Alternativa
Roseli Maria Bernardo Affonso – Mulher plural na vida e como comunicadora em Valinhos

A jornalista e radialista Roseli Bernardo pode ser considerada uma mulher plural na vida e como comunicadora em Valinhos. Casada com Flávio Afonso, e mãe de dois filhos, Juliana e Ricardo, Roseli é uma mulher forte, que prioriza a si própria, cuidando de sua saúde e de sua família. Sempre com uma postura firme e determinada, ela parece estar sempre disposta a enfrentar novos desafios e é uma pessoa de muita fé. Em sua trajetória profissional de 50 anos, Roseli já fez de tudo um pouco e ainda mais um tanto na área de comunicação. Extremamente proativa, a jornalista é envolvida há mais de 25 anos na prestação de serviços comunitários pela rádio Valinhos FM 87,9, com seu programa semanal “Revista da Manhã”, assim como em coberturas jornalísticas das eleições municipais e dos principais eventos da cidade. Além disso, Roseli é sócia na empresa AR2 Comunicação e Eventos, que há mais de 20 anos contribui para o fortalecimento do Terceiro Setor no município e que tantas histórias já eternizou. Em entrevista exclusiva à Folha de Valinhos, a jornalista falou um pouco sobre sua vida pessoal e contou sobre sua trajetória profissional. A entrevista marca o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado, dia 8.
FOLHA DE VALINHOS: Você é nascida em Valinhos? Pode contar um pouco mais sobre sua origem, desde o nascimento até se tornar jornalista, mãe e esposa?
ROSELI BERNADO: Não nasci em Valinhos, mas fui registrada na cidade, então sou valinhense de todo coração. Meus pais moravam na Fazenda Santa Margarida, distrito de Joaquim Egídio, mas a família era toda daqui. Quando fiz seis anos, voltamos para Valinhos, um período muito difícil, mas de muita luta.
Já na adolescência, meu 1º emprego foi ajudante de cabeleireira. Depois disso, vendi tomate na rua com meu saudoso irmão Roberto. Na sequência, estudei e me formei professora, que era o grande desejo de minha mãe, Rosa Bernado Barbisan e pai Angelindo. Ingressei na Prefeitura de Valinhos e lecionei inicialmente para educação de adultos no Clube de Campo. Depois na educação infantil nos bairros Jardim Imperial e Santa Escolástica.
No mesmo período que atuava como professora, eu cursei a faculdade de Relações Públicas. No entanto, vi no jornalismo a oportunidade de fazer o que mais gosto. Assim voltei para a faculdade e concluí o curso. Hoje as duas práticas estão sempre muito agregadas no meu trabalho.
Ainda durante o período que lecionava, eu aproveitava contraturno para fazer estágio na Folha de Valinhos, onde aprendi muito e de lá alcei voo por um longo período na assessoria de imprensa da Prefeitura de Valinhos.
Depois tive uma passagem pela Associação Comercial e Industrial de Valinhos (ACIV), sempre na área da comunicação.
FV: O que lhe motivou estudar jornalismo? Quais foram seus principais mestres na área e qual foi sua primeira atuação como profissional?
ROSELI BERNADO: Quando me formei em relações públicas, que aliás gostei muito, não conseguia enxergar muitas oportunidades. Mas o jornalismo foi abrindo portas e eu abracei e continuo até hoje difundindo a boa nova, especialmente do Terceiro Setor.
Tive um professor que foi um grande mestre, o Romeu Santini, que me abriu portas no Diário do Povo e como correspondente de Valinhos no Jornal O Estado de São Paulo.
FV: Quando e como foi início de sua atuação como radialista?
ROSELI BERNADO: Em 1997, o então Padre João Luiz Fávero, que havia fundado a Rádio Comunitária de Valinhos, decidiu colocar a Rádio no ar, mesmo sem a autorização da ANATEL. E eu fui convidada pelo Fernando D`Àvila a movimentar a emissora. Confesso que não foi uma escolha fácil, eu sempre fiz os bastidores, mas nunca tinha ido para frente do microfone. Apesar do medo, enfrentei o desafio e aos poucos fui aprendendo e me soltando. Hoje estar no rádio é motivo de grande satisfação e prazer.
