Brasil e Mundo
China apoia combate à mudança do clima, diz presidente da COP30

© Bruno Peres/Agência Brasil
A COP30, realizada em Belém, já expõe uma disputa geopolítica entre as maiores economias do planeta. Segundo o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, a China aparece como a principal apoiadora da nova economia verde, enquanto os Estados Unidos adotam postura mais conservadora.
A análise foi feita em entrevista ao programa Brasil no Mundo, da TV Brasil, exibida neste domingo (16). Para o embaixador, a diferença de estratégias tornou-se um dos temas centrais das negociações climáticas deste ano.
Corrêa do Lago afirma que a presença da China é “muito forte” na COP30. Enquanto isso, o governo norte-americano defende a continuidade de uma economia baseada em combustíveis fósseis.
Segundo ele, essa divergência mostra um embate direto sobre o futuro energético. De um lado, a China impulsiona políticas climáticas e tecnologias limpas. De outro, setores políticos dos EUA temem perder liderança tecnológica ao avançar na transição energética.
O presidente da COP30 também alertou para o que chama de “negacionismo econômico”.
O termo descreve grupos que não negam a mudança do clima, mas argumentam que ela é consequência natural do desenvolvimento econômico. Para esses setores, a prioridade seria adaptação, não mitigação.
O embaixador cita o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, como um dos porta-vozes dessa visão.
Corrêa do Lago destaca que, em várias áreas da economia, substituir combustíveis fósseis já é economicamente vantajoso.
Com isso, fica mais difícil sustentar a ideia de que a transição energética traz prejuízos.
Apesar da ausência do governo federal dos EUA na conferência, ele lembra que governadores de estados como a Califórnia, que representam 60% do PIB americano, participam das discussões.
Outro destaque da entrevista foi o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), criado pelo Brasil.
Por que o fundo é considerado inovador?
Atua fora dos mecanismos formais da ONU, o que facilita aportes de países em desenvolvimento.
Foca na preservação de florestas tropicais, biodiversidade e comunidades locais.
Atrai fundos soberanos que buscam rendimentos estáveis.
O embaixador afirma que o modelo ainda é novo e deve receber novos anúncios de investimento após a COP.


