Fanzine

Dra Keyla Ferrari aponta desafios para inclusão da pessoa com deficiência neste ano

Um novo canal de apoio gratuito para os desafios crescentes na educação especial mesmo após a possível retomada das aulas presenciais

Em tempos de educação a distância, ausência de terapias e alteração da rotina, em período de pandemia, as pessoas com deficiência apresentam uma realidade complexa e desafiadora como apontam os estudantes, familiares e professores que vivenciam este cenário de constantes mudanças. A professora Dra. Keyla Ferrari abre um canal de reflexão e apoio às famílias de estudantes com deficiência e educadores.

No Brasil, mais de 25% da população têm algum tipo de deficiência, o que representa pelo menos 45 milhões de brasileiros, sendo que um a cada 7,5% são crianças de até sete anos, segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

BARREIRAS DIGITAIS

Para a pedagoga e doutora em atividade física, adaptação e saúde pela Unicamp, com especializações em deficiência da áudio comunicação e educação especial, Keyla Ferrari, o que a Educação Especial e Inclusiva apresenta neste momento de pandemia é um retrato de uma sociedade que ainda precisa se adaptar e se comprometer com a inclusão educacional e a qualidade de vida da população com deficiência.

“Se os métodos de educação presencial já eram foco de preocupação, agora com a pandemia fica ainda mais intensificado. Temos boas ferramentas e recursos tecnológicos, porém ainda não disponíveis e acessíveis para uma importante parcela dos brasileiros, principalmente se tratando de crianças e adolescentes com deficiência. Ainda há as barreiras digitais por falta de conhecimento suficiente dos estudantes e familiares que apoiam as tarefas. A necessidade da ampliação didática a todos os envolvidos neste processo se faz fundamental, além de verdadeiramente inclusiva, é necessário que seja prazerosa para esses públicos que abraçamos”, explica Keyla Ferrari.

RISCOS DA RETOMADA

A professora aponta que o desafio seguirá em 2021, com a possível retomada das aulas, mesmo adaptadas exigirá cuidados redobrados com a nova rotina.

“Recebemos relatos de mães de alunos com transtorno do espectro do autista (TEA) que no início da suspensão das aulas presenciais precisaram levar diversas vezes os filhos até a porta da escola para que vissem que estavam de fato fechadas e pudessem reconstruir aos poucos uma nova rotina em casa. Assim como contam os enormes desafios para acompanhar os conteúdos on-line aplicados, muitas vezes os familiares não conseguem compreender e consequentemente não conseguem apoiar no processo do ensino a distância. O retorno das aulas presenciais também exigirá um novo e importante período de adaptação por parte dos alunos, pais e professores. Muitos dos alunos com deficiência possuem sérias patologias como a cardiopatia, baixa imunidade, entre outras a serem consideradas. Todos precisam estar muito bem preparados e atentos para os novos tempos que ainda virão”, esclarece a docente.

ESPERANÇA E POTENCIALIDADES

Cada pessoa com deficiência, independente do diagnóstico, possui um universo de potencialidades ainda a ser desvendado ou desmistificado, como conta a professora universitária, especialista em educação especial. “Apesar da carência do toque do contato presencial, constatamos também a impressionante e rápida adaptação de parte dos jovens com síndrome de Down, conseguiram aprender bem o funcionamento das ferramentas digitais e os alfabetizados conseguiram utilizar com sucesso o chat para diálogos entre os participantes, foi um alento a todos que participam deste nosso projeto ligado à PREAC/ UNICAMP”, conclui.   
Para acompanhar as atividades, projetos e o conteúdo de apoio gratuito proposto pela professora Dra. Keyla Ferrari os interessados podem acessar o site keylaferrari.com.br e as mídias sociais para manter o diálogo direto com a docente, especialista em educação e inclusão da pessoa com deficiência. 

COMPARTILHE NAS REDES