Economia
Dos pequenos produtores às grandes gôndolas: os desafios da formalização no varejo

Créditos: iStock
Superar os obstáculos da burocracia, dos custos e da falta de informação é fundamental para que esses negócios prosperem em um mercado cada vez mais competitivo
O cenário do varejo brasileiro tem se transformado rapidamente nos últimos anos, oferecendo novas oportunidades para pequenos produtores que desejam levar seus produtos às prateleiras das grandes redes.
De acordo com o estudo “O Futuro do Varejo Brasileiro”, realizado pela consultoria EY (Ernst & Young), o setor deve crescer cerca de 3,7% ao ano até o final de 2025, impulsionado pelo aumento da renda da população e pela inovação tecnológica.
Contudo, para muitos desses empreendedores, a jornada rumo à formalização é repleta de desafios que podem parecer intransponíveis.
A formalização é um passo essencial para que pequenos produtores possam competir em igualdade de condições no varejo. No entanto, esse processo, muitas vezes, é visto como um labirinto burocrático.
Os principais desafios da formalização para produtores
Muitos empreendedores se deparam com a complexidade das exigências legais, que incluem:
Burocracia excessiva: o processo pode ser complexo e demorado, envolvendo diversas etapas e documentos. Isso desestimula muitos empreendedores, que veem a burocracia como um entrave.
Custos de formalização: as taxas e os custos associados à formalização, como registros e licenças, podem ser elevados, especialmente para pequenos negócios que operam com margens de lucro reduzidas.
Falta de informação: muitos produtores não têm acesso a informações claras sobre como formalizar seus negócios, o que pode levar a erros ou abandono do processo.
Concorrência desleal: a presença de produtos informais no mercado cria uma concorrência desleal, dificultando a sobrevivência dos negócios formalizados, que precisam arcar com impostos e regulamentações.
Como formalizar um negócio no varejo?
A formalização de um negócio no varejo envolve algumas etapas essenciais:
Escolha da estrutura jurídica: o primeiro passo é decidir qual tipo de empresa será constituída (MEI, microempresa, etc.), considerando as características do negócio.
Registro na Junta Comercial: é necessário registrar a empresa na Junta Comercial do estado onde atuará, obtendo o CNPJ e a inscrição estadual.
Licenças e alvarás: dependendo do tipo de produto e da localidade, pode ser preciso obter licenças específicas e alvarás de funcionamento.
Organização financeira: manter uma contabilidade organizada é fundamental, tanto para a gestão do negócio quanto para atender às exigências legais.
Adoção de tecnologia: a digitalização e a utilização de sistemas de gestão podem facilitar a formalização e a operação do negócio.
As vantagens da formalização para os negócios
A formalização traz diversas vantagens para os negócios no varejo, incluindo:
Acesso a novos mercados: produtos formalizados têm mais chances de serem aceitos em grandes redes varejistas, ampliando a base de clientes.
Credibilidade: a formalização confere maior credibilidade ao negócio, o que pode atrair parcerias e investimentos.
Benefícios fiscais: empresas formalizadas podem ter acesso a incentivos fiscais e linhas de crédito específicas, facilitando o crescimento.
Proteção legal: a formalização garante direitos e proteção ao empreendedor, permitindo que ele atue dentro da legalidade.
Outro ponto importante é que a entrada de produtos artesanais em grandes redes varejistas exige um processo de profissionalização. Para que o controle de estoque e a logística funcionem de forma integrada, é essencial que cada item tenha um código de barras único, garantindo a rastreabilidade desde o fornecedor até o consumidor final.
Essa tecnologia não apenas facilita a gestão, mas também assegura que os produtos atendam aos padrões exigidos pelas grandes redes.
Com as estratégias corretas e um entendimento claro das vantagens da formalização, é possível transformar desafios em oportunidades, garantindo um futuro promissor para o varejo brasileiro.


