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Justiça argentina apreende mais de 100 bens ligados a Cristina Kirchner

Kirchner cumpre prisão domiciliar desde junho desde ano; ela foi condenada em 2022. Foto Luis Robayo/AFP

O processo é considerado o maior escândalo de corrupção da era Kirchner e continua influenciando o ambiente político argentino, especialmente em um momento de forte polarização no país

A Justiça da Argentina determinou, nesta terça-feira, dia 18, a apreensão de mais de 100 propriedades, contas bancárias, fazendas e empresas associadas à ex-presidente Cristina Kirchner e a outros oito condenados por corrupção em obras públicas.
A estimativa é que o valor desviado chegue a US$ 500 milhões.

Os bens já estavam congelados desde a condenação, mas agora passam para processo de confisco definitivo.

Cristina Kirchner cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires desde junho de 2025. Ela foi condenada em 2022 a seis anos de prisão por administração fraudulenta e ficou permanentemente proibida de ocupar cargos públicos.

A sentença envolve irregularidades em 51 licitações de obras rodoviárias na província de Santa Cruz, realizadas entre 2003 e 2015 — período que abrange os governos de Néstor Kirchner e o seu.

Segundo o tribunal, tratava-se de um “esquema fraudulento extraordinário”, que comprometeu recursos públicos destinados à construção de rodovias e estradas nacionais.

O rombo original foi estimado em 85 bilhões de pesos — cerca de US$ 70 milhões à época — e depois atualizado por peritos do Supremo Tribunal argentino.

Além de Cristina Kirchner, a apreensão atinge:

  • Lázaro Báez, empresário aliado dos Kirchner e beneficiário das licitações

  • um ex-secretário de Obras Públicas

  • ex-dirigentes da autoridade rodoviária nacional

O tribunal permitiu que os réus definissem como dividir os bens confiscados. Nenhum aceitou. Todos recorreram, mas os pedidos foram rejeitados por instâncias superiores.

A ex-presidente afirma ser alvo de uma perseguição judicial com motivação política promovida por setores conservadores.
Ela não comentou a nova decisão.

O processo é considerado o maior escândalo de corrupção da era Kirchner e continua influenciando o ambiente político argentino, especialmente em um momento de forte polarização no país.

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