Da redação

A cooperativa enfrenta uma série de problemas de natureza jurídica e contábil, além de dificuldades financeiras para se manter, o que impede a celebração de novos contratos com o Município.

Duas semanas atrás, ciente do problema, a Prefeitura apresentou uma proposta para absorver os cooperados até que a Recoopera fosse regularizada, ou uma nova cooperativa fosse criada, mas a presidente da entidade rejeitou a proposta.

O projeto da Prefeitura, que está mantido, prevê geração de pelo menos 20 postos de trabalho com carteira assinada para os cooperados que comprovem vínculo com a cooperativa e sejam moradores de Valinhos. Além dos salários, a empresa Corpus, responsável pela coleta de lixo na cidade, oferece benefícios como planos de saúde, uniformes, vale-transporte e vale-alimentação.

Além disso, a Prefeitura se dispõe a oferecer auxílio para recuperação da Recoopera ou criação da nova cooperativa, inclusive com parceria com o Sebrae para orientação daquilo que for necessário. Porém, a proposta foi rejeitada pela direção das entidades, que pretendia manter as atividades no mesmo local.

Nesta sexta-feira, equipes da Prefeitura estiveram no barracão para um mutirão de limpeza e retirada de resíduos que ficaram acumulados e não foram removidos pelos integrantes da cooperativa. Todos os equipamentos usados pelos cooperados, como prensas, mesas e uma esteira, já tinham sido retirados do local, assim como a maioria dos pertences pessoais.

O estado de abandono do imóvel preocupa a Prefeitura, que terá que realizar uma série de reformas para a devolução das chaves. Na frente, o mato estava muito alto a as pilhas de resíduos acumuladas no pátio podiam ser vistas por quem passava pela rua.

Ao entrar no barracão, a quantidade de resíduos espalhada pelo chão chamava a atenção. Aparelhos inteiros, como máquinas de lavar roupa e impressoras, estavam empilhados por todo canto. Além disso, havia uma grande quantidade de sacos com material que aparentava ser destinado à reciclagem.

Uma força-tarefa da Secretaria de Obras e Limpeza Pública e da Secretaria de Administração cuidou da limpeza do lugar. Um grupo de 45 reeducandos ajudou a remoção dos resíduos, removidos com auxílio de caminhões e máquinas da Prefeitura. A expectativa é de que o trabalho seja finalizado apenas na próxima semana. Depois da retirada do material será feita uma limpeza geral no prédio e ele deve ser pintado.

“Encontramos o barracão em estado precário, com muita sujeira e muito resíduo espalhado por toda parte. Na cozinha que os cooperados utilizavam havia panelas que foram usadas para cozinhar alimentos e não foram lavadas, com água podre e cheiro muito ruim. Sem falar, por exemplo, na grande quantidade de tonners de impressoras, que não poderiam estar armazenados em um barracão de reciclagem por serem contaminantes, e de toda a sujeira que vimos ao entrarmos”, disse um dos agentes envolvidos na ação, mas que preferiu não ser identificado.

Vizinhos do barracão estiveram no local para questionar a ação da Prefeitura. Eles se mostraram satisfeitos com a mudança. “Nossas casas eram constantemente ‘atacadas’ por insetos e por ratos. Não acredito que isso seja fruto de atividade de reciclagem de resíduos, mas das péssimas condições de higiene que o local aparentava”, disse um desses moradores, que também pediu para não ser identificado.

Enquanto a Prefeitura não formaliza a criação de uma nova cooperativa em Valinhos, os moradores que tiverem material reciclável para descarte podem depositar nos 40 contêineres de cor marrom espalhados pela região central com essa finalidade. Além disso, uma outra opção transitória seria aguardar o dia da coleta seletiva no bairro.