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Entrevista Pe. Alessandro

Fenômeno religioso, único brasileiro entre os 50 que mais vendem CD’s no mundo, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, Pe. Alessandro Campos começou em 12 de outubro a apresentar o programa sertanejo Vem Com Fé na TV Século 21. Mas não foi apenas o espaço para a atração que o seduziu para vir para a emissora sediada em Valinhos. A oportunidade de celebrar missas pela televisão laçou o padre que usa da música sertaneja como “método pedagógico para evangelizar”.

Folha de Valinhos: Como se desenvolveu essa parceria com a TV Século 21?
Pe. Alessandro:
Estou muito feliz porque há um ditado popular que diz assim: ‘Deus escreve certo por linhas tortas’. E Deus faz isso mesmo; na verdade Ele faz mais do que isso. Ele não escreve certo por linhas tortas, Deus escreve certo nas linhas certas. A minha vinda para a TV Século 21, por convite do Pe. Eduardo e da irmã Luíza, era uma proposta mais do que fazer um programa, era uma proposta para evangelizar não só pelo programa, mas tendo outros espaços. Um dos maiores desejos que eu sempre tive nas duas televisões por onde passei era que fosse cedido para mim um espaço para celebrar missas. Eu celebro missa todos os dias como padre, mas eu queria celebrar missa na televisão – as pessoas me cobram isso. Infelizmente, eu não tive esse espaço por onde passei. A primeira proposta que fizeram aqui foi justamente não só fazer o programa, mas também ter outros espaços na televisão. Eu perguntei se poderia celebrar uma missa. (E tive como resposta) todos os dias que o senhor quiser. Fui recebido com muito respeito e carinho. Ser tratado com muito respeito faz diferença, e aqui eu não sou só tratado com respeito, mas (também) com carinho do Pe. Eduardo, da irmã Luíza, das pessoas da equipe que acreditam no meu profissionalismo, trabalho e na minha vocação. Afinal de contas, eu sou padre, não posso ser tratado apenas como um apresentador de televisão. Temos vários apresentadores de televisão, mas um apresentador de televisão que seja um padre, deve ser tratado, não só como apresentador, mas acima de tudo como padre.

Como está o ritmo do senhor hoje?
(Olha para o relógio) São duas e meia da tarde e até agora não tomei café, nem almocei (risos). Depois da sua entrevista, eu vou almoçar e já vou praticamente me preparar para o programa ao vivo. Toda quarta-feira, às 19h30, teremos ao vivo no auditório o Vem Com Fé. E toda última sexta-feira do mês vamos celebrar a missa, também televisionada, aqui, ao vivo. Paralelo a isso, estou finalizando meu trabalho com a Rede Vida, onde estou todas as terças-feiras, às 20h30, ao vivo. Hoje, eu moro no avião, restaurante, hotel, ônibus, estrada, carro, táxi, aeroporto (risos).

Quais as facilidades que o senhor encontra em usar os livros e a música para evangelizar?
A música abre um espaço para que a evangelização aconteça ainda mais afinco porque a música mexe com o sentimento. Por isso que eu escolhi a música – ou melhor, a música que me escolheu. Eu uso desta pedagogia para evangelizar a pedido da própria Igreja. Os últimos três papas – João Paulo II, que hoje é santo, sempre falava da nova evangelização. Eu queria entender o que era essa nova evangelização. Depois veio o Papa Bento XVI que também falou da nova evangelização. E o Papa Francisco também fala da nova evangelização. A nova evangelização não é o novo Evangelho, são novas pedagogias de evangelizar. Eu uso de várias pedagogias, hoje, no programa de televisão, programa de rádio, livro, show, música. Nós temos na Igreja duas coisas que me chamam muito a atenção: unidade na diversidade. A Igreja Católica vive isso muito bem porque ela tem diversidade de cultura, pessoas, pastorais, movimentos que são unidos no mesmo corpo e que fazem a evangelização acontecer. Veja que tem eu, Pe. Marcelo Rossi, Pe. Fábio de Melo e tantos outros padres que chamamos de padres midiáticos que estão usando a mídia para evangelizar. Isso é fantástico, maravilhoso. Nós temos também os padres das paróquias que evangelizam, que eu acho espetacular. Deus me deu esse carisma de trabalhar através da música, televisão, shows, escrita e tem dado resultado positivo. É a prova de que Deus quer.

Os padres midiáticos ajudaram a trazer de volta fiéis que haviam se afastado da Igreja Católica?
Não tenha dúvida disso. Vamos começar falando do Pe. Zezinho – sou um grande fã deste homem. Além de ser um grande teólogo, compositor como ninguém – é um dos maiores compositores das Igreja Católica –, cantor, missionário, evangelizador e foi precursor de tudo isso. Este homem trabalhou muito, apanhou muito, mas abriu muitas portas. Depois dele, não tem como deixar de falar do Pe. Marcelo Rossi, que pegou o gancho e fez um trabalho fenomenal e continua fazendo até hoje. Em seguida vem Pe. Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti, hoje eu e tantos outros mais que usamos destes artifícios para evangelizar e fazer a diferença. Isso contribui muito porque não dúvida de que os meios de comunicação são um excelente instrumento. Enquanto eu estou numa paróquia e sou o pastor de 20 mil paroquianos, em uma hora em que estou em um programa de televisão falo para 1 milhão de pessoas. A maneira nova e jovial com que as pessoas veem nestes padres uma aproximação: ‘Este padre fala a minha linguagem’, ‘Ele fala diferente’. Tudo isso fez e faz a diferença de trazer as pessoas que saíram da Igreja e que voltaram, mas fazer com que as pessoas permaneçam na Igreja.

 

RAIO-X

Nascimento: Guaratinguetá
Nome: Alessandro Campos
Idade: 34 anos
Principais trabalhos: Álbuns “O Homem Decepciona, Jesus Cristo Jamais” (2014), “O Que É Que Eu Sou Sem Jesus” (2014) e “Quando Deus Quer, Ninguém Segura” (2015), livros “Quer Ser Feliz? Ame e Perdoe” e “Os Segredos da Felicidade” e “O Que Sou Sem Jesus Nada, Nada, Nada”.

 

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