Alternativa
Quando a fofoca mata a honra

Coluna Momentos
por Pastor Rui Mendes Faria
Fofoca é uma arma leve no peso, mas pesada nas consequências.
Uma palavra mal contada, um “ouvi dizer” mal colocado, e pronto: amizades se rompem, casamentos se abalam, empregos se perdem e reputações são manchadas. É impressionante como algo tão pequeno pode causar danos tão grandes.
No fundo, quem espalha fofoca se sente poderoso por alguns segundos, mas deixa atrás de si um rastro de destruição. E, quase sempre, quando a verdade aparece, o estrago já foi feito.
Fatos curiosos da história
O Brasil já foi palco de situações inacreditáveis provocadas pela fofoca.
Em 2014, no Guarujá (SP), um simples boato espalhado nas redes sociais levou ao linchamento de uma mulher inocente. Tudo começou com um post maldoso, sem comprovação, e terminou em tragédia.
Outro caso marcante envolveu perfis de fofoca na internet que divulgaram mentiras sobre pessoas públicas, levando algumas delas à depressão e até ao suicídio.
A fofoca sempre existiu, mas agora, com as redes sociais, ela ganhou velocidade. O que antes era dito em voz baixa, hoje é gritado em público, curtido, compartilhado e comentado por milhares.
A raiz do problema
A fofoca nasce onde há falta de empatia.
Quem fala demais, geralmente ouve pouco.
E quem não mede palavras, acaba ferindo sem perceber.
A maledicência é como jogar uma pena ao vento: quando tenta recolher, descobre que é impossível trazê-las de volta.
Em um mundo cheio de opiniões, precisamos reaprender o valor do silêncio.
Nem tudo o que sabemos precisa ser dito.
Nem toda história que ouvimos precisa ser repassada.
Conselhos para tempos de vozes altas
1. Verifique antes de falar. Pergunte-se: é verdade? Tenho certeza?
2. Reflita antes de repassar. Isso vai ajudar ou destruir alguém?
3. Prefira o silêncio. Às vezes, não responder é o maior sinal de sabedoria.
4. Valorize a reputação dos outros. Ela é um patrimônio invisível, mas precioso.
5. Seja um pacificador. Quem evita conflitos constrói pontes e dorme em paz.
Conclusão
Vivemos tempos em que a fofoca se tornou entretenimento, mas o preço é alto demais. Ela adoece relações, destrói confiança e corrói o respeito.
Em um mundo barulhento, ser discreto virou virtude rara.
Use suas palavras como sementes de paz, não como faíscas de incêndio.
Porque a honra, uma vez queimada, é difícil de reconstruir.
E quem aprende a calar no tempo certo, fala com mais autoridade quando realmente precisa.
* Rui Mendes Faria é pastor da Comunidade Evangélica Cristo Vive e terapeuta.


