Economia
Empreendedorismo feminino segue em expansão, mas especialista alerta: “desafios ainda são profundos”

O Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, destaca o impacto crescente das mulheres nos negócios — e também as barreiras que ainda freiam seu avanço. Criada pela ONU, a data chama atenção para desigualdades persistentes e para a necessidade de fortalecer políticas e práticas que apoiem as empreendedoras.
No Brasil, o cenário mostra força e potencial. Segundo relatório técnico do Sebrae (2024), o país reúne cerca de 30 milhões de empreendedores, sendo 10 milhões de negócios liderados por mulheres. O número é expressivo, mas não elimina os desafios cotidianos.
Para Stella Azulay, jornalista, escritora e especialista em comportamento humano com formação em Psicologia Positiva em Harvard, as empreendedoras ainda enfrentam barreiras estruturais. Entre elas:
acesso desigual ao crédito;
dupla jornada;
preconceito de gênero;
cobrança constante por resultados.
Segundo a especialista, esses fatores criam um ambiente mais hostil para mulheres que desejam abrir ou escalar seus negócios.
Stella lembra que a participação das mulheres casadas no mercado é um fenômeno recente no país. Até 1962, o Estatuto da Mulher Casada ainda limitava sua autonomia.
A mudança começou com o Código Civil de 2002, que consolidou a igualdade jurídica entre homens e mulheres. A partir daí, empreender sem autorização do marido passou a ser um direito pleno — um marco fundamental para a liberdade econômica feminina.
Mesmo assim, a luta por igualdade no ambiente corporativo e empreendedor segue em curso.
Uma pesquisa inédita da Serasa Experian, divulgada em novembro de 2025, analisou 23 milhões de empresas ativas no Brasil. O levantamento revelou que negócios liderados por mulheres apresentam 20% menos inadimplência do que aqueles comandados por homens.
O dado reforça que o empreendedorismo feminino não só cresce, como demonstra consistência e maturidade financeira.
Como fortalecer a trajetória empreendedora? Dicas da especialista
1. Cultive uma mentalidade positiva
Para Stella, o sucesso começa na forma de pensar.
“O medo e a autocrítica são sabotadores. Celebrar pequenas vitórias e acompanhar o próprio progresso aumenta a confiança”, afirma.
2. Construa uma rede de apoio
Trocar experiências com outras empreendedoras fortalece vínculos e reduz a sensação de isolamento. “Desafios comuns se tornam mais leves quando compartilhados”, diz.
3. Posicione-se com autenticidade
Segundo a especialista, autenticidade é diferencial competitivo.
“Quando a empreendedora comunica seus valores, atrai oportunidades alinhadas ao seu propósito.”
4. Cuide da autoestima
Para Stella, autoestima não é luxo — é estratégia de negócio.
“Uma mulher com autoestima fortalecida toma decisões melhores e enfrenta pressões com mais equilíbrio.”
Stella Azulay reforça que o empreendedorismo feminino transforma comunidades e abre portas para novas trajetórias.
“Quando uma mulher empreende, ela muda sua vida e inspira outras mulheres a acreditarem que também podem.”
Sobre a especialista
Stella Azulay é jornalista, escritora e palestrante, com formação em Psicologia Positiva pela Universidade de Harvard. Já atuou como correspondente internacional em Jerusalém pelo SBT e é autora de três livros. Trabalha como mentora de desenvolvimento pessoal e liderança feminina.


