Economia

Municípios gastam R$ 732 bi com desastres climáticos no Brasil

© Reuters/Ueslei Marcelino

O estudo ouviu 2.871 municípios, cerca de metade das cidades brasileiras, entre agosto de 2024 e março de 2025

Entre 2013 e 2024, os municípios brasileiros desembolsaram mais de R$ 732 bilhões para lidar com desastres causados pelas mudanças climáticas, como enchentes, secas, queimadas e deslizamentos.

O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira, dia 6, pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e aponta que 95% das cidades do país foram impactadas por eventos climáticos extremos.

Segundo a CNM, a frequência e a intensidade dos desastres têm crescido nos últimos anos, ampliando os prejuízos econômicos, ambientais e sociais.

No mesmo período, foram registradas mais de 70 mil situações de emergência e 6 milhões de pessoas desalojadas em todo o país.

O estudo ouviu 2.871 municípios, cerca de metade das cidades brasileiras, entre agosto de 2024 e março de 2025.

Apenas 12% declararam ter uma secretaria ou órgão próprio para lidar com defesa civil. Em muitos casos, a função é acumulada em outros departamentos — 49% dos gestores disseram exercer o papel em áreas diferentes da administração municipal.

De acordo com o levantamento, a falta de estrutura e de políticas preventivas dificulta a resposta rápida a crises e amplia as perdas.
Para a CNM, isso reflete uma desassistência crônica na gestão de riscos locais.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, defende uma ação coordenada entre União, estados e municípios.
Segundo ele, é “urgente” um apoio federativo contínuo, com recursos e capacitação técnica para fortalecer a gestão municipal de riscos e desastres.

Hoje, 67% das prefeituras afirmam precisar de auxílio financeiro para prevenção, e 70% relatam que seus gastos mensais com defesa civil não passam de R$ 50 mil — valor insuficiente para ações estruturantes.

Uma das alternativas sugeridas pela CNM é o uso de consórcios intermunicipais para ampliar a capacidade de resposta dos municípios.
Atualmente, apenas 15% das cidades participam desse tipo de parceria voltada à Defesa Civil.

A entidade reforça que a cooperação regional, aliada à troca de experiências e à realização de conferências periódicas, é essencial para desenvolver políticas públicas eficazes de adaptação e mitigação climática.

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