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Fernando Luiz de Andrade D’Avila Jornalista

Raio – X
Nome: Fernando Luiz de Andrade D’Avila
Idade: 66 anos
Onde nasceu: Gália – SP
Formação: Jornalista

“O jornalismo precisa estar vivo, atuante, presente, buscando sempre formar e informar seus leitores”

Fernando Luiz de Andrade D’Avila exerce a profissão de jornalista na cidade desde 1970

Em celebração ao Dia do Jornalista, comemorado neste sábado, 7, a Folha de Valinhos entrevistou Fernando D’Avila, que por muitos anos atuou como diretor de redação deste semanário e tem uma vasta folha de serviços prestados ao jornalismo da cidade, dentre eles a criação da FM Rádio Valinhos, atuação junto as entidades assistenciais do município, além de grande experiência na área de comunicação como Assessor de Imprensa nos governos do prefeitos Luiz Bissoto, Arildo Antunes dos Santos e Vitório Humberto Antoniazzi. Recentemente deixou a presidência do Recanto dos Velhinhos e em fevereiro deste ano assumiu a presidência da Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos (FEAV)

Folha de Valinhos:  Quando e porque resolveu seguir a profissão?

Fernando D’Avila: Na verdade, sempre gostei de ler e escrever, prática que aprendi com a Profª. Gilberta, minha mãe, mas foi através de um curso promovido pela Folha de Valinhos na década de 70, com jornalistas de primeiro quilate, entre eles Roberto de Godoy é que tomei gosto pela “cachaça” e não parei mais. Já se passaram quase 50 anos entre jornal e rádio.

Qual foi a sua maior experiência na área?

Da redação tenho grandes recordações. Quantas madrugadas sem dormir.  As coberturas das eleições; a briga entre Valinhos e Vinhedo na questão da divisa foi a mais jornalística e emocionante, além de tantas outras matérias como a morte do irreverente artista Flávio de Carvalho, onde as atenções da grande imprensa se voltaram para Valinhos. A Folha sempre teve envolvimento nas causas sociais e assim promovemos o concurso Miss Simpatia que percorreu longos anos em favor da APAE, a criação do Recanto dos Velhinhos e da Nova Escola. Esta surgiu após um editorial do Jornal escrito pela companheira Roseli Bernardo. Aliás esse é um legado que não pode ser esquecido. A única escola comunitária do nosso município nasceu através das páginas da Folha de Valinhos e que nós ajudamos a construi-la, hoje Colégio Inovatis, referência em educação. 

Qual o seu envolvimento jornalístico com a cidade de Valinhos?

Comecei na Folha de Valinhos, passei pela assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal, participei da fundação do Jornal Terceira Visão auxiliando o dr. Luis de Almeida. Juntamente com o radialista Dunga Santos apresentamos o programa Destaques por 11 anos na Rádio Brasil e participamos da fundação da Rádio Comunitária de Valinhos, 105,9 onde apresento o Jornal Bom Dia como voluntário há 18 anos, além de revistas sobre a Festa do Figo e da Paróquia de São Sebastião, entre outras.

O que mudou do jornalismo passado para o atual?

Mudou muita coisa especialmente na montagem do jornal. A informática facilitou em muito.  Quando iniciei na carreira usava-se tipos de chumbo e a medida era paica. Não havia computador e a máquina de escrever era o nosso instrumento de trabalho.  Para se montar um anuncio ou fazer a diagramação se levava horas e as fotos então, tinha que esperar encerrar o filme, mandar para o laboratório, revelar, e depois ainda fazer o clichê, que era de zinco.  Saudades do fotografo Haroldo Pazinato, nosso companheiro por muitos anos.  

Como você enxerga o futuro dessa profissão?

A profissão é apaixonante e sempre existirá mesmo com as mídias sociais a todo o vapor. O que precisamos é de bons textos e jornalistas conscientes de que trabalhamos na transformação da sociedade. Gabriel Garcia Márques nos lembra " Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Qual é o recado que você deixa aos colegas de profissão nesta data, o Dia do Jornalista?

O jornalista não pode se acomodar. O jornalismo precisa estar vivo, atuante, presente, buscando sempre formar e informar seus leitores. É isso que procuro transmitir aos ouvintes que me acompanham diariamente no Jornal Bom Dia pela 105,9 FM Rádio Valinhos. Outra questão é a valorização da boa notícia, especialmente nas áreas da saúde e da educação. Infelizmente as páginas policiais e a corrupção dominam o noticiário.

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