Belém recebe Cúpula do Clima, encontro internacional que vai reunir chefes de Estado e de Governo, ministros e dirigentes de organizações internacionais. Foto Sergio Moraes/COP30

Evento internacional que antecede a Conferência das Nações Unidas foi realizado em Belém nesta quinta, dia 6, e sexta-feira, dia 7, e marcou o lançamento de fundo de US$ 125 bilhões para a conservação de florestas tropicais

A atenção do mundo se volta para Belém, capital do Pará, que sediará a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O evento terá sua abertura oficial na próxima segunda-feira, dia 10, estendendo-se até 21 de novembro. A conferência é vista como um marco crucial para a agenda climática global, reunindo milhares de negociadores, ativistas e, principalmente, líderes mundiais que buscam definir o futuro do planeta.

A realização da COP30 no Brasil, no coração da Amazônia, confere um perfil político elevado às discussões sobre o enfrentamento das mudanças climáticas. Entre os temas centrais que serão tratados pelos líderes mundiais estão o avanço do financiamento climático para países em desenvolvimento, o progresso na Transição Energética, a implementação do Acordo de Paris e a urgência em reverter a tendência de aumento da temperatura global.

A embaixadora Liliam Chagas, negociadora do Brasil na COP30, enfatiza que o mundo precisa, coletivamente, conseguir reverter o aquecimento, utilizando as regras e mecanismos já existentes para ajudar os países a reduzirem emissões e a se adaptarem à mudança do clima. Com a crescente manifestação de eventos climáticos extremos em todo o mundo, a expectativa é que a conferência de Belém traduza a preocupação global em ações ambiciosas e concretas.

Cúpula do Clima em Belém busca impulso político para a COP 30

Para dar o impulso político necessário às conversas da COP, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a Cúpula do Clima, realizada nesta última quinta-feira, dia 6 e sexta-feira, 7 no Parque da Cidade, em Belém. O encontro reuniu os mais altos líderes globais, discutindo os desafios e os compromissos para o enfrentamento da crise climática.

O evento foi estruturado em uma plenária ampla e em sessões temáticas presididas pelo próprio Presidente. Os debates incluíram “Florestas e Oceanos”, onde Lula defendeu o Tratado de Alto Mar e o compromisso do Brasil de reduzir o desmatamento, e “Transição Energética”. A sessão final, focada nos dez anos do Acordo de Paris, buscou alinhar os chefes de Estado para que a COP seja um momento de “transformar ambição em ação”, encontrando o equilíbrio entre o crescimento econômico e a sustentabilidade, conforme declarado por Lula na abertura.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, presente na Cúpula, reforçou o coro ao afirmar que proteger florestas e oceanos não é caridade, mas uma “responsabilidade legal e moral” e uma decisão economicamente inteligente, conclamando os países a interromperem o desmatamento até 2030.

Fundo Global é lançado em Belém

Um dos resultados mais significativos da Cúpula do Clima foi o lançamento oficial do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). O novo mecanismo financeiro inaugura uma era de colaboração global, visando enfrentar a falha de mercado que não remunera adequadamente os serviços ecossistêmicos das florestas em pé.

O Fundo, que tem como objetivo de médio prazo alcançar US$ 125 bilhões, busca combinar capital soberano de países patrocinadores e investimento privado. Ao todo, 53 países assinaram a Declaração de Lançamento, com compromissos importantes de nações como Noruega (US$ 3 bilhões) e Brasil (US$ 1 bilhão). O TFFF representa um incentivo global para a conservação e garante, com justiça e coragem, que pelo menos 20% dos recursos cheguem diretamente aos povos indígenas e comunidades locais, reconhecidos como guardiões essenciais das florestas tropicais.