Alternativa
Hamlet-ex-Máquina do 42 Coletivo Teatral volta ao icônico Teatro de Arena Eugênio Kusnet

Dirigida por Erika Bodstein a peça traz dois clássicos – “Hamlet”, de William Shakespeare (1601), e “Die Hamletmaschine” (Hamlet-máquina), de Heiner Müller (1977), em diálogo com o Brasil atual.
Hamlet-ex-máquina fez quatro temporadas (de 2017 a 2019) e foi celebrada por críticos, acadêmicos, e por espectadores que vivenciaram a cada noite o confinamento e o desejo de libertação.
O 42 Coletivo Teatral está em cena outra vez contemplado pelo Programa FUNARTE de Apoio a Ações Continuadas de Grupos e Coletivos e com apoio da FUNARTE São Paulo tem a honra de finalmente poder apresentar a peça no espaço sonhado para ela, desde 2017, quando o grupo estreou na já saudosa Oficina Cultural Oswald de Andrade.
A quinta temporada do espetáculo vem acompanhada de muitas novidades: a gravação de um DOC (que conta todo o processo da criação do espetáculo e as dinâmicas artísticas vivenciadas) e a possibilidade de encontros com o público 1h antes da apresentação no Bar do 42 (2º piso doteatro). Uma oportunidade incrível para vivenciar uma experiência teatral no lendário Teatro de Arena, um ícone paulistano.
SOBRE O ESPETÁCULO: Hamlet-ex-Máquina Müller, Shakespeare, coralidades, polifonias e antropofagia
- O espetáculo Hamlet-ex-Máquina é uma montagem teatral idealizada e adaptada por Erika Bodstein, que também assina a encenação da peça.
- Resultado de uma profunda pesquisa de linguagem cênica, feita desde 2011, a peça veio à cena em diálogo com estudos sobre as imbricações arte-vida, a partir do encontro do coletivo com as obras completas de Fauzi Arap, e reflexões propostas pela diretora a partir desta. Erika Bodstein concentrou suas pesquisas acadêmicas, compartilhadas com o coletivo, em estudos sobre o Théâtre du Soleil, uma referência para a
trupe, em especial nos modos de gestão.
- A peça trabalha com coralidades e polifonias, com amplas camadas linguísticas, e reconta a partir do fragmento Die Hamletmaschine de Heiner Müller e de cenas do Hamlet, de William Shakespeare, a história de homens e mulheres que vivem suas angústias, dúvidas e medos numa sociedade automatizada e sufocada entre Grandes Guerras, guerras locais, ditaduras e fascismos.
- A mescla do olhar ácido, cortante e fragmentário de Müller à beleza poética das imagens nas palavras de Shakespeare, soma-se à irreverência debochada e crítica que a encenação brasileira empresta à obra, beneficiária da icônica encenação de Zé Celso, Ham-let (1993), na qual a diretora e a atriz Valéria Marchi mergulharam de cabeça enquanto artistas-espectadoras de muitos ensaios e apresentações. “Somos todos
herdeiros do Arena, do Oficina e do Opinião, diz Bodstein.
- A potente encenação de Erika Bodstein, antropofágica e dinâmica, oferece ao público possibilidade de fruição e experimentação da polifonia da peça, marcando o ritmo do espetáculo na música brasileira performatizada ao vivo, no lugar do pentâmetro iâmbico shakespeariano.Cenas, línguas, vozes, o espanto no Brasil
- As cenas estão em língua portuguesa na maior parte do espetáculo, mas os artistas experimentam a imersão em outras três (alemão, inglês e espanhol), e o que poderia ser uma barreira para a compreensão, torna-se na verdade seu grande trunfo, pois o entendimento se dá por outras vias, os afetos e as emoções. O Coletivo procura diálogo com uma questão heinermülleriana: o teatro comunica independente de
língua ou linguagem?
- O uso das diferentes línguas constrói momentos cênicos sublimes extremamente potentes, belos e poéticos, que carregam na sonoridade a força da poesia de seus criadores. Elas tornam as cenas compreensíveis, provocando no espectador uma empatia que nasce do reconhecimento de si na cena, na dor e na emoção do outro, espelhados nas circunstâncias dos personagens que são, em alguma medida, as
suas próprias. As diferentes línguas são diferentes vozes, sons, passaportes para acessar emoções e circunstâncias que compõem as cenas. A encenação busca colocar no palco o “espanto”, como diz Ingrid Koudela no seu livro “O Espanto no Teatro de Heiner Müller” (2003), que a obra contundente de Müller traz, procurando se manter como uma ilha de resistência teatral.