FV: Você tem uma estimativa de quantas pessoas já entrevistou e quantas edições do programa “Revista da Manhã” já realizou?
ROSELI BERNADO: O programa “Revista da Manhã” foi o 1º a entrar no ar com esse estilo de variedade. No entanto, no começo ele não ainda não tinha nome, pois fiz um concurso para que os ouvintes fizessem a denominação. A ouvinte Sônia Capovila sugeriu Revista da Manhã, que existe até hoje.
Não tenho a estatística de quantos programas e quantas entrevistas já foram realizadas, mas posso garantir que foram muitas. Só pra ter uma ideia, diariamente faço três entrevistas, são 15 na semana, 60 no mês, quando multiplicamos pelos 12 meses, a soma sobe muito são 720 pessoas que passam pela minha frente todo ano.
FV: Como você faz a seleção de seus entrevistados e como se prepara para as entrevistas?
ROSELI BERNADO: Sempre procuro assuntos de interesse dos ouvintes, como saúde, educação, práticas terapêuticas, fatos da cidade de todas as áreas.
Busco também valinhenses que moram fora do país para contar suas experiências.
Além disso, não ficam de fora no programa as questões políticas e sempre recebo as principais autoridades da cidade, assim como os presidentes de entidades assistenciais e artistas. A rádio tem o slogan “A Voz da Nossa Gente” procuro ser fiel a isso e dou voz a tudo o que envolve Valinhos.
FV: Qual a sensação em dar voz a tantas pessoas para os mais variados temas?
ROSELI BERNADO: A sensação é de prazer. Muitas pessoas me perguntam, mas você faz isso de graça? Ser voluntária é isso, não se ganha dinheiro, mas o ganho vem de outras coisas, como relacionamentos e aprendizados diários.
FV: E como é a relação com o ouvinte? O que mais lhe fascina nesta relação?
ROSELI BERNADO: É muito interessante quando alguém me aborda e comenta:- “Roseli sou sua fã, assisto o programa todo dia”. Eu conheço vários dos ouvintes, mas não todos e sempre é uma boa surpresa quando as pessoas chegam até você e fazem um elogio ou comentam algum assunto que abordei no rádio.
Teve um dia, num evento em que eu estava fazendo fotos, uma pessoa me disse: “Você é a Roseli? Posso te dar um abraço?” E ela continua: “Assistindo você e a Mônica Salomão (psicóloga), eu mudei a minha vida. Eu tinha tentado o suicídio”. Isso impacta demais e percebi a importância do programa, dos convidados que recebo e daquilo que passo para as pessoas.
Sei que o rádio é o companheiro, aqui em Valinhos sou a companheira de muitas pessoas até de fora do país como a Geisa Salati, que está em Atlanta nos EUA, mas ouvinte fiel da Valinhos FM.
FV: Sobre as coberturas jornalísticas de eleições municipais e dos principais eventos da cidade, qual é a sensação de prestar o serviço e levar informações tão importantes para os ouvintes? Tem ideia de quantas coberturas deste tipo já realizou?
ROSELI BERNADO: Quando a apuração não era em Valinhos, mas realizada no Ginásio de Esportes do Taquaral, eu fui convidada pelo Fernando e pelo Dunga Santos. Ficávamos em volta da mesa dos escrutinadores em busca de informações. Depois disso, teve uma apuração no Cyro de Barros, que durou uma semana. Nessa ocasião, além da Rádio Brasil, com o Dunga, eu tinha o compromisso de abastecer com informações a Rádio Central de Campinas.
Daí por diante, a evolução foi acontecendo com a urna eletrônica, e com a Rádio Valinhos tivemos um primeiro e grande desafio de fazer a apuração, fomos aprendendo e melhorando.
