Terceiro Setor

Superação de jovem é reconhecida no mercado de trabalho

Com objetivo de garantir o direito de crianças e adolescentes a se desenvolver de forma saudável e protegida, o acolhimento institucional (Abrigo) da Casa da Criança de Valinhos atua há 27 anos, cuidando de centenas de vidas, como a do ex-acolhido Jessé Gomes da Silva, de 19 anos, que após superação, em vários campos da vida, trabalha em uma instituição para idosos.

Após sete anos de acolhimento na Casa da Criança, Jessé conta que lá encontrou apoio, carinho e uma verdadeira família. “Eu não tinha ideia da importância que o acolhimento teria na minha vida. Foi lá que pude encontrar apoio, amor, cuidado, oportunidades e bons valores, que carregarei para sempre comigo. Dei muita preocupação e trabalho para eles, mas nunca desistiram de mim. Até hoje, demonstram todo cuidado, carinho e ainda sentem orgulho do que sou hoje”, relata Jessé.

Com apenas 11 anos, Jessé chegou à Casa da Criança, onde pôde realizar diversas atividades, cursos, marcenaria e passeios a lugares como parques, restaurantes, viagens, até conhecer a praia, quando viu o mar pela primeira vez. “A emoção de ver o mar foi incrível, um sonho que estava se realizando ao lado de tantas pessoas boas, que aprendi amar e respeitar”, conta Jessé, emocionado.

Para a Casa da Criança, Jessé representa a atuação com amor incondicional. “Aqui não atuamos somente como profissionais, que se atualizam constantemente com técnicas e recursos, formamos verdadeiras famílias, construímos relações fraternas, com amor genuíno, nunca desistimos de ninguém. Mesmo depois que eles saem da instituição, com a maioridade, os vínculos não são desfeitos. Acompanhamos a trajetória deles, orientando, apoiando, torcendo, participando de todas as fases da vida, mesmo quando não estão perto. Consideramos o Jessé um vencedor, cada dia de trabalho, estudo e determinação dele é uma conquista nossa também. Ele como outros jovens que passaram pela instituição nos enchem de orgulho”, conta Adriana Simões, coordenadora da Casa da Criança de Valinhos. 

“A vida é feita de escolhas, eu estou podendo fazer as minhas”

Atualmente, o ex-acolhido tem uma rotina de trabalho como de muitas pessoas. Acorda às 6 horas para trabalhar, retorna por volta das 17 horas, quando se prepara para o dia seguinte. No entanto, cada dia de trabalho e de rotina saudável é muito comemorado por Jessé. “A minha história é de superação mesmo, tive um histórico familiar conturbado, dependência química e rebeldia, mas encontrei apoio na Casa da Criança, em membros da minha família e em instituições de tratamento, que sempre estarei ligado por gratidão e por me fortalecer como pessoa. Acredito que também posso ser um ponto de apoio e exemplo de coragem para outros jovens e pessoas que passam por problemas, como os que passei. A vida é feita de escolhas, eu estou podendo fazer as minhas. Agora, agarro ao máximo as oportunidades de trabalho e de aprendizado”, explica Jessé. 

Prioridade e direitos à vida

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Constituição Brasileira e ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

“Sou jovem ainda, mas já tenho meus planos e metas. Quero vencer a cada dia, desejar o bem das pessoas, cultivar o bem que existe forte em mim. Penso e vou buscar sempre estudar, trabalhar, ser um membro produtivo para a sociedade. Ser esse ser humano bom e melhorar a cada dia como pessoa. Quem sabe, vir a ser um psicólogo, médico, enfermeiro, entre tantas profissões que admiro por cuidar de vidas”, sonha Jessé. 

 

Como ajudar as crianças e jovens?

1.    Não ter preconceitos para com as pessoas que estão ou já foram acolhidas;

2.    Apoiar jovens acolhidos ou ex-acolhidos que buscam oportunidades de trabalho;

3.    Oferecer apoio às instituições que acolhem, cuidam e apoiam crianças e adolescentes;

4.    Doar alimentos, roupas, sapatos, itens de higiene pessoal, brinquedos (em bom estado);

5.    Famílias podem se aproximar mais das crianças e adolescentes, ouvindo-as, conversando mais sobre temas que ainda são tabus na sociedade, tais como: sexo, drogas, doenças sexualmente transmissíveis, ansiedade e empatia.

As pessoas e instituições interessadas em conhecer mais e apoiar a instituição podem entrar em contato pelo email casadacriancavalinhos@hiway.com.br ou telefone ­ 19 3871 0546 / 3869 5654.

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