cozinheira desenvolve um trabalho extremamente valioso sobre alimentação responsável e saudável – além de ter um programa de emprego direcionado às pessoas transexuais. A lacração valeu a pena neste caso?
A “militância web” tem mostrado um grande potencial que é, por outro lado, admirável. Sempre digo, inclusive, que a internet é muito boa e democrática, mas como já dito por um ex-presidenciável, a democracia tem lá seus custos. Digo isso porque os verdadeiros intolerantes, quando publicam conteúdos ofensivos – ou até mesmo são gravados em situações questionáveis -, não são perdoados pela internet. Ainda bem, né?
Falando em gravar, outro caso que me chamou à atenção foi o da mulher que viralizou no Facebook, após destratar um trabalhador/fiscal no exercer do seu ofício. O resultado? A internet não a perdoou, viralizou a frase dita por ela (“Cidadão não, engenheiro civil formado, melhor do que você”) e a denunciou à empresa que ela trabalhava. Como consequência, a mulher foi demitida.
Algumas lições, creio eu, podemos tirar disso tudo.
Pessoas e marcas, sejam elas famosas ou não, muitas vezes desempenham papéis sociais importantes dentro da sociedade e, por mais que seja duro dizer isso à “militância web”, elas têm feito muito mais do que aqueles que só pensam em lacrar. Lacrar é bom, é bacana, dá likes e ‘biscoitos’, mas isso precisa ter limites. Ou o dia do cancelamento da “web militância” também chegará.

Josué Roupinha Jr.
Professor, jornalista especializado em Marketing Digital
Sugestões e críticas à coluna jroupinha1@gmail.com
 

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