Quando tem eleição, marido, filhos, amigos todos acabam se envolvendo porque exige muitos voluntários. Não sei quantas eleições já participei, mas vivi muitas histórias de muitos prefeitos eleitos.
FOLHA DE VALINHOS: Pode citar fatos ou curiosidades que mais marcaram sua carreira como radialista?
ROSELI BERNADO: Para ser jornalista, radialista e repórter, você precisa ficar atento. Numa abertura da Festa do Figo, o governador Geraldo Alckmin esteve presente, eu estava na cobertura do evento. Na ocasião, o microfone não podia ir muito longe da base, me posicionei num ponto onde as autoridades seguiram até o palanque oficial e sem medir as consequências, entrei na frente e peguei uma fala do governador que foi super simpático. O cerimonial do evento não gostou muito, mas se não fosse ali, não teria outra oportunidade.
São muitos momentos especiais que já vivi no rádio, especialmente nas visitas surpresa de Natal, quando as pessoas se emocionam e nós também.
FV: Em relação a AR2 Comunicação e Eventos você pode contar sobre a trajetória da empresa e os serviços mais marcantes realizados?
ROSELI BERNADO: A AR2 surgiu numa ideia da jornalista Roberta de Andrea. Ela chegou na Rádio e me propôs criar uma assessoria de imprensa, até porque tinha sido minha grande experiência, quando trabalhei na Prefeitura.
Fizemos várias reuniões também com André dos Reis e decidimos arriscar. Já são 20 anos de caminhada eu e a Roberta e nos especializamos no Terceiro Setor. E posso afirmar que foi por meio deste trabalho que as entidades passaram a ser mais divulgadas em suas ações e consequente o aumento de suas conquistas.
Em 5 de janeiro de 2005 iniciamos o trabalho, sem saber para qual direção iríamos, mas aos poucos fomos enxergando o caminho. Hoje temos a honra de trabalhar com o Terceiro Setor, com as ações da Filarmônica Valinhos, Ocupe. Arte, Associação dos Empresários de Valinhos (AEVAL), Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos (FEAV) e outras.
Acredito, que além do trabalho de assessoria de imprensa, a AR2 Comunicação & Eventos se destacou pela edição de várias revistas históricas. Entre elas as revistas sobre os seguintes assuntos: Os 115 anos da Matriz de São Sebastião, Festa do Figo, Igreja do São Cristóvão, Comunidade de Nossa Senhora de Fátima, e a mais recentemente, que marcou os 71 anos do Valinhos Clube. Além disso, participamos do livro do Dr. Ruy Meirelles e do Projeto que homenageia o Fotógrafo Haroldo Pazinatto, e de outras peças jornalísticas que resgatam a história da nossa cidade.
FV: Como comunicadora você sempre demonstrou um carinho especial pelo Terceiro Setor. Pode comentar sobre essa relação?
ROSELI BERNADO: Conheço a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Valinhos (APAEV) desde os tempos de padre Leopoldo e junto com Fernando D`Ávila fizemos muitos bailes e concurso Miss Simpatia. Também junto o Dunga e o Fernando promovemos uma campanha “Seja Amigo do Excepcional”, num momento em que a entidade precisava muito de recursos e de associados, que agregaram na campanha.
Ainda no Recanto dos Velhinhos tive um envolvimento no começo, promovendo campeonatos de pesca e outras ações. Com a criação da AR2 Comunicação foi possível promover as instituições de forma mais profissional e constante.
FV: O que representa para você que tantas histórias já narrou e eternizou, ter a chance de nesta edição contar sobre você, mulher e profissional plural?
ROSELI BERNADO: É um grande prazer e reconhecimento de um trabalho que pode servir de exemplo para novas gerações. Ninguém consegue conquistar objetivos se não batalhar e subir cada degrau. Os desafios surgem a cada dia, cabe a nós ultrapassá-los com coragem e determinação, o que graças a Deus não me faltam.
Agradeço a oportunidade e estendo um grande abraço a todas as mulheres, assim como eu foram à luta e hoje podem contar as suas conquistas. Feliz Dia das Mulheres!


