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PM do Rio recupera carga roubada em ação flagrada por reportagem de TV

Um homem foi preso e um menor detido por policiais militares do 41º Batalhão no Morro da Lagartixa, na Comunidade da Pedreira, em Costa Barros, zona norte da cidade. No local, os policiais apreenderam um caminhão usado por criminosos em um roubo de cargas no início da manhã desta sexta-feira (8). A carga foi recuperada e a Polícia Militar (PM) está no local para identificar outros criminosos que participaram do roubo.

“A Polícia Militar está com força máxima hoje no Complexo da Pedreira, e não há previsão para o término da opeação. Os homens estão lá buscando esses marginais”, disse à Agência Brasil, o porta-voz da PM, major Ivan Blaz.

Os policiais militares chegaram ao local após reportagem apresentada pelo programa Bom Dia Rio, da TV Globo, que mostra criminosos armados com fuzis passando a carga de um caminhão, roubado perto da comunidade, para um veículo menor. Com a transferência, ficaria mais fácil entrar com a carga na comunidade, que tem ruas estreitas, e chegar ao Morro da Lagartixa, onde havia um caminhão estava escondido perto de um campo de futebol.

O motorista do caminhão roubado e um ajudante, que eram mantidos como reféns, foram liberados pelos criminosos assim que estes concluíram a transferência da carga para o veículo menor. Depois disso, os dois saíram do local e encontraram agentes da Força Nacional de Segurança, que estavam em operação em uma localidade próxima. Eles se identificaram perante os integrantes da corporação e revelaram que tinham sido liberados pelos criminosos.

Além de dois caminhões de pequeno porte, os PMs encontraram duas picapes zero quilômetro, uma das quais estava com as chaves. O major Blaz considerou as imagens "impactantes", não apenas por mostrarem a ação de uma quadrilha, mas também a logística usada para entrar nas comunidades e esconder e distribuir o roubo. O porta-voz da PM acrescentou que a polícia vem buscando a redução do roubo de cargas no estado e que os resultados têm melhorado mês.

Blaz lembrou que, no começo da semana, uma quadrilha que praticava o mesmo tipo de crime no Complexo do Chapadão foi presa por agentes que participavam do policiamento ostensivo na comunidade. “Hoje o remédio para que possamos deter as ações dessas quadrilhas é simplesmente policiamento ostensivo, reforçar o número de viaturas nas ruas e as unidades de policia investigativa que analisam essas quadrilhas.”

Ele ressaltou, no entanto, que tal estratégia esbarra na falta de recursos para as polícias no estado do Rio. “Isso mostra que, realmente fica fragilizado o serviço, a prestação, o cumprimento da missão fica deficiente, mas, ainda assim, os números reduziram-se de janeiro até hoje, principalmente naquela área tão sensível, que é a de Irajá, do Complexo da Pedreira e do Complexo do Chapadão.”

Segundo o major, os aspectos da ação de hoje ainda estão sendo analisados, inclusive por que integrantes da Força Nacional, que estavam em local próximo, não tinham informações sobre o que ocorria após o roubo do caminhão e durante a transferência da carga para o veículo menor. Blaz disse que, apesar disso, houve um rápido deslocamento de policiais militares que participavam de outra operação para a comunidade da Pedreira. Ele destacou, porém, a importância do apoio da Força Nacional nos casos de roubo de carga naquela região.

“A Força Nacional presta apoio, sim, à Polícia Militar, principalmente, ali, no 41º Batalhão. E não podemos deixar de falar que havia uma operação em curso na comunidade de Acari e que a força do 41º Batalhão estava inserida naquela comunidade. A operação foi interrompida para que pudéssemos, emergencialmente, operar na Pedreira. Isso envolve toda uma complexidade de ações”, afirmou Blas, acrescentando que a parceria com a Força Nacional tem funcionado na região.

Câmeras

Outra dificuldade que as forças de segurança enfrentam para agir no local é o número reduzido de câmeras para monitoramento, o que já vem ocorrendo em outras regiões do Rio com os serviços integrados de inteligência. “Naquela região, não há uma cobertura ampla de câmeras. Nos bairros do subúrbio, as câmeras são escassas. Não há câmeras da prefeitura, e as que existem são alvo da ação de criminosos, e isso acaba dificultando a operação”, disse Blaz.

Dados do Instituto de Segurança Pública da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro mostram que, na comparação entre outubro de 2016 e o mesmo mês deste ano, houve queda de 4,6% nos registros de roubo de carga no estado. Os registros passaram de 944 para 901.

Edição: Nádia Franco

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