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Prefeitos da região cobram Estado após atrasos na entrega de medicamentos

Farmácia de alto custo de Amparo: desabastecimento. Foto: Reprodução

Prefeitos da região cobram o governo de SP por atrasos na entrega de medicamentos do SUS e alertam para riscos a pacientes

Prefeitos de municípios do Circuito das Águas Paulista e da região de Bragança Paulista pressionam o governo de São Paulo.
O motivo é a falta recorrente de medicamentos de alto custo destinados a pacientes do SUS.

O desabastecimento afeta farmácias populares em dezenas de cidades.
Segundo os gestores, tratamentos essenciais estão sendo comprometidos.

Diante do cenário, os municípios pedem providências urgentes.
A cobrança foi formalizada em um ofício enviado ao governador Tarcísio de Freitas.

Ofício pede regularização imediata do fornecimento

O documento é assinado por prefeitos de Amparo, Monte Alegre do Sul, Lindóia, Tuiuti, Pinhalzinho, Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Santo Antônio de Posse, Morungaba e Holambra.

No texto, os gestores solicitam a regularização imediata do abastecimento.
Também pedem mais transparência nos cronogramas de entrega.

Outra demanda é a abertura de diálogo direto com a Secretaria de Estado da Saúde.
O objetivo é evitar novos atrasos e reduzir impactos aos pacientes.

Medicamentos de alto custo estão em falta

Os remédios em atraso fazem parte do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF).
O programa é responsável por medicamentos usados no tratamento de doenças graves, crônicas e raras.

Esses tratamentos não podem ser interrompidos sem riscos à saúde.
A falta tem causado angústia em pacientes e familiares.

Além disso, os atrasos geram judicialização.
Muitas prefeituras acabam arcando com custos que são de responsabilidade do Estado.

Prefeitos alertam para impacto nos municípios

No ofício, os gestores destacam que os municípios não podem ser penalizados.
Segundo eles, a obrigação pelo fornecimento é estadual.

“Estamos falando de tratamentos contínuos, de vidas que não podem esperar”, diz um trecho do documento.
Os prefeitos afirmam que a mobilização é institucional.

A cobrança busca garantir o direito constitucional à saúde.
Os gestores defendem união regional para pressionar por soluções rápidas.

Amparo aponta situação crítica

O município de Amparo lidera a mobilização regional.
A cidade relata uma das situações mais críticas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, havia falta de 65 medicamentos do CEAF.
Os dados são da atualização divulgada em 9 de dezembro.

Os remédios estão vinculados à Regional de Saúde de Campinas.
A ausência compromete diretamente tratamentos contínuos.

Cidades que não aderiram ao documento

Os municípios de Pedreira, Jaguariúna, Serra Negra, Águas de Lindóia e Socorro não assinaram o ofício.
Mesmo assim, os prefeitos afirmam que o movimento segue aberto.

A união regional é vista como essencial.
O objetivo é ampliar a pressão sobre o governo estadual.

Jaguariúna registra falta de 80 medicamentos

Apesar de não ter assinado o documento, Jaguariúna enfrenta situação semelhante.
O município registra cerca de 80 medicamentos em falta.

Muitos são de alto custo e de responsabilidade estadual.
A Secretaria de Saúde informou que cobra o Estado de forma permanente.

Segundo a pasta, o governo estadual informou novas entregas.
Os medicamentos devem chegar nos dias 17 e 18 de dezembro.

Projeto de lei busca alternativa local

Diante do desabastecimento, a Câmara de Jaguariúna discute uma alternativa.
Um projeto deve entrar em pauta em 2026.

A proposta é da vereadora Ana Paula Espina (Podemos).
Ela sugere credenciar farmácias privadas para suprir faltas temporárias.

O objetivo é evitar a interrupção de tratamentos.
A iniciativa já desperta interesse de outros municípios e estados.

Problema é estadual, apontam dados

O cenário regional reflete um problema em todo o Estado.
Entre 1º e 29 de julho de 2025, foram registrados 3.896 relatos de falhas no fornecimento.

As queixas envolvem 39 medicamentos do CEAF.
Mais de 1.168 pacientes relataram ficar sem remédios por mais de 60 dias.

Outros 1.004 pacientes enfrentaram desabastecimento superior a 45 dias.
Os dados mostram a gravidade e persistência do problema.

O que diz o Governo do Estado

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a Farmácia de Medicamentos Especializados de Campinas está sendo reabastecida nesta terça-feira (16).

Segundo a pasta, novos medicamentos chegam ao longo da próxima semana.
Parte dos itens do CEAF é adquirida pelo Ministério da Saúde.

O Estado afirma operar uma das maiores estruturas logísticas do país.
A distribuição mensal supera 81 toneladas de medicamentos.

A Secretaria também destacou um novo contrato.
A medida prevê a descentralização e entrega direta aos municípios.

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