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Surdos comemoram conquistas e lembram dos desafios

O Movimento Surdo de Valinhos comemora o Dia Nacional do Surdo com ações que têm norteado a luta nos últimos anos. O Setembro Azul é uma campanha que tem como objetivo dar visibilidade a causa, conscientizar as pessoas sobre os direitos dos surdos e incentivar a inclusão na sociedade. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 5% da população é formada por surdos. Em Valinhos não há estimativa sobre o número de surdos que vivem na cidade.

A Professora Mirian Santos é membro do Movimento Surdo e trabalha com afinco junto com os surdos para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas que geralmente estão à margem da sociedade. “O Movimento Surdo de Valinhos pretende fundar a Associação de Familiares Bilíngue e Amigos de surdos com o objetivo de ampliar ações para as diferentes áreas como saúde, educação, trabalho, turismo, esporte e outros”, ressalta.

Há motivos para celebrar algumas conquistas como, por exemplo, a produção do currículo em Libras. Mas o maior desafio continua sendo o acesso às questões básicas. “Falta intérprete para os atendimentos básicos. Falta a Educação Bilíngue que requer profissionais habilitados, metodologias específicas, ambiente linguístico que favoreça o aprendizado da Libras como primeira língua. Falta políticas públicas voltadas para a formação dos profissionais da educação e famílias com filhos surdos”, acrescenta Mirian.

Em abril de 2019 durante o Seminário em comemoração ao Dia Municipal da Libras de Valinhos, a causa repercutiu e algumas reivindicações fizeram parte de uma Moção do Movimento para a Câmara: Central de Atendimentos em Libras, Educação Bilíngue com Libras como primeira língua, criação de Concurso Público para professores bilíngües, criação de Centro de Capacitação de Profissionais da Educação, a Semana de Libras com ações efetivas de conscientização e atendimento adequado no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador).

Na terça-feira (22) Mirian e alguns surdos participaram da Sessão na Câmara. “O problema não é clínico. É cultural e linguístico. Precisa de vontade política, de engajamento. Valinhos pode fazer a diferença. Vamos lutar juntos”, discursou Mirian. Gelson Dalberto, surdo, também teve a oportunidade e concluiu: “Somos iguais”.   

        

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