Opnião
Um alerta para todos os pais: a segurança de nossos filhos
Não há espaço, em Valinhos, para quem desonra a confiança das famílias e a nobre missão de educar
A cidade de Valinhos viveu, nesta semana, um triste e revoltante episódio na área da educação que serve como um alerta urgente a todos os pais de crianças e adolescentes. O caso, que veio à tona no meio do “Agosto Lilás”, dedicado à conscientização e combate à violência contra a mulher, expôs uma ameaça que muitas vezes se esconde à luz do dia: a manipulação de menores em ambientes digitais por pessoas que deveriam ser exemplos de conduta.
A Folha de Valinhos enaltece a postura rápida e decisiva da Secretaria de Educação e do prefeito Franklin Duarte de Lima. Ao tomarem conhecimento das mensagens de teor impróprio trocadas entre um professor de 44 anos da Rede Municipal de Ensino e uma adolescente de 14 anos, a resposta foi imediata. O servidor foi exonerado, e o caso foi encaminhado às autoridades competentes, garantindo que ele responda por seus atos. Essa atitude demonstra o compromisso da administração pública com a segurança de nossos alunos e a ética no serviço público. O prefeito Franklin Duarte foi claro ao afirmar que “não há espaço, em Valinhos, para quem desonra a confiança das famílias e a nobre missão de educar”. A mensagem não poderia ser mais direta e firme.
No entanto, a agilidade do poder público não pode nos fazer esquecer da fragilidade de nossas crianças e adolescentes diante dos perigos do mundo virtual. O caso do professor, que deveria ser um educador e protetor, reforça a necessidade de vigilância constante por parte dos pais. A violência que ameaça nossos filhos não vem apenas do desajuste social, educacional e econômico, mas também de indivíduos que, por vezes, estão acima de qualquer suspeita. O acesso irrestrito às redes sociais e aos aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, sem o devido controle, transforma o smartphone de um instrumento de comunicação em uma porta de entrada para perigos invisíveis.
É comum que adolescentes, em busca de autonomia, reivindiquem a privacidade como um direito inalienável. No entanto, é fundamental que pais e responsáveis estabeleçam a diferença entre a privacidade saudável e a segurança. Em uma era digital, o perigo que ronda nossos filhos pode se manifestar de diversas formas, desde o bullying virtual até a sedução e a manipulação por adultos mal-intencionados. A obsessão pela privacidade, se não for orientada, pode se tornar uma vulnerabilidade.
O “Agosto Lilás” nos lembra de que a luta contra a violência, em todas as suas formas, é um dever de toda a sociedade. A campanha municipal “Juntos por Elas” reforça que a proteção da mulher, e por extensão de nossas filhas, começa com a conscientização. Ações como a Patrulha Maria da Penha, palestras e atividades de empoderamento feminino são essenciais. Mas a proteção mais eficaz começa em casa. É responsabilidade dos pais orientar seus filhos sobre os riscos, monitorar suas interações online — mesmo com a discordância deles — e saber quem são seus amigos virtuais.
É crucial que os pais se mantenham informados, conversem abertamente sobre os perigos e ensinem seus filhos a identificar sinais de sedução ou manipulação. A intimidade e a confiança construídas em um lar são a primeira e mais importante linha de defesa. É preciso encorajar as crianças a compartilhar qualquer indício de comportamento inadequado, seja de um colega, de um desconhecido ou, como o triste episódio em Valinhos demonstrou, de um profissional de educação.
O caso do professor foi uma oportunidade para a administração pública de Valinhos mostrar que não há tolerância para condutas impróprias por parte de servidores. No entanto, o episódio também serve como um espelho para a sociedade. Ele nos obriga a refletir sobre a forma como criamos nossos filhos, os limites que impomos e a importância de estarmos presentes em suas vidas, tanto no mundo real quanto no virtual. A segurança de nossas crianças é uma responsabilidade compartilhada que começa com a vigilância, a orientação e, acima de tudo, o diálogo em família.


