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ENTREVISTA: Franciela Fadas Graças Krasucki Davide

RAIO-X
Nome completo: Franciela Fadas Graças Krasucki Davide
Data de nascimento: 26/04/1988
Idade: 31 anos
Cidade de nascimento: Valinhos-SP

Profissão: Atleta/ graduada em Fisioterapia

"Dias de luta, dias de glória. Assim é o esporte!"

No próximo dia 1º, a velocista valinhense Franciele Krasucki embarcará para o Peru para representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. Dessa vez, a atleta traz novidades: pela primeira vez vai disputar – além do revezamento 4x100m – as provas de 100m individuais.
Para Franciele, no entanto, os Jogos deste ano têm uma importância ainda maior: pela previsão da atleta, devem ser os últimos Pan-Americanos disputados em sua carreira. Em entrevista à Folha de Valinhos, a velocista afirmou que pretende se aposentar após as Olimpíadas de Tóquio em 2020. O motivo? Ela quer ser mãe!

Como o atletismo entrou em sua vida?
Foi no final de 2001, quando eu participava de uma escolinha de handebol da Prefeitura e a professora me convidou pra ir pra uma competição de atletismo. Na época eu não sabia o que era atletismo, mas eu topei. Chegando em casa eu falei pro meu pai: pai, eu vou pra uma competição de atletismo, mas eu não sei o que é isso. E ele me perguntou o que eu teria que fazer. Eu disseque teria que correr 600m. Ele me disse: então tá bom, sai forte e chega forte. Foi quando tive meu primeiro contato com a pista, que não foi dos melhores porque nessa competição eu cai e machuquei, ralei todo o joelho. Depois dessa competição eu decidi que não queria isso pra mim não, rsrsrs. Porém, em 2002 fui convidada pra treinar atletismo, aceitei e não parei mais.

Quando se deu conta de que seguiria carreira como atleta profissional?
Eu falo que fui um pouco anormal, rsrs. Com sete meses de treino eu fui vice-campeã brasileira. Lembro que eu não tinha idade pra ir pra esse campeonato. Fui convidada pelo Estado de São Paulo e chegando lá eu fui vice-campeã de 200m. Me classifiquei pro Sul-Americano que aconteceu no Paraguai. Chegando no Sul-Americano, peguei o sétimo lugar. Eu tinha 13 anos e competi com meninas de 15, 16 anos. Ali comecei a perceber que eu tinha um talento. Com um ano de treino eu fui pro meu primeiro campeonato mundial, que foi no Canadá. Lá fiquei em 4º lugar nos 100m. Depois disso minha carreira deslanchou, eu comecei a competir em grandes campeonatos e descobri, então, que eu tinha um dom mesmo pro atletismo.

Como é sua rotina de treinos?
São três horas por dia, às vezes mais, de segunda à sábado. Os treinos são divididos entre treino de força, resistência, de corrida, treino de velocidade e treino de fortalecimento. Costumo brincar que atleta não tem vida social, rs.

Este ano, você disputou o Campeonato Mundial de Revezamentos, onde a equipe brasileira conquistou o quarto lugar. Como foi essa experiência?
Estávamos com uma equipe nova, uma formação que a gente nunca tinha corrido, com algumas meninas que nunca tinham participado de competições grandes. Então foi um teste. Perdemos a medalha por detalhes, erros de passagem, faltou um pouco de entrosamento também. Porém, é uma equipe muito boa e tenho certeza que dará bons frutos. Para mim, a experiência foi sensacional. Eu era a mais velha da equipe e pude passar um pouco da minha experiência para elas. Foi realmente muito bom! 

Você vai disputar o Pan-Americano de Lima, no Peru. Qual a expectativa para os Jogos?
A equipe que está indo é uma equipe forte e tenho certeza que vamos vai brigar de igual pra igual com a principal equipe que é a dos Estados Unidos. Também tenho certeza que vamos brigar pelo ouro. A outra novidade é que vai ser minha estreia nas provas individuais, porque tanto em Guadalajara em 2011, como em Toronto em 2015, eu participei do revezamento. Esse ano vou participar também dos 100m. Espero fazer uma boa marca e brigar para chegar na final. E, como todos sabem, na final não existe favorito, então eu vou brigar por uma medalha com certeza.
Embarcaremos para o Peru no dia 1º. A equipe de atletismo têm cinco atletas. Quatro titulares e uma reserva. A expectativa para os Jogos é a melhor possível. A equipe brasileira, principalmente a do 4×100 feminino, tem muito o que melhorar e acho que o Mundial mostrou isso. Estamos treinando…com uma equipe nova… Mas o Mundial também nos deu confiança. Então tenho certeza de que estamos no caminho certo e que ainda vamos colher excelentes frutos.

Você pretende se aposentar após as Olimpíadas de Tóquio? Por que?
Porque já vão dar 20 anos de atletismo né, 20 anos dedicado ao esporte. O que eu brinco com todo mundo é que atleta não tem vida social, rsrs. Aí chega uma hora que a gente para e pensa: eu quero ser mãe, eu já vou estar com 32 anos, eu quero ter uma vida normal. Mas vai ser difícil, né? Afinal, são 20 anos. Eu sei que é uma decisão que não é fácil, mas já estou trabalhando muito a minha cabeça para isso.Se pudesse resumir em uma palavra o

que significa que o esporte para você, qual seria?
Seriam duas: amor e vida. Minha vida. Minha vida se resume ao esporte. Tudo que eu tenho hoje é graças ao esporte. 

Deixe uma mensagem de encorajamento para jovens atletas que desejam seguir carreira no esporte.
Vida de atleta não é fácil, não são só momentos de glória, tem muito trabalho duro, tem decepções sim no esporte, mas é gratificante, acho que tudo que a gente faz com amor e dedicação tem resultado, eu falo para todos os atletas, as pessoas que querem começar o esporte, para que se dediquem mesmo, para que se entreguem pro esporte, porque as recompensas vem. EU sou muito grata por tudo que eu tenho no esporte, não sei o que seria da minha vida sem isso. Então, tem uma frase de uma música que eu gosto muito que resumo o que é o esporte pra mim: dias de luta, dias de glória. Isso é o esporte! 


 

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