Alternativa
A noite em que a esperança respirou entre nós

Coluna Momentos
por Pastor Rui Mendes Faria
Há noites que passam como qualquer outra.
Mas há noites que rasgam a história, atravessam os séculos e continuam falando… mesmo depois de dois mil anos.
Aquela foi a noite em que a esperança respirou entre nós.
Depois de ouvir o anúncio do anjo, Maria caminhou carregando dentro de si o impossível:
Deus fazendo morada no ventre de uma menina simples de Nazaré.
José, assustado, porém obediente, aceitou o chamado mais difícil que um homem poderia receber:
proteger a promessa que salvaria o mundo.
E assim os dois, marcados por um milagre que poucos entenderiam, iniciaram a viagem até Belém.
As estradas eram longas, o cansaço era real, e o mundo parecia não ter pressa para receber o Salvador.
Belém estava cheia.
Portas fechadas.
Hospedarias sem espaço.
Pessoas indiferentes, preocupadas com seus próprios afazeres — como acontece até hoje.
Mas Deus não precisa de palco humano quando Ele mesmo escreve o roteiro da eternidade.
Enquanto a cidade vivia sua rotina barulhenta e distraída, o céu preparava algo que mudaria tudo.
Uma estrela surgiu iluminando um ponto exato da terra.
Os anjos se alinharam como um grande coral invisível.
E o silêncio daquela noite se tornou o ambiente perfeito para o nascimento da maior esperança que o mundo já conheceu.
Foi então, num lugar que ninguém escolheria — uma estrebaria — que aconteceu o indescritível.
Entre palha, cheiro de animais e a simplicidade mais profunda, o Filho de Deus abriu os olhos pela primeira vez.
Não houve tapete vermelho.
Não houve clarins da realeza.
Não houve aplausos humanos.
Houve algo maior.
Houve o céu respirando dentro da terra.
Houve divindade vestida de humanidade.
Houve um choro de bebê que ecoou como o som da eternidade dizendo:
“Vocês não estão sozinhos.”
Naquela noite, a esperança não foi apenas anunciada.
Ela nasceu.
Ela respirou entre nós.
Ela caminhou entre nós.
Ela viveu entre nós.
E até hoje, sempre que dezembro chega…
é como se a criação inteira lembrasse desse momento.
As luzes piscam não apenas por tradição, mas porque, há mais de dois mil anos,
a Luz verdadeira decidiu brilhar para sempre.