- Hamlet-ex-Máquina é um espetáculo que merece ser visto, pois é resultado de
uma voz potente e coral, coletiva, e por isso absolutamente necessária de ser
ouvida nesse mundo globalizado, conturbado, multipolar, dinâmico e caótico dos
dias atuais.
SOBRE O 42 COLETIVO TEATRAL
O 42 Coletivo Teatral é formado por um grupo de artistas reunidos desde 2011 a convite da diretora Erika Bodstein, artista com pesquisa dedicada às imbricações arte-vida, às obras de William Shakespeare e ao Théâtre du Soleil, em diálogo com a realidade brasileira. O grupo é vinculado à Capadócia Produções Culturais, produtora com sede em São Paulo, que apresenta espetáculos e realiza suas ações culturais e educativas.
A temporada de Hamlet-ex-Máquina integra o projeto Casa 42 – Preservação da Memória Cultural, espetáculos e vivências artísticas para crianças, jovens e adultos.
Este projeto foi fomentado pelo PROGRAMA FUNARTE DE APOIO A AÇÕES CONTINUADAS 2023.
Instagram do Projeto:
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@casa42pompeia : https://www.instagram.com/casa42pompeia/
Instagram dos Canais Parceiros:
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SINOPSE
Montagem singular encenada e adaptada por Erika Bodstein a partir de “Die
Hamletmaschine” (Hamlet-máquina) de Heiner Müller e “Hamlet” de William Shakespeare. O espetáculo passa pela performance experimental, com cenas faladas em quatro línguas diferentes. A encenação se passa em um búnquer, espaço de resistência para a ficção, a vida e o teatro. Lá personagens e atores sobrevivem às grandes catástrofes que percorrem as histórias e os mundos de Shakespeare, de Müller e do Brasil atual. A peça fala sobre a capacidade humana de se transformar diante de nossas tragédias diárias. Hamlet usa da arte para lutar contra esse “algo de podre” que existe no “reino da Dinamarca”. A cena revela um novo Hamlet, que está para além da máquina cartesiana e para além do lugar romântico shakespeareano. Homens e mulheres hamletianos não são mais números na engrenagem do sistema, ao contrário, procuram a sensibilidade e a arte, de modo integrativo e sistêmico, como forma promotora de reflexões sobre a vida e a condição do homem no mundo contemporâneo, no século 21.
FICHA TÉCNICA
Encenação e Adaptação: Erika Bodstein.
Elenco (em alternância): Angelina Trevisan, Augusto Pompeo, Edu Bodstein, David Amâncio,
Mariana Moura, Marun Reis, Pamella Bravo, Valdir Rivaben, Valéria Marchi, Titzi Oliveira.
Músicos: Neném Menezes e Will Santana.
Cenografia: Celso Rorato e Fernando Passetti.
Iluminação: Erika Bodstein, Martin Müller Anselment e Augusto Ruy Machado.
Técnicos: Emerson Celestino de Souza e Reynaldo Thomas.
Operadores: Carolina Cavalcante, David Amâncio, Leandro Merlin.
Estagiário: Nath Martins.
Composições e Arranjos (Entrada e Marchinha): Bruno Torrano e Adriano Salhab; Neném Menezes e Will Santana – trilha ao vivo.
Documentário e Audiovisual: Gustavo Carvalho.
Trajes de Cena: Adna Costa e Paula Baraldi.
Produção: 42 Coletivo Teatral e Capadócia Produções Culturais.
Realização: 42 Coletivo Teatral e Capadócia Produções Culturais.
Este espetáculo faz parte do projeto CASA 42 fomentado pelo PROGRAMA FUNARTE DE APOIO A GRUPOS E COLETIVOS 2023.
SERVIÇO
HAMLET-EX-MÁQUINA, com o 42 Coletivo Teatral
Data: de 16 de agosto a 22 de setembro
Horários: Sextas, sábados e domingos às 19h
Matinês: Sábados e Domingos às 15h
Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet – Rua Teodoro Baima, 94
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
https://www.sympla.com.br/hamlet-ex-maquina__2554946
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos
Informações à imprensa
Capadócia Produções Culturais
Valéria Marchi – 11 99945-4192 valeria.c.marchi@gmail.com
42 Coletivo Teatral – 11 97577-4695 42coletivo@gmail.com


