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Fernanda Montenegro abre Festival de Curitiba

Por Leandro Nunes

Após completar 25 anos e ter sua curadoria renovada no ano passado, o Festival de Curitiba divulgou nesta segunda-feira, 20, a programação desta edição, que vai de 29 de março a 9 de abril.

Com mais de 350 atrações, a programação organizada por Guilherme Weber e Márcio Abreu traz um eixo voltado para o trabalho de grandes atrizes brasileiras, entre elas Fernanda Montenegro, que abre o festival com a leitura de Nelson Rodrigues por Ele Mesmo, obra organizada pela filha do dramaturgo, Sonia Rodrigues.

Weber explica que, desde a última edição, o objetivo era criar uma programação em torno do pensamento. "Temos um time de grandes artistas de diversas gerações que vão refletir o feminino na sociedade e a política no Brasil." A lista inclui a atriz Juliana Galdino em seu Leite Derramado, Fernanda Torres no solo A Casa dos Budas Ditosos e a Lia Rodrigues, que estreia no festival com Para Que o Céu Não Caia. "São montagens que nos ajudam a repensar a condição da mulher diante do machismo e diante do histórico do nosso país", explica o curador.

Nesse ano, Weber conta que também quer apostar em artistas residentes, cujo trabalho ultrapassa o Brasil em suas fronteiras Um deles é o performer Wagner Schwartz que propõe um passeio físico pela obra dos artistas plásticos Lygia Clark e Hélio Oiticica, passando por Caetano Veloso e Carmem Miranda. "Queremos acompanhá-los de perto, provocá-los e desenvolver uma trajetória ligada ao festival", explica Weber.

Ele conta que, em relação ao público médio que mora em Curitiba, é importante dar espaço para diversos trabalhos, ainda que não sejam estreias. "Há muito tempo, o festival serviu como um panorama do que todos veríamos pelo Brasil ao longo do ano. Agora, não buscamos tanto essa obrigação, mas a de formar plateias e refletir sobre cada produção trazida", diz.

Na lista de estreias internacionais, o grupo português Mala Voadora vai construir uma autobiografia ficcional do escritor Jorge de Andrade no espetáculo Moçambique. Já o dramaturgo iraniano Nassim Soleimampour articula em Blank um montagem sobre a experiência de censura e opressão contra artistas em seus países. Mais informações sobre o festival no site www festivaldecuritiba.com.br .

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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